Pelo menos 57 pessoas receberam atendimento hospitalar, duas delas com ferimentos graves, devido a uma colisão de trens ocorrida nesta sexta-feira em Buenos Aires, Argentina, relataram autoridades do serviço de emergência da cidade, o Same. O acidente aconteceu às 10h30 locais, quando um trem urbano com passageiros da linha ferroviária General San Martín colidiu com outro de manutenção que, por razões em investigação, estava parado no bairro de Palermo, na capital argentina, segundo as primeiras perícias.
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— Não temos vítimas fatais, os cães vasculharam os vagões, nós atendemos 90 passageiros, 30 dos quais foram transferidos para hospitais, dois deles com traumatismo craniano foram evacuados de helicóptero — disse Alberto Crescenti, responsável pelo Same, à imprensa no local.
Porém, a Secretaria da Saúde de Buenos Aires detalhou em comunicado mais tarde que foram 57 os hospitalizados.
Crescenti informou à imprensa que todos os feridos já foram liberados, exceto um que foi operado por trauma craniano. O responsável pelo Same não deu informações sobre o estado da outra vítima grave.
— Até agora não há informações suficientes sobre a mecânica do acidente — disse o prefeito de Buenos Aires, Jorge Macri, também presente no local.
No esquema de evacuação participaram cerca de 60 ambulâncias, seis motos e dois helicópteros, informou o Same.
— Quando chegamos, os feridos já estavam sendo transferidos, estavam muito machucados, os que não estavam feridos foram embora por meios próprios — disse à AFP Facundo Gómez, policial da operação que conteve o vazamento de combustível de um dos trens.
Argentinos vão às ruas contra 'decretaço' de Milei
![Tropa de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto contra o decreto do presidente Javier Milei, em Buenos Aires, em 27 de dezembro de 2023 — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/Z9Wl4nkk1biYYfn1g6L28ughuJ4=/0x0:6370x4247/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/Q/Ok50xWQxqLjA0NH43LOg/105388101-riot-police-clash-with-protesters-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union.jpg)
![Tropa de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto contra o decreto do presidente Javier Milei, em Buenos Aires, em 27 de dezembro de 2023 — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/U1oalBP0gwExSKFMNS3J7q_WhAM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/Q/Ok50xWQxqLjA0NH43LOg/105388101-riot-police-clash-with-protesters-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union.jpg)
Tropa de choque entra em confronto com manifestantes durante protesto contra o decreto do presidente Javier Milei, em Buenos Aires, em 27 de dezembro de 2023 — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
![Manifestante é detido em Buenos Aires. Milei decretou, na semana passada, um megadecreto para mudar ou eliminar 366 regras econômicas — Foto: Luis ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/XxxPD_CKd8VvlI1I5oR5fKdkGeQ=/0x0:7199x4799/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/b/B/3PqkoMRHGQtiP4BObjaQ/105388105-police-detain-a-protester-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union-cgt-agai.jpg)
![Manifestante é detido em Buenos Aires. Milei decretou, na semana passada, um megadecreto para mudar ou eliminar 366 regras econômicas — Foto: Luis ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/JHKJ5MI5yZkXHAPUaDy0OeNk9tw=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/b/B/3PqkoMRHGQtiP4BObjaQ/105388105-police-detain-a-protester-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union-cgt-agai.jpg)
Manifestante é detido em Buenos Aires. Milei decretou, na semana passada, um megadecreto para mudar ou eliminar 366 regras econômicas — Foto: Luis ROBAYO / AFP
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![Houve tumulto durante a dispersão da multidão, na tarde desta quarta-feira, e agentes de segurança entraram em confronto com manifestantes — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/NEaIDfCPtxVhAYtFl28qBnC_o1E=/0x0:8256x5504/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/G/S4Z21TSCeizBahLxF3HA/105388113-riot-police-clash-with-protesters-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union.jpg)
![Houve tumulto durante a dispersão da multidão, na tarde desta quarta-feira, e agentes de segurança entraram em confronto com manifestantes — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/UviTNUHD6ISHfLmTyYfGJdgd6ic=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/G/S4Z21TSCeizBahLxF3HA/105388113-riot-police-clash-with-protesters-after-a-demonstration-called-by-argentinas-labor-union.jpg)
Houve tumulto durante a dispersão da multidão, na tarde desta quarta-feira, e agentes de segurança entraram em confronto com manifestantes — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
![Membros de sindicatos protestam contra o decreto de emergência do presidente Javier Milei durante uma manifestação convocada pela União dos Trabalhadores da Argentina (CGT) em frente ao Palácio da Justiça, em Buenos Aires, em 27 de dezembro de 2023 — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/yb1VWCNUKX5dZijtrEg9uC4UtgE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/B/C/3o1bdFRraEX2NjB0MtYQ/105387695-members-of-labor-unions-protest-against-president-javier-mileis-emergency-decree-during-a.jpg)
Membros de sindicatos protestam contra o decreto de emergência do presidente Javier Milei durante uma manifestação convocada pela União dos Trabalhadores da Argentina (CGT) em frente ao Palácio da Justiça, em Buenos Aires, em 27 de dezembro de 2023 — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
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![Movimentos sindicais e organizações argentinas tomam as ruas de Buenos Aires para protestar contra 'decretaço' de Milei — Foto: Luis Robayo / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/p_fyGx4XCYpWHIVy_FZVkrlVKJA=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/Q/N/u8GN98TESsmdWeL93gEQ/105387683-members-of-labor-unions-protest-against-president-javier-mileis-emergency-decree-during-a.jpg)
Movimentos sindicais e organizações argentinas tomam as ruas de Buenos Aires para protestar contra 'decretaço' de Milei — Foto: Luis Robayo / AFP
![A marcha reúne as principais federações trabalhistas do país — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/ikv6QDjITWW4zFH6UpuBp3AG_nc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/P/N/Ye5rkgTZAU9jAVpue7rQ/105387241-in-this-aerial-view-members-of-labor-unions-protest-against-president-javier-mileis-emerg.jpg)
A marcha reúne as principais federações trabalhistas do país — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
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![Protesto ocorre duas semanas após o governo impor um protocolo que restringe o direito de manifestação ao impedir o fechamento de vias públicas e punir os participantes com ações na Justiça e suspensão de benefícios sociais — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/Wt8z5VqpFqyFnuMamVVnUkUPwbE=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/L/X/8zcf5AT8OJZEHTaUmokg/105387309-a-woman-walks-next-to-members-of-the-argentine-national-gendarmerie-gna-as-members-of-labo.jpg)
Protesto ocorre duas semanas após o governo impor um protocolo que restringe o direito de manifestação ao impedir o fechamento de vias públicas e punir os participantes com ações na Justiça e suspensão de benefícios sociais — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
![Membros do sindicato dos trabalhadores da construção civil (UOCRA) protestam contra o decreto de Milei — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/1WRUBEpQGBDeOFUKVXVhYOLPBtI=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/a/H/NHgo7XReWEY2edRW7Irw/105387038-members-of-the-construction-workers-union-uocra-protest-against-president-javier-mileis.jpg)
Membros do sindicato dos trabalhadores da construção civil (UOCRA) protestam contra o decreto de Milei — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
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![Membros do sindicato dos trabalhadores da construção civil (UOCRA) protestam contra o decreto de Milei — Foto: LUIS ROBAYO / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/E_9mk5y6MJybgk68XntPdSFiREM=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/f/M/94YXkMQ6qJy61PKoBsrg/105387036-members-of-the-construction-workers-union-uocra-protest-against-president-javier-mileis.jpg)
Membros do sindicato dos trabalhadores da construção civil (UOCRA) protestam contra o decreto de Milei — Foto: LUIS ROBAYO / AFP
O impacto ocorreu em um viaduto próximo a avenidas de grande circulação rodeadas de parques, o que facilitou a evacuação aérea dos dois passageiros que apresentavam ferimentos graves.
— Há dez hospitais que receberam os feridos — indicou o secretário de Transportes, Franco Mogetta, sobre a operação.
'Milagrosamente vivos'
— Estamos vivos por milagre — expressou um dos passageiros logo após o acidente.
O trem de passageiros havia partido de Pilar, na periferia norte da capital argentina, e seguia para a terminal de Retiro de Buenos Aires.
— Foi muito forte. No último vagão, uma pessoa bateu na porta. Muita gente ficou caída no chão. Eu ouvi o estrondo dos dois vagões batendo — relatou à emissora de televisão TN outra passageira não identificada.
Uma das hipóteses investigadas sobre as causas do ocorrido é uma falha no sistema de sinalização elétrica.
— Há múltiplas hipóteses sobre como o acidente ocorreu, há denúncias de roubo de cabos, mas queremos ser prudentes, estamos investigando os alertas e os sinais — declarou Mogetta a respeito.
O roubo de cabos de alta tensão para a venda do cobre que eles contêm é frequente na Argentina, uma prática que causou mortes por eletrocussão.
O titular da La Fraternidad, o sindicato dos maquinistas de trem, Omar Maturano, denunciou à Radio 10 não apenas o roubo de cabos, mas também a deterioração de locomotivas e vagões.
— Estão roubando os cabos de sinalização, há dez dias estamos pedindo que os consertem, mas não há peças de reposição, há uma degradação total da empresa, não apenas de peças de reposição para sinalização, mas também de trens e carros porque não há orçamento — disse.
Segundo Maturano, trata-se de um desfinanciamento da empresa estatal Trenes Argentinos.
— Não somos a favor da privatização, mas sim de que seja concedida ao capital privado e que invistam em infraestrutura para que os trens funcionem como devem e com os funcionários necessários — disse.
O pior acidente ferroviário registrado na capital ocorreu em 2012. Um trem que entrava na estação Once não conseguiu frear. No acidente, 52 pessoas morreram e centenas ficaram feridas.
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