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Por O Globo e agências internacionais — Porto Príncipe

RESUMO

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GERADO EM: 18/06/2024 - 14:52

Crescimento dos deslocados no Haiti

O número de deslocados no Haiti aumentou 60% devido à violência das gangues. Crise política e humanitária atinge o país, com gangues buscando poder e imunidade. Organizações de ajuda enfrentam dificuldades para atuar.

O número de deslocados internos no Haiti aumentou 60% nos últimos três meses, como resultado da intensificação da violência das gangues, anunciou a ONU nesta terça-feira. O crescimento ocorre em meio a uma grave crise política, social e humanitária.

Segundo as Nações Unidas, o número aumentou de 362,5 mil no início de março para 578 mil pessoas deslocadas numa população de 10 milhões de habitantes.

— Estes números são uma consequência direta da espiral de violência que atingiu um novo marco em fevereiro — disse o diretor da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Phipippe Branchat. — A interminável crise no Haiti está fazendo com que mais pessoas fujam de seus lares e deixem tudo para trás. Isso não é algo que fazem rapidamente. E mais, para muitos deles não é a primeira vez.

Em menos da metade do ano, o número é quase o mesmo que o de todo 2023, apontou a OIM. No país, afogado no caos há décadas, um governo recém-formado tenta restabelecer a ordem após uma crise provocada pela violência das gangues, especialmente na capital, Porto Príncipe. O país é alvo de distúrbios há anos, mas, no final de fevereiro, grupos armados lançaram ataques coordenados na capital, argumentando que queriam derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando.

Mesmo com as gangues aterrorizando o Haiti, sequestrando civis em massa e matando à vontade, Henry manteve-se no poder por anos. Foi somente em março que ele anunciou que renunciaria e entregaria o Poder Executivo a um Conselho de transição que deve realizar novas eleições no país, onde não há pleito desde 2016. Um novo primeiro-ministro (Garry Conille) e um novo Gabinete já foram nomeados.

— Ariel renunciou não por causa da política, não por causa das enormes manifestações de rua contra ele ao longo dos anos, mas por causa da violência praticada pelas gangues — disse Judes Jonathas, um consultor haitiano que trabalha há anos com prestação de ajuda. — A situação mudou totalmente agora, porque as gangues estão trabalhando juntas.

Não está claro o quão forte é a aliança ou se ela durará. O que é evidente é que os grupos criminosos estão tentando capitalizar seu controle de Porto Príncipe para se tornarem uma força política legítima nas negociações que estão sendo intermediadas por governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos, a França e as nações do Caribe.

No início de março, Henry viajou para Nairóbi para finalizar um acordo para que uma força de segurança liderada pelo Quênia fosse enviada ao Haiti. As gangues aproveitaram a ausência de Henry, que é altamente impopular, e e poucos dias, fecharam o aeroporto, saquearam portos marítimos, atacaram contra cerca de uma dúzia de delegacias e libertaram 4.600 presos da cadeia.

Os grupos exigiram que Henry renunciasse, ameaçando piorar a violência caso le se recusasse. Desde que concordou em abdicar do poder, no entanto, as gangues parecem estar concentradas em garantir imunidade em processos criminais e se manterem fora da cadeia, segundo analistas.

Dificuldade de atuação

O Escritório Internacional de Migração da ONU começou a rastrear os deslocados internos em novembro e descobriu que cerca de 70% estavam hospedados com amigos ou parentes. Agora, 60% estão em um dos 86 locais de desabrigados, disse Daniele Febei, chefe de operações de emergência do escritório de migração da ONU no Haiti.

Em maio, mais de 180 mil — cerca de metade dos desabrigados à época — eram menores de idade. Quase três dúzias de escolas na área de Porto Príncipe foram forçadas a fechar as portas para dar lugar aos deslocados. Febei explicou ainda que as gangues forçaram também a saída das pessoas de suas casas para que pudessem usar os bairros como bases de operações para esconder as vítimas de sequestro.

Metade dos desabrigados está recebendo serviços de ajuda, disseram as agências da ONU, embora o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que se concentra nas necessidades das crianças nos países em desenvolvimento, tenha suspendido a distribuição de água em alguns dias porque "era muito perigoso andar pelas ruas".

— A resposta não tem sido das melhores — disse Febei, observando que a violência expulsou muitas organizações de ajuda sem fins lucrativos. — Digamos que 40% dos locais tenham um sistema de coleta de lixo. O que isso significa? Que 60% não têm.

O aumento no número de haitianos deslocados deve-se, em grande parte, ao fato de as pessoas fugirem de Porto Príncipe para outras províncias, que não têm recursos para cuidar delas, de acordo com o relatório. (Com AFP e New York Times)

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