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Por O Globo e agências internacionais — Évreux, França

Um dia após um grupo de homens armados terem matado dois agentes policiais e ferido outros três no noroeste da França, ação coordenada que terminou com a fuga de um detento, forças de segurança buscam o prisioneiro conhecido como “A Mosca”. Segundo o ministro do Interior, Gérald Darmanin, a operação é “sem precedentes”, e mais de 450 agentes foram mobilizados. À rádio RTL, ele disse que, graças a um grande número de pistas, o fugitivo e a “gangue de assassinos que o acompanha” podem ser presos nos próximos dias.

Mohamed Amra, de 30 anos, já era figura conhecida na Justiça francesa: ao todo, ele acumula 13 condenações. A última foi em 7 de maio, quando o tribunal de Évreux o sentenciou a 18 meses por “roubo com arrombamento”. A procuradora de Paris, Laure Beccuau, disse que Amra estava em prisão preventiva por outros casos, incluindo cumplicidade em assassinato, organização criminosa e sequestro. Nesta terça, o detento voltava para a prisão de Évreux após comparecer ao tribunal de Rouen — uma viagem de cerca de 60 quilômetros — quando o veículo em que ele estava foi atacado. Amra fugiu, e seus cúmplices também escaparam.

Segundo o canal de televisão francês BFM TV, o fugitivo é suspeito de ser chefe do narcotráfico — acusação que o advogado dele, Hugues Vivier, contesta. Segundo a defesa, não havia nada que justificasse que as autoridades classifiquem seu cliente como “particularmente perigoso”. A maior parte de suas condenações está relacionada a casos de furtos com agravantes, e ele esteve preso em várias penitenciárias desde janeiro de 2022.

— É bastante incompreensível. É difícil para mim imaginar que esse rapaz possa estar envolvido [no ataque] — disse Vivier à BFM TV.

Uma fonte próxima ao caso, no entanto, afirmou que Amra é suspeito de ter ordenado assassinatos relacionados ao tráfico de drogas, e estaria envolvido na tentativa de assassinato de um francês na Espanha em 2023.

Durante sua curta detenção em Évreux, para onde foi transferido em abril, as barras de sua cela teriam começado a ser serradas, segundo a procuradora. Emmanuel Baudin, líder sindical dos guardas prisionais, disse à BFM TV que o detento teria tentado escapar dois ou três dias antes do ataque, mas colegas o transferiram para uma unidade disciplinar. Ainda assim, de acordo com Beccuau, Amra havia sido colocado no nível de segurança três, o que significa que ele não era um prisioneiro de alto risco. Por isso, apenas cinco agentes estavam envolvidos em sua escolta do tribunal de volta para a prisão.

Também nesta quarta-feira, funcionários das penitenciárias francesas convocaram bloqueios em sinal de protesto. Um sindicalista disse à AFP que a prisão amanheceu “morta” para mostrar apoio aos colegas vítimas da violência. A ação mobilizada pelos agentes suspende as atividades dos detentos, exceto passeios e refeições. Segundo o ministro da Justiça francês, Eric Dupont-Moretti, esta é a primeira vez desde 1992 que um funcionário penitenciário da França morreu enquanto trabalhava.

‘Impotência pública’

O presidente Emmanuel Macron disse ter ficado “chocado” com o ataque, pontuando que as autoridades serão “inflexíveis” na busca pelos responsáveis. O caso, no entanto, aumentou a pressão sobre o governo, que é acusado pela direita e extrema direita de “falta de firmeza” — especialmente quando os criminosos são estrangeiros ou de origem imigrante.

Em plena campanha para as eleições do Parlamento Europeu, em 9 de junho, a candidata de extrema direita Marion Maréchal e seu rival de direita François-Xavier Bellamy visitaram diferentes prisões nesta quarta-feira para denunciar a “impotência pública”.

Os sindicatos prisionais, que convocaram um minuto de silêncio, pedem ao ministro da Justiça que videoconferências sejam mais utilizadas para reduzir as transferências entre prisões e tribunais, além de uma revisão dos sistemas de escolta. Ainda nesta quarta-feira, a Interpol emitiu um alerta vermelho a pedido da França. Na prática, a medida é um pedido às autoridades policiais em todo o mundo para localizar e prender um indivíduo procurado. (Com AFP)

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