O secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Christophe Deloire, morreu neste sábado aos 53 anos, vítima de "um câncer fulminante", anunciou a organização de defesa da liberdade de imprensa. Deloire, no cargo desde 2012, transformou a RSF "em uma campeã da defesa do jornalismo durante 12 anos", afirmou a ONG em um comunicado.
"Foi um defensor incansável, em todos os continentes, da liberdade, da independência e do pluralismo do jornalismo, em um contexto de caos informativo", acrescentou a nota da organização, com sede em Paris. "O jornalismo foi a luta da sua vida, na qual trabalhou com convicção inabalável".
A RSF, fundada por quatro jornalistas em 1985 em Montpellier, no sul da França, tornou-se uma referência na defesa da liberdade de imprensa e do direito à informação no mundo. Desde 2002, a ONG publica um relatório anual sobre os abusos cometidos contra jornalistas em 180 países. Além de denunciar obstáculos à liberdade de informação no mundo, a RSF também ajuda jornalistas presos ou ameaçados, com assistência jurídica e empréstimo de coletes à prova de balas e subsídios, entre outros exemplos.
A RSF também não tem medo de irritar figuras poderosas: descreveu o presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, como "predadores" da liberdade de imprensa.
Deloire, que dirigiu uma das grandes escolas de jornalismo de Paris e trabalhou durante anos nos meios de comunicação locais, ficou conhecido por exigir, entre outros casos, a verdade sobre o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul, em 2018, e denunciar os contínuos ataques à liberdade de imprensa na Rússia, especialmente desde a invasão da Ucrânia.
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