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Por AFP — Buenos Aires

Em uma semana de grande agitação na Argentina, os movimentos sociais retomaram seus protestos nesta terça-feira e se mobilizaram para exigir a entrega de alimentos aos restaurantes populares que administram. Eles alegam que o fornecimento foi interrompido em dezembro, quando o governo de Javier Milei iniciou uma auditoria.

A principal manifestação ocorreu por volta do meio-dia em frente à residência presidencial de Olivos, na periferia norte de Buenos Aires, onde centenas de manifestantes cobraram maior assistência do governo. Uma forte esquema de segurança envolvendo a Polícia Federal, o Exército e a Polícia Civil foi montado no local para evitar a aproximação dos manifestantes e desobstruir o trânsito.

Caminhões equipados com jatos d'água e caravanas de policiais motorizados também participaram da operação, que foi implantada a dois quarteirões do local. Após alguns momentos de tensão, no entanto, os manifestantes desistiram do protesto e começaram a se descentralizar. Milei, que chegou de uma viagem aos Estados Unidos por volta de meio-dia, não estava presente.

— A operação é uma vergonha porque aqui não há assassinos ou criminosos, há pessoas que estão com fome, necessitadas e que estão reivindicando, e têm o direito de fazê-lo — disse o líder do protesto, Eduardo Belliboni, aos repórteres.

Paralelamente, os organizadores anunciaram 500 bloqueios em todo o país, embora fora do raio da capital argentina, para tentar contornar o “protocolo antipiquetes” do Ministério da Segurança.

A ministra do Capital Humano, Sandra Pettovello, responsável pela pasta que gerencia a ajuda social, foi convocada pela Justiça para detalhar a assistência prestada desde dezembro aos restaurantes populares em um país onde metade da população vive na pobreza.

Em fevereiro, o líder do Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE), Juan Grabois, denunciou criminalmente Pettovello "por não providenciar a entrega de alimentos nas cozinhas de bairro e comunitárias de toda a República Argentina, violando as normas que ordenam garantir alimentos aos que sofrem em situação de extrema pobreza.

Pettovello assinou acordos de assistência alimentar com igrejas evangélicas e com a Cáritas Argentina, vinculada à Igreja Católica.

Esta é uma semana de grande agitação na Argentina, depois de uma greve parcial dos transportes na segunda-feira e antes da greve geral marcada para quinta-feira, a segunda convocada pelo sindicato CGT desde que Milei assumiu o cargo em dezembro.

— A greve não tem outra motivação senão estritamente política — disse o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni. — Com todos os danos e maldades que causaram no governo anterior, eles [os sindicatos] ainda não explicaram porque nunca disseram nada.

A Argentina vive forte recessão econômica, com uma inflação anual próxima dos 290% e um ajuste fiscal que permitiu o primeiro superávit trimestral desde 2008, mas às custas do fechamento de órgãos públicos, milhares de demissões, corte de subsídios, aumento de tarifas e desvalorização de salários e pensões.

Roubo de cabos elétricos

Também nesta terça-feira, quatro pessoas foram encontradas mortas com sinais de eletrocução dentro de uma caminhonete em frente a um hospital ao sul de Buenos Aires, após terem participado do roubo de cabos de alta tensão, um crime frequente na Argentina, informou a polícia.

Uma quinta pessoa foi encontrada com vida no interior do veículo e foi hospitalizada com queimaduras graves no hospital municipal de Bahía Blanca, cerca de 640 km ao sul da capital argentina, à espera de sua recuperação para poder ser interrogada.

Na caminhonete que a polícia detectou fugindo à meia-noite em alta velocidade "iam quatro pessoas na caçamba [parte traseira] em mau estado, depois se determinou que chegaram mortas; e uma pessoa estava ferida", disse à imprensa o chefe de polícia Gonzalo Bezos. As vítimas, de entre 18 e 32 anos, "apresentavam queimaduras e sinais de eletrocução".

— Ficou determinado que haviam tentado subtrair cabos de uma linha de alta tensão e que sofreram uma descarga — acrescentou.

O motorista, que fugiu e depois foi preso, era o pai de um dos mortos.

Embora não haja estatísticas oficiais, os relatos de roubos de cabos para derreter e comercializar o cobre, sobretudo nas zonas rurais, são cada vez mais frequentes na Argentina, imersa em um crise econômica com mais da metade de sua população de 47 milhões de pessoas na pobreza.

Em março, operações de busca em uma casa de Bahía Blanca resultou na apreensão de mais de 3.000 metros de cabos roubados. No mesmo mês, a imagem de um jovem pendurado em cabos de eletricidade enquanto tentava cortá-los com uma faca foi capturada por um motorista e viralizou nas redes sociais, em um incidente ocorrido em Resistencia, capital da província de Chaco, no norte do país.

Também em março, um jovem de 20 anos foi hospitalizado com queimaduras graves após sofrer um choque elétrico ao tentar roubar cabos subterrâneos em Rosário, 300 km ao norte de Buenos Aires. Em La Plata, 60 km ao sul de Buenos Aires, a polícia teve que resgatar o corpo de um homem no último fim de semana depois que ele ficou pendurado em cabos elétricos após tentar cortá-los.

O cobre custa cerca de 7.000 pesos por quilo (R$ 37,95 na taxa de câmbio oficial) nas fundições, que são comuns nos subúrbios da capital.

Em Buenos Aires, o roubo de canos de cobre usados para o fornecimento doméstico de gás natural também é frequente, com o consequente risco de vazamentos. (Com La Nación)

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