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Por O GLOBO — Vilnius

A Lituânia anunciou nesta sexta-feira que os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vizinhos da Rússia concordaram em construir um “muro de drones” para defender suas fronteiras de “provocações”. O anúncio foi feito depois que Moscou apagou de um site oficial um documento que previa a alteração unilateral de seus limites marítimos no Mar Báltico e removeu boias de demarcação no Rio Narva, na divisa com a Estônia. As tensões na região, banhada por um dos mares mais movimentados do mundo, vêm aumentando desde o início da invasão russa na Ucrânia, há mais de dois anos.

Dos 32 membros da aliança militar ocidental, seis fazem fronteira com a Rússia: os três Estados bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia), bem como a Finlândia, a Noruega e a Polônia.

— Trata-se de algo completamente novo, um muro de drones que se estende da Noruega à Polônia, com o objetivo de usar drones e outras tecnologias para proteger nossas fronteiras (...) o que nos permitiria proteger contra provocações de países hostis e impedir o contrabando — disse a ministra do Interior da Lituânia, Agne Bilotaite, à agência de notícias BNS.

O projeto, com prazos não especificados, também inclui a implantação de sistemas antidrones para deter veículos aéreos não tripulados inimigos.

Fronteiras marítimas no Mar Báltico — Foto: Editoria de Arte
Fronteiras marítimas no Mar Báltico — Foto: Editoria de Arte

'Ações inaceitáveis'

A decisão foi anunciada depois que guardas de fronteira russos removeram mais de 20 boias no rio Narva, uma via fluvial ao longo da divisa entre Estônia e Rússia, na quinta-feira, um dia após o Ministério da Defesa do Kremlin apagar de seu site um documento que previa a remarcação das fronteiras marítimas no Mar Báltico. A ação foi vista como um ato de provocação pelos líderes da União Europeia.

"Esse incidente na fronteira faz parte de um padrão mais amplo de comportamento provocativo e ações híbridas da Rússia", disse o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, em um comunicado nesta sexta-feira. "Tais ações são inaceitáveis. A União Europeia espera uma explicação da Rússia sobre a remoção das boias e seu retorno imediato.”

Por sua vez, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou na rede social X (antigo Twitter) que a aliança militar é “solidária com a aliada Estônia face a qualquer ameaça à sua soberania”.

A cada primavera, a Estônia e a Rússia instalam cerca de 250 boias no rio Narva para marcar a divisa marítima e evitar que navios se desviem acidentalmente para as águas do outro país, disse o oficial da guarda de fronteira da Estônia, Eerik Purgel, à mídia local. Como o leito do rio muda com o tempo, os dois países precisam revisar o canal navegável todos os anos.

— Desde 2023, a Rússia não concorda com as posições da Estônia em relação à colocação das boias. Decidimos instalar sinais flutuantes para a temporada de verão conforme o acordo de 2022, porque eles são necessários para evitar erros de navegação — afirmou Purgel.

De acordo com a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, seu país ainda está tentando esclarecer a situação com a Rússia. O Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de negócios russo para explicar o que definiu como um "incidente provocativo na fronteira".

A Estônia fez parte da União Soviética durante meio século e, desde a sua independência em 1991, as relações com Moscou têm sido difíceis, uma situação que se agravou depois que o pequeno Estado aderiu à UE e à Otan em 2004.

As tensões aumentaram dramaticamente em 2022 após a invasão russa à Ucrânia, com a Estônia adotando um tom altamente crítico em relação a Moscou. Em fevereiro deste ano, o site do Ministério do Interior russo anunciou que o governo havia lançado um mandado de busca contra Kallas por “insultar a história" do país.

Nos três países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) vivem minorias russas que Moscou diz serem oprimidas. (Com AFP)

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