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Por O Globo — Tel Aviv

Um dia após a guerra em Gaza completar oito meses, e bem quando os mediadores correm para tentar selar um acordo de trégua entre as partes do conflito, as Forças Armadas israelenses anunciaram, neste sábado, que suas tropas resgataram com vida quatro reféns mantidos em Gaza após uma “complexa operação diurna”. Os cativos foram identificados como Almog Meir Jan, de 21 anos, Noa Argamani, de 26, Andrey Kozlov, de 27, e Shlomi Ziv, de 41. Eles estão "em boas condições médicas" e foram transferidos para o Centro Médico 'Sheba' Tel-HaShomer para exames adicionais.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o Exército israelense afirmou que eles "foram resgatados em uma operação especial pelas (Forças Armadas) IDF, (Agência de Segurança de Israel) ISA e Polícia de Israel de 2 locais diferentes no coração de Nuseirat (centro de Gaza)". Os reféns foram sequestrados durante o festival de música Supernova, informaram as forças armadas.

Mais de 3 mil pessoas foram ao festival de música no deserto de Neguev, a cinco quilômetros da Faixa de Gaza. O evento devia durar dois dias, mas, às 06h29 de 7 de outubro, as sirenes soaram. Homens armados que chegaram em carros e paramotores começaram, então, a abrir fogo contra a multidão. Durante horas, perseguiram os presentes que tentaram fugir, ou se esconderam em refúgios improvisados. Ao menos 364 pessoas foram mortas no evento e cerca de 40, levadas como reféns.

Conheça um pouco mais sobre eles:

Almog Meir Jan, 21 anos

Almog Meir — Foto: Reprodução
Almog Meir — Foto: Reprodução

Morador da cidade israelense Or Yehuda, foi visto pela última vez em um vídeo feito pelo Hamas por volta de 12h30 (horário local) em 7 de outubro. Segundo seu tio, Aviram Meir, em entrevista ao Times of Israel, Jan pode ser visto no vídeo ao lado de outros jovens, todos "assustados". O exército confirmou à família que o jovem estava entre os cativos levados para Gaza ainda em 12 de outubro.

— Ele me disse: 'Eles estão atirando, eles estão atirando' — contou a mãe de Jan, Orit Meir, ao jornal israelense. — Ele não conseguia entender o que estava acontecendo.

A família contou ao jornal israelense que Jan estava indo para o festival Supernova. O jovem teria passado o dia anterior com os avós, ajudando nos cuidados com avô de 87 anos, que tinha realizado uma cirurgia nas costas duas semanas antes. A mãe reconheceu o filho em um vídeo divulgado pelo Hamas pouco depois do ataque.

— Estava deitado no chão. Estava apavorado — descreveu Orit Meir.

Meir foi descrito pelos familiares como "divertido e (que) leva a vida com leveza", além de "travesso quando criança". Ele também teria sido dispensado do serviço militar três meses antes do seu sequestro e iria iniciar em um trabalho técnico no dia 8 de outubro.

Noa Argamani, 25 anos

Noa Argamani posa com o pai bebendo refrigerante após ser resgatada em Gaza — Foto: Reprodução/X
Noa Argamani posa com o pai bebendo refrigerante após ser resgatada em Gaza — Foto: Reprodução/X

Cidadã israelense nascida na China e estudante na Universidade Ben Gurion, Noa ficou conhecida no mundo todo por aparecer em um dos primeiros vídeos que começaram a circular sobre ataque do Hamas ao sul de Israel. O vídeo teria sido verificado por seu pai, Yaakov Argamani, ao Canal12 israelense. Nas imagens, a jovem aparece na garupa de uma motocicleta gritando: “Não me mate!”. Seu namorado, Avinatan Or, um engenheiro de 30 anos também aparece no vídeo, segundo o jornal The Times of Israel. Ele ainda está em cativeiro.

O casal tinha ido para o festival de música na noite de sexta-feira, mas a jovem não tinham mencionado o destino para os pais, contou Yaakov Argamani, pai de Argamani, segundo vídeo do Bring Them Home Now. Na manhã de sábado, dia do ataque, após participar de compromissos religiosos, o pai da jovem disse que foi verificar o casal e percebeu que a filha não estava no quarto. Tentou contato, mas não obteve retorno. Meia hora depois, minutos antes de ser sequestrado, o namorado da jovem telefonou e contou o que tinha acontecido.

— Trabalhei e lutei muito para ter uma filha — contou o pai ao Times of Israel da jovem na época, aos prantos, ao lado da mulher, Leora, que luta contra o câncer.

Ao jornal israelense, a mulher disse que a filha "adora festas e a vida" e que "não fez nada de errado".

Andrey Kozlov, de 27 anos

Andrey Kozlov — Foto: Reprodução
Andrey Kozlov — Foto: Reprodução

Natural de São Petersburgo, na Rússia, foi contatado pela última vez às 9h do dia 7 de outubro. O jovem, que tem dupla nacionalidade, foi levado como refém enquanto trabalhava como segurança no festival Nova. Durante o ataque, entrou em contato com o pai por mensagem, dizendo ter ouvido tiros, informou o Times of Israel. Ele também contatou os amigos, relatando que não tinha onde se esconder enquanto os combatentes do Hamas invadiam o festival.

A família do jovem russo foi informada oficialmente três semanas depois do ataque que Kozlov estava entre os reféns levados para o enclave palestino.

Kozlov era um recém migrante em Israel, tendo se mudado há cerca de um ano e meio, quando participou do programa de estágio Masa. Segundo sua namorada, Jennifer Master, ele estava feliz no país. Ele morava em Rishon Lezion, nos arredores de Tel vivcom amigos. Apesar de não ter familiares em Israel, sua mãe está no país desde seu sequestro.

Shlomi Ziv, de 41 anos

Shlomi Ziv — Foto: Reprodução
Shlomi Ziv — Foto: Reprodução

Estava trabalhando como segurança no festival quando foi levado como refém pelos militantes. Falou com a irmã por volta de 7h30 da manhã (horário local) e disse que estava tudo bem, afirmando que estava com a equipe em carros e indo pra casa. Adi Kikozashvili, uma de suas irmãs, afirmou ao Times of Israel que Ziv não carregava munição no momento do ataque e que ele teria contado sobre o congestionamento de carros que tentavam sair do local. Sua última conversa foi com sua outra irmã, Revital. Ziv, que respirava pesadamente no momento, disse: "Já te ligo".

O segurança foi ao festival com outras duas pessoas: Aviv Eliyahu, parente de sua esposa e gerente de segurança do evento, e Jake Marlowe, um amigo. Ambos foram mortos durante o ataque.

Ziv, que havia se graduado como designer de interiores pouco antes do atentado, mora com a esposa, Miran, na cidade de Elkosh, na fronteira com o Líbano e trabalhava habitualmente como distribuidor. Segundo o jornal israelense, demoraram semanas até que sua companheira tivesse informações oficiais de que ele estava sendo mantido refém em Gaza. Ele completou 41 anos em cativeiro.

O segurança foi descrito pelas irmãs como o típico irmão mais velho, o primeiro a oferecer ajuda e um "tipo de cara sorridente".

Mais recente Próxima Exército de Israel anuncia resgate de quatro reféns com vida em Gaza

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