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Por O Globo, com agências internacionais — Paris

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta sexta-feira um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 225 milhões (R$ 1,18 bilhão) em um encontro com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris. Em meio às comemorações de 80 anos do Dia D, o conflito no Leste Europeu dividiu as menções com os fatos históricos, com o democrata criticando abertamente o presidente russo, Vladimir Putin — quem disse não ser "um homem decente", acrescentando: "É um ditador".

Durante o encontro com Zelensky, Biden se desculpou pela demora americana em aprovar os últimos envios a Kiev, que enfrenta dificuldades de reposição de munições e outros equipamentos bélicos no front. O democrata justificou a demora citando a dificuldade de o envio ser aprovado no Congresso americano, mas afirmou que a questão está superada. O valor anunciado nesta sexta é parte do total aprovado em abril, que inclui US$ 61 bilhões (R$ 321,7 bilhões).

— Peço desculpas pelas semanas sem saber o que iria ser aprovado, em termos de financiamento, porque tivemos problemas para conseguir o projeto de lei que tínhamos que aprovar, que continha dinheiro — disse Biden. — Alguns de nossos membros muito conservadores estavam impedindo isso.

O presidente americano também fez um aceno ao esforço de guerra ucraniano, que descreveu como "o baluarte contra a agressão que está ocorrendo". Na quinta-feira, durante um discurso nas praias ocupadas pelos soldados aliados em 1944, Biden já havia dito que a Ucrânia não poderia ser subjugada, sob risco de a agressão russa se espalhar pela Europa.

— Você não se curvou, não cedeu, você continua a lutar de uma forma que é... simplesmente notável. Não vamos nos afastar de vocês — disse Biden a Zelensky.

A reunião dos líderes ocidentais na França, sob pretexto de celebrar os 80 anos do Dia D, tornou-se um momento de reafirmação do apoio pelos principais países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) à Ucrânia, que luta uma guerra de desgaste com a Rússia. A Ucrânia enfrenta uma ofensiva russa renovada e ataques aéreos intensificados às suas cidades, enquanto Moscou capitalizou em cima da escassez de armas e tropas de Kiev.

O Ministério da Defesa russo anunciou nesta sexta-feira a captura da cidade de Paraskoviivka, na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. Nas últimas semanas, o Exército russo afirmou ter conquistado várias cidades na região do Donbass e um pouco mais a norte, na região de Kharkiv, onde em 10 de maio lançou uma nova ofensiva.

'Não é um homem decente'

Os discursos dos últimos dias marcaram uma forte oposição ao que é classificado pela Otan como uma guerra de conquista lançada pela Rússia contra a Ucrânia. Tanto Zelensky quanto seus aliados traçaram paralelos entre o conflito atual e a Segunda Guerra Mundial — no sentido de luta da liberdade contra o autoritarismo. Na quinta, Biden já havia se referido à Rússia como uma autocracia, mas evitou citar diretamente Vladimir Putin. Em uma entrevista à rede americana ABC News, porém, ele criticou abertamente o líder russo.

— Conheço [Putin] há 40 anos. Ele me preocupa há 40 anos — disse Biden. — Ele não é um homem decente, ele é um ditador e está tendo dificuldades para manter seu país unido e ao mesmo tempo manter esse ataque [à Ucrânia] em andamento.

As tensões entre Otan e Rússia aumentaram nas últimas semanas, após autoridades ocidentais autorizarem, sob determinados limites, o uso de armas cedidas à Ucrânia contra o território russo. Em uma entrevista coletiva na quarta-feira, Putin classificou a manobra como perigosa e ameaçou enviar armas de longo alcance para países inimigos do Ocidente.

Na entrevista de quinta, Biden reiterou que a autorização dada a Kiev tinha um escopo limitado.

— Não estamos falando em dar armas [à Ucrânia] para atacar Moscou, para atacar o Kremlin. Estamos falando do outro lado da fronteira, de onde estão sendo atingidos por fogo significativo de armas convencionais usadas pelos russos para entrar na Ucrânia, matar os ucranianos — disse o presidente na entrevista. (Com AFP, Bloomberg e NYT)

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