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Por O Globo, com agências internacionais

O regime de Nicolás Maduro censurou o jornal venezuelano El Nacional, um emblemático veículo de imprensa independente, anunciou o diretor do diário, Miguel Henrique Otero, afirmando que "não há mais imprensa livre" no país. O anúncio foi feito nesta terça-feira.

— São medidas de ditadura: é a hegemonia comunicacional, o modelo cubano de longo prazo. E estão conseguindo. Na Venezuela não há imprensa livre — acusou Otero, presidente e diretor do El Nacional, ao comparar a crise no país com o monopólio estatal da imprensa em Cuba.

A censura ao veículo jornalístico consistiu em um impedimento para realizar qualquer tipo de ato junto ao Registro Público do país — medida que, na prática, impede que a empresa abra contas bancárias, transfira bens e faça operações como firmar contratos e registrar movimentações de bens e pessoal, ainda de acordo com Otero, que classificou a situação como "atos totalmente arbitrários".

— São mecanismos para enfraquecer o trabalho da empresa. Isto, o bloqueio do El Nacional na internet e o confisco das suas instalações, torna cada vez mais impossível o funcionamento do jornal na Venezuela — afirmou jornalista, em entrevista ao jornal El Universal. — É uma ditadura atuando contra um meio de comunicação, utilizando todas as formas de abuso e obstrução para impedir o seu funcionamento.

Fundado em 1943, o El Nacional suspendeu a edição impressa em 2018 por falta de papel e pela aguda crise política, institucional e socioeconômica na Venezuela. A edição digital continua funcionando. De acordo com um levantamento da organização internacional Voz de América, divulgado em 2023, mais de 70 jornais deixaram de circular no país em uma década, por razões que vão das políticas restritivas do governo até o alto custo de impressão. Apenas em 2018, 40 jornais saíram de circulação, segundo o mesmo levantamento.

Em abril de 2021, o Supremo Tribunal de Justiça do país condenou o jornal ao pagamento de US$ 13,3 milhões (R$ 68 milhões) em danos morais ao número dois do chavismo, Diosdado Cabello, pela reprodução de uma nota do diário ABC, da Espanha, sobre questionamentos dos EUA sobre supostos laços do político com o narcotráfico.

O processo avançou até a condenação, mesmo que a defesa do jornal afirme que não houve comprovação de que a notícia se tratava de difamação. Com o valor milionário, as instalações do jornal ficaram comprometidas em função da dívida. O advogado venezuelano Juan Garantón, defensor do El Nacional, afirmou que o veículo impresso "foi levada ao extremo", sendo proibido até mesmo de negociar suas ações.

— Na Venezuela, apenas algumas redes sociais estão abertas. Os meios de comunicação independentes estão totalmente paralisados ​​— disse Otero. — Os meios de comunicação venezuelanos que ainda não fecharam e podem desbloquear suas redes trabalham com o mínimo. (Com El Universal)

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