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Por O Globo com agências internacionais — Nova York

A ex-atriz pornô e figura-chave no histórico julgamento do ex-presidente Donald Trump, Stormy Daniels, compareceu ao tribunal de Nova York nesta quinta-feira para seu segundo e último dia de depoimentos. Forma mais de seis horas de testemunhos nos dois dias. O desta quinta-feira foi marcado por confrontos quentes entre a testemunha e a equipe de defesa do magnata, que tentou desacreditá-la, qualificou Daniel como "mentirosa gananciosa" e sugeriu que ela estivesse tentando extorquir o magnata e capitalizar sua fama. Rebecca Manochio, contadora da Organização Trump, testemunhou em seguida.

Os advogados de Trump descreveram Daniels, protagonista do caso que colocou um ex-presidente americano pela primeira vez no banco dos réus, como “desprezível, gananciosa e indigna de confiança” e a acusaram de “extorquir” o republicano, em plena campanha para as eleições presidenciais de novembro contra o presidente Joe Biden.

— Você inventou tudo isso, certo? — questionou a advogada Susan Necheles à Daniels, que rebateu prontamente com um "não".

A ex-atriz pornô também negou que tenha subornado Trump para manter em silêncio sobre uma suposta relação entre os dois no ano de 2006, afirmando desejar estar "protegida por documentos" para que sua família não fosse prejudicada.

Necheles tentou apontar inconsistência entre o relato da testemunha e o que ela teria escrito em um livro, no qual, ao descrever o início do encontro, afirma que teria sido agressiva com Trump — o oposto do seu depoimento na terça-feira, em que afirmou ter ficado "assustada" ao vê-lo na cama. A advogada também atacou a testemunha, ao abordar sua experiência com a produção e participação em mais de 150 filmes adultos, afirmando que ela teria "muita experiência em fazer histórias falsas sobre sexo parecerem reais".

— O sexo nos filmes é muito real, assim como o que aconteceu comigo naquela sala — respondeu a ex-atriz pornô, após um breve momento de surpresa.

O interrogatório transitou entre uma Daniels às vezes desafiadora frente aos questionamento da defesa, e às vezes de voz baixa e aparentemente trêmula, à beira de lágrimas. Questionada por um promotor após o interrogatório sobre o efeito que esses eventos tiveram em sua vida, a testemunha disse que teve que contratar segurança, mudar-se algumas vezes e tomar precauções extras por causa de sua filha. Questionada se dizer publicamente a verdade foi um resultado positivo ou negativo, ela respondeu: “Negativo”.

Na última terça-feira, a testemunha fez uma descrição gráfica do suposto encontro com o magnata após um torneio de golfe em 2006. Ela descreveu como era o pijama de Trump, sua roupa íntima, a posição sexual e disse que ele não usava preservativo. Embora “não tenha sido ameaçada verbal ou fisicamente”, Daniels disse que “sentiu vergonha por não ter impedido, por não ter dito não”.

Os advogados de Trump chegaram ao ponto de pedir a anulação do julgamento, alegando que o seu depoimento é “extremamente prejudicial” para um caso que trata essencialmente de registros contábeis relacionados às eleições. O juiz Juan Merchan ordenou que o julgamento continuasse, mas reconheceu que "era melhor que Daniels não tivesse dito parte do depoimento."

O ex-presidente é acusado de comprar o silêncio de Daniels por US$ 130 mil dólares (R$ 670 mil na cotação atual) na reta final da campanha eleitoral de 2016, da qual saiu vitorioso. Ele teria falsificado 34 documentos contábeis da Organização Trump para reembolsar seu então advogado e atual testemunha no caso, Michael Cohen, que era o responsável pelos pagamentos a da ex-atriz.

'Caso inventado'

Falando aos repórteres do lado de fora do tribunal na quinta-feira, Trump chamou o julgamento de “caso Frankenstein”.

— O promotor está inventando à medida que avança — gritou o magnata, que não fez referência ao interrogatório.

Merchan proibiu Trump, que durante anos chamou Daniels de “cara de cavalo” e lançou outros insultos grosseiros, de falar publicamente sobre testemunhas, jurados e funcionários do tribunal. O ex-presidente disse nesta quinta que entrou com um recurso contra a ordem de silêncio em um tribunal de apelações, mas não forneceu mais detalhes.

Em uma publicação na sua plataforma, a Truth Social, no dia anterior, Trump se queixou da proibição, dizendo que o seu “direito constitucional à liberdade de expressão” tinha sido “restringido injustamente”.

"É difícil sentar e ouvir as mentiras e declarações falsas feitas contra você, sabendo que se você responder, mesmo da forma mais humilde, um juiz corrupto e altamente conflituoso estará lhe dizendo que você irá PRESO, talvez por um longo período de tempo”, escreveu.

Além do caso de Nova York, Trump foi acusado em Washington e na Geórgia de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020 e na Flórida de supostamente fazer mau uso de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca, mas este último caso foi adiado indefinidamente. (Com AFP e NYT)

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