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Por AFP — Rio de Janeiro

O mundo assistiu a um recorde de 120 milhões de pessoas deslocadas à força até ao fim de abril de 2024, alertou a ONU nesta quinta-feira. E esse número continua a aumentar devido a guerras, violência e perseguições. O deslocamento forçado em todo o planeta aumentou pelo 12º ano consecutivo, após os conflitos em Gaza, no Sudão e na Birmânia, afirmou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em seu relatório anual.

— A guerra continua a ser a força motriz por trás dos deslocamentos em massa — explicou o chefe do Acnur, Filippo Grandi, numa conferência de imprensa em Genebra.

No fim do ano passado, havia 117,3 milhões de pessoas deslocadas. Hoje há quase três vezes mais pessoas deslocadas do que em 2012 — o número é equivalente à população do Japão, alerta o relatório. Segundo Grand, o aumento das crises é palpável e as mudanças climáticas impactam no deslocamento de populações e nos conflitos.

No ano passado, o Acnur declarou 43 situações de emergência em 29 países, ou seja, quatro vezes mais do que era habitual há alguns anos, destacou o chefe da ACNUR.

Venezuela, terceiro país com mais exilados

O Acnur destaca que 23 milhões destas pessoas estão nas Américas, onde acontecem "movimentos mistos de pessoas refugiadas e migrantes sem precedentes, frequentemente ao longo de rotas extremamente perigosas".

Segundo o relatório, o número de venezuelanos deslocados no exterior aumentou em 2023, passando de 5,4 milhões para 6,1 milhões de pessoas, a maioria em outros países latino-americanos, como a Colômbia, que abriga 2,9 milhões de venezuelanos, e o Brasil. O número deixa a Venezuela como o terceiro país com o maior número de deslocados no exterior no mundo, atrás apenas de Afeganistão e Síria, e à frente da Ucrânia.

O Alto Comissariado também registra avanços no continente na adoção de "soluções para garantir a proteção, regularização e integração das pessoas em situação de deslocamento". O relatório menciona os casos do Brasil, Colômbia, Peru e Equador, com "vastos programas de regularização para pessoas refugiadas e migrantes vulneráveis, garantindo documentação e acesso a serviços".

O diretor regional do Acnur para as Américas, José Samaniego, elogiou e estratégia adotada em muitos países "para abordar as causas profundas do deslocamento nos países de origem, para responder às necessidades humanitárias e de proteção das pessoas em trânsito e para fortalecer a proteção, inclusão e soluções nos países de destino e de retorno".

No relatório, o Acnur tenta mais uma vez desmentir a falsa percepção de que os refugiados e outros migrantes se dirigem quase sempre para os países ricos. "A grande maioria dos refugiados é recebida em países vizinhos, com 75% residindo em países de renda baixa ou média", afirma o documento.

Sudão e Gaza

Grande parte do aumento do número de deslocados à força no mundo é provocado pela guerra civil no Sudão, iniciada em abril de 2023 e que causou a fuga de mais de nove milhões de pessoas. Os combates na República Democrática do Congo e em Mianmar também provocaram milhões de novos deslocados no último ano.

Na Faixa de Gaza, a ONU calcula que 1,7 milhão de pessoas (75% da população do território) foram deslocadas pela guerra entre Israel e o Hamas.

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