Testes de DNA e necrotérios lotados: Ucrânia luta para identificar soldados mortos na guerra contra a Rússia

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Mais de quatro meses depois, o Exército ucraniano ainda os listava como desaparecidos, mesmo que imagens de drone fornecidas por um companheiro soldado semanas depois da morte, mostrassem que os dois ainda estavam no mesmo campo de batalha.

— Quero um túmulo para ele, onde possa ir e chorar tudo isso adequadamente — disse Anastasia, esposa de Zaretsky, que tem procurado por um desfecho desde que ele foi morto em novembro, na região de Zaporíjia, no sul da Ucrânia.

Toda a confusão e o longo e difícil processo de obtenção de declaração oficial das mortes estão longe de serem casos isolados e surgiram como outra dolorosa consequência da guerra, que já dura dois anos.

Familiares, advogados e grupos de direitos humanos afirmam que o Exército ucraniano está sobrecarregado de baixas é e incapaz de contabilizar seus milhares de mortos, aumentando a angústia das famílias dos soldados.

Parentes dos dois homens mortos no front disseram que, até onde sabem, os corpos ainda estão no chão, na região de Zaporíjia.

O governo ucraniano não divulga o número de soldados desaparecidos em ação. O presidente Volodymyr Zelensky estimou o número de soldados mortos em 31 mil, em fevereiro, e Kiev disse que cerca de metade disso está desaparecido. As estimativas dos EUA sobre mortes são muito maiores, sugerindo que até agosto, 70 mil soldados haviam morrido.

O alto número de soldados desaparecidos revela a natureza dos combates em trincheiras, que muitas vezes deixam corpos de ambos os lados abandonados em grande número em terras de ninguém entre as posições dos dois exércitos — o que também dificulta uma contagem exata sobre o custo da guerra.

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Alguns dos soldados desaparecidos foram capturados por tropas russas, mas outros podem estar mortos e à espera de identificação, incluindo em necrotérios, enquanto o governo luta para resolver o acúmulo de corpos e a identidade de cada um.

O aumento do número de tropas desaparecidas é um golpe para a moral já abalada da Ucrânia, disse Ben Barry, um pesquisador sênior de guerra terrestre no Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, com sede em Londres.