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Por O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 09/08/2024 - 17:34

Estudantes nos EUA usam máscaras em protestos pró-Palestina em meio a controvérsias e pressão política.

Estudantes nos EUA usam máscaras em protestos pró-Palestina para se protegerem de assédio e vazamento de informações. Grupos pró-Israel tentam expor manifestantes, resultando em demissões e pressão em universidades. Protestos pedem fim de laços com Israel e empresas do conflito em Gaza, enquanto universidades alertam contra máscaras e acusam movimentos de antissemitismo. Protestos em campi universitários ganham força, com demandas de desinvestimento e condenação da guerra em Gaza. Presidente Biden tenta equilibrar liberdade de expressão e temor de antissemitismo.

Estudantes dos Estados Unidos têm protestado em apoio aos palestinos desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em outubro passado, com o movimento ganhando força sobretudo nas últimas semanas em diferentes campi universitários do país. Por medo de represálias e à medida que as tensões aumentam, os manifestantes têm usado máscaras para cobrir seus rostos, enquanto defendem, além do fim das hostilidades em Gaza, que suas instituições rompam laços com o Estado judeu e com empresas que lucram com o conflito.

As medidas para proteger a identidade dos manifestantes são um reflexo das preocupações sobre retaliação e assédio, com uma crescente de esforços organizados on-line para expor e prejudicar os estudantes — conhecido por doxing, o ato de publicar informações pessoais de uma pessoa na internet, geralmente com a intenção de intimidar, constranger ou prejudicá-la. Segundo relatos de estudantes, as ações também se estendem a pessoas que participaram pacificamente dos protestos, assinaram cartas pedindo um cessar-fogo ou criticaram publicamente o governo de Israel.

De acordo com uma reportagem do tabloide britânico The Guardian, grupos pró-Israel já tentaram expor os manifestantes pró-Palestina inúmeras vezes e exigiram que removessem suas máscaras nos protestos. Tais ações, diz a reportagem, tiveram consequências profissionais, com muitos sendo demitidos por comentários sobre a guerra, além de CEOs pressionando universidades para identificar e pôr os participantes dos protestos em uma "lista negra".

Sites operados anonimamente publicam centenas de perfis de pessoas que criticaram Israel ou participaram de protestos, expondo informações como ocupação, cidades de origem e fotos de seus rostos. Há listas específicas para estudantes e professores, acusando-os de antissemitismo e apoio ao terrorismo por assinarem cartas pedindo cessar-fogo, terem afiliação a grupos pró-palestinos ou participarem de protestos anti-guerra. Autoridades israelenses já usaram tais informações para tomar decisões sobre a entrada de ativistas políticos no país, conforme relatado pelo Haaretz.

A reportagem cita que administradores universitários, em meio à onda de manifestações, alertaram estudantes contra o uso de máscaras, citando leis da década de 1950. Ativistas pró-Israel também pediram que os manifestantes removessem as máscaras durante os protestos, enquanto o chefe da Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês), ONG que acompanha casos de antissemitismo pelo mundo, apelou recentemente para uma proibição total de algumas coberturas faciais.

Entenda os protestos

Os protestos em campi universitários se tornaram o maior símbolo de apoio a Gaza dentro do território dos Estados Unidos, principal aliado de Israel na comunidade internacional. Estudantes em cerca de 50 instituições de ensino superior aderiram às manifestações, que sofreram repressão policial e institucional.

O perfil nacional dos protestos aumentou, contudo, em 17 de abril, quando estudantes da Universidade Columbia, em Nova York, ergueram acampamento no centro do campus. Nesta terça-feira, a universidade informou que os estudantes que ocupam o prédio podem ser expulsos de seus programas acadêmicos. Columbia, uma prestigiada universidade de elite, é famosa pelo histórico de ativismo de seus estudantes ao longo de décadas. A instituição foi palco de protestos pelos direitos civis, contra a Guerra do Vietnã e contra o apartheid na África do Sul.

Em cada campus, as pautas variam, mas itens comuns se repetem. O principal deles é a retirada de investimentos das instituições em empresas que lucram com a guerra em Gaza, sobretudo no setor armamentista. Também se repetem exigências como uma condenação institucional à guerra no enclave palestino e o rompimento com universidades israelenses e programas de intercâmbio com o Estado judeu. Com as detenções, os manifestantes também passaram a exigir a garantia da liberdade de expressão e anistia a todos os envolvidos nos atos.

Em contrapartida, as administrações de muitas universidades e autoridades políticas dos partidos Democrata e Republicano acusam as manifestações de terem um teor antissemita, tentando distinguir o direito à livre manifestação do discurso de ódio. Organizadores dos protestos negam as acusações de antissemitismo e defendem que os atos visam denunciar o governo de Israel e sua condução do conflito em Gaza. Também afirmam que posicionamentos antissemitas são fatos isolados e que episódios mais ameaçadores foram organizados por ativistas que não são estudantes.

Os protestos se tornaram uma preocupação para o presidente americano, Joe Biden, no ano em que tenta sua reeleição. Dentro do próprio Partido Democrata há divisões importantes entre os que consideram os movimentos parte de uma longa tradição democrática e os que temem pelos casos de antissemitismo, intimidação e assédio denunciado por alguns estudantes. Há alunos judeus que aderiram aos protestos e outros que acusam os atos de antissemitismo. (Com NYT e AFP.)

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