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Por O Globo e agências internacionais — Caracas

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou dois jornalistas críticos ao governo de Nicolás Maduro de fazerem parte de "uma estrutura de extorsão”, liderada pelo ex-ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, preso no mês passado por acusações de desvio de fundos da estatal petrolífera PDVSA.

Segundo Saab, Ewald Scharfenberg e Roberto Deniz, do veículo independente Armando Info, lançaram uma “campanha de guerra suja” contra políticos e empresários contrários a El Aissami, exigindo pagamentos de até US$ 100 mil para que não fossem publicadas denúncias contra eles — o procurador-geral disse que “contas fantasmas” em redes sociais eram usadas em ações de difamação.

Ao apresentar as alegações, em entrevista coletiva em Caracas, Saab apresentou um vídeo com depoimento do empresário Samark López, ex-braço direito de El Aissami, no qual ele confirmava o suposto esquema. Além de Ewald Scharfenberg e Roberto Deniz, que vivem nos EUA desde 2018, o procurador-geral disse que outros cinco jornalistas faziam parte do esquema.

— Revelar isso conscientiza nosso povo; porque esses discursos são assimilados e entende-se a dimensão da conspiração contra nosso país — disse Saab.

El Aissami, que foi um colaborador próximo do presidente Nicolás Maduro e do seu antecessor Hugo Chávez (1999-2013), foi preso no dia 9 de abril, acusado de participar do esquema que desviou cerca de US$ 17 bilhões (R$ 86 bilhões) relativos à venda de petróleo da PDVSA através de criptoativos — esse formato de negociação foi uma aposta do governo para tentar burlar as sanções aplicadas pelos EUA ao país. Além de El Aissami, que renunciou ao cargo de ministro em março, mais de 60 pessoas foram presas.

Ex-ministro venezuelano, Tareck El Aissami foi preso em abril de 2024 por vínculos com esquema que causou prejuízo bilionário em petroleira estatal — Foto: Ministério Público da Venezuela/AFP
Ex-ministro venezuelano, Tareck El Aissami foi preso em abril de 2024 por vínculos com esquema que causou prejuízo bilionário em petroleira estatal — Foto: Ministério Público da Venezuela/AFP

Há anos, o site Armando Info publica detalhes sobre os negócios nem sempre claros do empresário colombiano-venezuelano Alex Saab, aliado próximo de Maduro — ele foi preso em 2020, em Cabo Verde, acusado de conspiração, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito em nove países, e foi extraditado para os EUA. Caracas tentou evitar sua prisão, inclusive através de nomeações para cargos diplomáticos, mas ele acabou libertado em dezembro de 2023, como parte de um acordo bilateral entre a Venezuela e os EUA.

“Esta foi uma manobra para desacreditar o Armando Info e silenciar um veículo independente que revelou alguns dos maiores escândalos de corrupção”, disse Scharfenberg à Bloomberg.

Ele e Deniz deixaram a Venezuela em 2018, depois de terem sido processados por Saab por denunciarem um suposto esquema de corrupção em um programa estatal de distribuição de alimentos, algo que sindicatos da imprensa consideraram "um ato de perseguição". Um documentário sobre o trabalho do site na cobertura dos negócios de Alex Saab deve ser exibido na semana que vem pela rede americana PBS.

Além dos jornalistas, o procurador-geral fez acusações a políticos de oposição, como Leopoldo López, envolvido em protestos contra o governo e que deixou o país em 2020, e contra a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), que segundo ele seria um veículo para transferir dinheiro dos Estados Unidos para os supostos conspiradores e para financiar matérias contra o governo. A agência não se pronunciou. (Com AFP e Bloomberg)

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