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Por AFP — Paris

A vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu na França, no último domingo, que levou o presidente Emmanuel Macron a convocar eleições parlamentares antecipadas, continua chacoalhando a política do país. Nesta quarta-feira, duas figuras importantes da direita e da extrema direita foram defenestradas de postos de liderança de seus partidos em reação interna a uma aliança proposta entre os dois blocos ideologicamente próximos.

No campo da direita, O gabinete político do partido conservador francês Os Republicanos (LR, na sigla em francês) excluiu da formação o seu até agora presidente, Éric Ciotti, depois de ele defender uma "aliança" com a extrema direita, favorita nas pesquisas para as legislativas antecipadas na França, informou o partido em um comunicado. Ciotti foi afastado "por unanimidade".

"Os Republicanos vão apresentar candidatos aos franceses com clareza e independência [para as eleições legislativas]", afirmou a deputada conservadora Annie Genevard. Pouco depois, Ciotti reagiu, repudiando o resultado da votação, argumentando que ele, enquanto presidente, não participou da mesma.

"Eu sou e continuo sendo o presidente da nossa formação política, eleito por nossos afiliados", afirmou Ciotti na rede social X (antigo Twitter). "A reunião organizada nesta tarde viola flagrantemente os estatutos. Nenhuma das decisões tomadas nesta reunião tem consequências legais. Pode ter consequências penais".

Altos dirigentes do partido encarregaram Annie Genevard e o deputado François-Xavier Bellamy para cuidar da "governança" do partido.

Um dia antes, Ciotti, à frente do tradicional partido de direita — que governou a França no passado com os presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy — manifestou-se favoravelmente à união entre a direita tradicional e os extremistas de Marine Le Pen, algo rejeitado por deputados de sua própria coalizão.

Na terça-feira, ele afirmou à emissora TF1 que a aliança com a extrema direita era necessária, mas "sem deixar de sermos nós mesmos". Duas primeiras pesquisas sobre as legislativas atribuem ao RN entre 33% e 34% das intenções de voto.

Deputada conservadora Annie Genevard fala com a imprensa após decisão do gabinete político — Foto: Dimitar Dilkoff/AFP
Deputada conservadora Annie Genevard fala com a imprensa após decisão do gabinete político — Foto: Dimitar Dilkoff/AFP

As reações de seu partido não demoraram e o líder republicano no Senado, Bruno Retailleau, qualificou a proposta de "pessoal", enquanto seu contraparte na Assembleia Nacional, Olivier Marleix, pediu a demissão de Ciotti.

Até então, os partidos da chamada direita republicana nunca tinham aceitado fazer coalizões com a extrema direita — pelo contrário, chegaram a chamar a esquerda para formar uma frente comum.

Macron conclamou, nesta quarta-feira, partidos moderados a formarem uma frente comum em oposição ao avanço dos "extremos". O presidente chegou a mencionar a aproximação dos republicanos com a extrema direita nominalmente.

Marion fora

Do outro lado da cerca, o partido de extrema direita Reconquista também anunciou uma exclusão da vice-líder da legenda, Marion Maréchal, por ter sugerido uma aliança com o RN.

Segundo o presidente da sigla, Eric Zemmour, a sobrinha de Le Pen "negociou alguns lugares miseráveis ​​para ela, seus amigos e seu clã dentro do RN", acrescentando que "este é o recorde mundial de traição" e que ela sempre desprezou o próprio partido.

A eurodeputada incentivou o voto nos candidatos da aliança nas eleições legislativas antecipadas, e criticou Zemmour por planejar pôr candidatos do Reconquista contra o RN. Apesar disso, Zemmour afirmou que está disposto a retirar seus candidatos se houver um acordo com o RN.

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