A Coreia do Norte vai equipar suas Forças Armadas com novos sistemas múltiplos de lança-foguetes de 240 mm neste ano, informou a imprensa estatal neste sábado, anunciando uma "mudança significativa" nas capacidades de combate de sua artilharia. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, supervisionou um teste deste sistema de foguetes "tecnicamente atualizado" na sexta-feira, informou a agência de imprensa oficial KCNA.
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Em fevereiro, a mídia estatal de Pyongyang anunciou o desenvolvimento de um novo sistema de controle para seus lançadores de foguetes de 240 mm, o que implicaria uma "mudança qualitativa" em suas capacidades de defesa. Estas melhorias "serão implantadas nas unidades do Exército Popular Coreano (...) de 2024 a 2026", informou a agência KCNA neste sábado.
Veja fotos do teste de mísseis de cruzeiro da Coreia do Norte
A agência estatal informou ainda que "em breve será feita uma mudança significativa para melhorar as capacidades de combate da artilharia do Exército", sem oferecer mais detalhes.
Analistas do país afirmam que Pyongyang está aumentando a produção e os testes de mísseis de cruzeiro e de artilharia para vendê-los à Rússia, que precisa dessas armas na sua guerra contra a Ucrânia. Pyongyang e Moscou reforçaram sua cooperação militar desde uma cúpula entre Kim e Vladimir Putin na Rússia no ano passado.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul acusaram a Coreia do Norte de fornecer armas à Rússia, embora as medidas inovadoras da ONU proíbam estas transferências.
Os exercícios norte-coreanos também aumentam o clima de tensão com a vizinha ao sul. Em dezembro, Kim Jong-un ordenou a aceleração dos preparativos militares para uma "guerra" que poderia "estourar a qualquer momento". Ele também denunciou uma "situação de crise persistente e incontrolável", segundo ele, causada por Seul e Washington com seus exercícios militares conjuntos na região.
As relações entre as duas Coreias estão no ponto mais baixo em décadas, depois de Kim ter consagrado o estatuto do seu país como potência nuclear na Constituição, e lançado vários testes avançados de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM). O Conselho de Segurança da ONU adotou várias resoluções pedindo à Coreia do Norte que interrompa seus programas balísticos e nucleares desde seu primeiro teste nuclear, em 2006.
A Coreia do Sul, o Japão e os Estados Unidos intensificaram a cooperação em defesa este ano diante das crescentes ameaças nucleares e de mísseis de Pyongyang e recentemente ativaram um sistema para compartilhar dados em tempo real sobre os lançamentos de mísseis norte-coreanos.
Para Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52, para exercícios conjuntos na Península Coreana são "ações intencionalmente provocativas dos Estados Unidos para uma guerra nuclear".
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