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Por O Globo e agências internacionais — Pequim

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou nesta quarta-feira à China para uma reunião com aquele que hoje é seu principal aliado, o líder chinês Xi Jinping. Embora Pequim não apoie abertamente a invasão russa na Ucrânia, o país tem sido central para manter a economia russa nos eixos, mesmo diante de um número considerável de sanções.

No encontro, previsto para esta quinta-feira, os dois “discutirão detalhadamente toda a gama de questões de parceria abrangente e interação estratégica, identificarão direções-chave para o desenvolvimento futuro da cooperação prática russo-chinesa e também trocarão pontos de vista sobre as questões internacionais e regionais mais urgentes”, afirmou o Kremlin, em comunicado à imprensa. Uma declaração final será divulgada após as discussões, disse o governo russo.

Na véspera da viagem, Putin elogiou o que chamou de “esforços genuínos” da China para resolver a guerra na Ucrânia, citando uma proposta de paz idealizada por Pequim em fevereiro do ano passado e que previa algumas ideias caras a Moscou, como a “rejeição à mentalidade da Guerra Fria”. Na época, a proposta foi encarada com ceticismo pelos ucranianos, e vista como uma mensagem ao Ocidente, não um plano para a guerra.

— Pequim tem conhecimento sobre as suas causas principais [da guerra] e seu significado geopolítico — disse Putin, em entrevista à agência Xinhua, publicada na quarta-feira.

Está prevista ainda uma reunião com o premier chinês, Li Qiang, pautada, segundo o Kremlin, por discussões sobre a cooperação bilateral “nas esferas comercial, econômica e humanitária”. Além do presidente russo, viajaram à China integrantes do alto escalão do governo, chefes de serviços e empresas estatais e governadores de vinte regiões do país.

A viagem é a primeira de Putin depois de ser empossado pela quinta vez como presidente da Rússia, e ressalta a importância que Pequim tem exercido sobre o país nos últimos anos. Em 2022, dias antes do início da invasão à Ucrânia, Putin e Xi declararam que os dois países trabalhavam nos termos de uma parceria “sem limites”, reiterada em encontros posteriores, o último deles em outubro do ano passado, às margens de um fórum sobre a iniciativa Cinturão e Rota, pilar da diplomacia chinesa.

— Essa é a primeira viagem de Putin desde sua posse, e ele pretende demonstrar que as relações sino-russas passaram a outro nível — disse à AFP o analista político Konstantin Kalachev. — Isso para não falarmos na amizade visivelmente sincera entre os dois líderes.

Apesar da China não apoiar nominalmente a guerra na Ucrânia, tampouco fornecer diretamente armas e equipamentos militares (como o fazem Coreia do Norte e Irã), a pegada econômica chinesa é sentida de maneira importante. Em 2023, as trocas comerciais atingiram US$ 240 bilhões, alta de mais de 26% em relação a 2022 — apenas as exportações russas para o gigante asiático tiveram um salto de 46,9% de um ano para o outro. A Rússia também se tornou a principal fornecedora de petróleo para a China, apesar das sanções internacionais impostas ao setor de energia russo.

— A China está se tornando o principal parceiro econômico da Rússia. A tendência começou antes da guerra, mas agora é impossível de ser ignorada. Mesmo os que querem provar a autossuficiência da economia russa não podem negar a elevada dependência da economia chinesa — disse ao site Meduza Temur Umarov, especialista nas relações entre os dois países. — A China é o único país que não virou completamente as costas à Rússia por causa da guerra, e que, ao mesmo tempo, desenvolve sua própria tecnologia em alto nível e também tem acesso a tecnologias internacionais.

Além do encontro com Xi Jinping, Putin irá para a cidade de Harbin, onde participará de uma exposição e de um fórum dedicado às relações entre os dois países, na sexta-feira.

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