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Por O Globo e agências internacionais — Teerã

O Conselho Guardião do Irã aprovou, neste domingo, o presidente do Parlamento linha-dura do país, o conservador Mohammad Baqer Qalibaf, e outros cinco para concorrerem à eleição presidencial de 28 de junho, após um acidente de helicóptero no último mês que matou o presidente Ebrahim Raisi (1960-2024) e sete outras pessoas. O órgão também barrou novamente a candidatura do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013), um populista conhecido pela repressão.

O Conselho dos Guardiões, órgão não eleito pela população e dominado por conservadores, encarregado de supervisionar o processo eleitoral, validou apenas seis candidaturas entre as 80 apresentadas. A decisão do Conselho representa o ponto de partida para uma campanha de duas semanas para substituir Raisi, um protegido linha-dura do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, que chegou a ser considerado como um possível sucessor para o clérigo de 85 anos.

A seleção de candidatos aprovados pelo Conselho Guardião sugere que a teocracia xiita do Irã espera facilitar a eleição após recentes pleitos terem tido baixa participação. Mulheres ou pessoas que defendam mudanças radicais na governança do país, porém, não podem concorrer. Nas eleições de 2021, o órgão selecionou apenas sete dos 592 candidatos, desqualificando muitas figuras reformistas e moderadas. Isto abriu caminho para que Raisi, candidato do campo conservador e ultraconservador, fosse facilmente eleito no primeiro turno.

A campanha provavelmente incluirá debates televisionados ao vivo pelos candidatos na emissora estatal do Irã. Até agora, nenhum deles ofereceu detalhes específicos, embora todos tenham prometido uma melhor situação econômica para o país, que sofre com sanções dos EUA e de outras nações ocidentais. As eleições também ocorrerão enquanto as tensões permanecem altas sobre o programa nuclear em rápida expansão do país, bem como a guerra entre Israel e Hamas.

O candidato mais proeminente continua sendo Mohammed Bagher Qalibaf, 62 anos, um ex-prefeito de Teerã com laços estreitos com a Guarda Revolucionária paramilitar do país, lembrado por seu passado repressor. Enquanto era general da Guarda, em 1999, Qalibaf fez parte da repressão violenta aos estudantes universitários iranianos. Em 2003, supostamente ordenou o uso de violência contra estudantes enquanto servia como chefe de polícia do país.

O papel de Qalibaf nas repressões pode atrapalhar seus planos, após anos de agitação que tomaram conta do Irã, tanto por sua economia debilitada quanto pelos protestos em massa desencadeados pela morte de Mahsa Amini em 2022, uma jovem que morreu após ser presa por supostamente não usar seu hijab, de acordo com as normas das forças de segurança.

Qalibaf concorreu sem sucesso para presidente em 2005 e 2013. Em 2017, retirou-se da campanha presidencial para apoiar Raisi em sua primeira tentativa fracassada de se eleger. Raisi venceu em sua segunda tentativa, na eleição de 2021, que teve a menor participação de votos já registrada no Irã, após todos os grandes oponentes serem desqualificados.

Na semana passada, Khamenei fez um discurso aludindo a qualidades de Qalibaf, algo que os apoiadores do candidato destacaram como um possível sinal de apoio do líder supremo ao presidente do Parlamento.

Relembre o acidente

Impedido novamente de participar da disputa, Ahmadinejad foi o sexto presidente do Irã. Em 2009, protestos contra sua reeleição varreram a República Islâmica. Em 2013, ele deixou o cargo e foi substituído por Hassan Rouhani, que foi presidente por dois mandatos, antes da eleição de Ebrahim Raisi, que morreu em um trágico acidente de helicóptero em19 de maio.

Além dele, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amirabdollahian, e outros políticos importantes também foram mortos. As investigações continuam, embora as autoridades digam que não há sinais imediatos de que o acidente tenha sido planejado, em uma encosta coberta de nuvens.

Raisi é o segundo presidente iraniano a morrer no cargo. Em 1981, uma explosão de bomba matou o presidente Mohammad Ali Rajai nos dias caóticos após a Revolução Islâmica do país. (Com AFP)

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