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Por O Globo, com agências internacionais — Tel Aviv

RESUMO

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GERADO EM: 24/06/2024 - 09:30

Netanyahu propõe trégua parcial em Gaza

Netanyahu fala em trégua parcial em Gaza, contradizendo termos de negociação. Críticas da oposição e divergências sobre o futuro do Hamas. Operação militar em Rafah próxima do fim. Manutenção do controle militar em Gaza e busca por alternativas civis.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a ser alvo de críticas internas nesta segunda-feira, após afirmar em uma entrevista no domingo que estaria preparado para uma interrupção parcial da guerra no enclave palestino, mas que o conflito iria continuar até a destruição total do grupo terrorista Hamas — uma meta que trouxe à tona divergências internas do país na semana passada. De acordo com autoridades do país, as falas do premier parecem contradizer os termos apresentados aos negociadores que tentam mediar o fim do conflito e a volta dos reféns israelenses.

Em uma entrevista ao Canal 4 da TV israelense, o premier foi questionado sobre a possibilidade de chegar a um acordo com o Hamas, ao fim da fase de maior intensidade da guerra, para acabar com o conflito. Netanyahu negou a possibilidade de encerrar a operação militar por meio de um trato com o grupo palestino, falando em uma "pausa parcial".

— Não. Não estou preparado para acabar com a guerra e deixar o Hamas de pé. Estou preparado para fazer um acordo parcial, isso não é segredo, que devolveria algumas pessoas para nós — disse o premier, referindo-se aos estimados 120 reféns ainda em Gaza, dos quais 43 foram declarados mortos. — Mas somos obrigados a continuar os combates após uma pausa a fim de completar o nosso objetivo de destruir o Hamas. Não estou preparado para desistir disso.

As falas parecem contradizer os termos apresentados pelo governo israelense ao presidente dos EUA, Joe Biden, e encaminhados para outros negociadores que tentam mediar a paz entre o Estado judeu e o enclave palestino, que previa um plano de três etapas, culminando com o fim das hostilidades. O general Gadi Eisenkot, ex-integrante do Gabinete de guerra — dissolvido por Netanyahu na semana passada —, disse que as declarações do premier são avessas ao que era debatido no órgão.

— Até duas semanas atrás, em todas as discussões que tivemos no Gabinete de guerra, havia apenas duas alternativas: ou um acordo completo em uma etapa ou um acordo em três fases — disse Eisenkot aos membros do Comitê de Relações Exteriores e Defesa da Knesset (Parlamento israelense), citado pelo jornal Times of Israel. — A declaração do primeiro-ministro sobre um acordo parcial é contrária à decisão do Gabinete de guerra. Talvez tenha sido um deslize freudiano, talvez apenas um pensamento. Mas acho que requer um esclarecimento imediato à luz da turbulência mental causada às famílias dos reféns.

Logo após o atentado de 7 de outubro, quando homens do Hamas e de outros grupos extremistas palestinos deixaram quase 1,2 mil mortos e fizeram 252 reféns ao invadir o sul de Israel, a cúpula política e militar de Israel definiu três objetivos para a operação em Gaza: o resgate dos reféns capturados, a criação de uma nova realidade de segurança na região e a eliminação do Hamas. Após quase nove meses de guerra, a capacidade de atingir o último desses objetivos pela via militar é uma das questões que dividem o país.

Na semana passada, o principal porta-voz das Forças Armadas israelenses, Daniel Hagari, afirmou que, por se tratar de uma ideologia, o Hamas não seria facilmente retirado da cena política de Gaza e sugeriu que a missão seria quase impossível sem a criação de uma alternativa em Gaza.

— O Hamas é uma ideia, um partido. Quem pensa que podemos eliminá-lo está errado — disse Hagari. — Se não trouxermos algo diferente para Gaza, no fim das contas, teremos o Hamas.

A fala provocou uma resposta rápida do escritório de Netanyahu, que disse em nota ter estabelecido a aniquilação do Hamas como um dos objetivos de guerra e que as Forças Armadas de Israel estavam “obviamente comprometidas com isso”.

O Exército, por sua vez, declarou em um comunicado que tem trabalhado alinhado com esse propósito “ao longo da guerra, dia e noite” e que continuará assim. A instituição sublinhou que Hagari falou “sobre a destruição do Hamas enquanto ideologia”, e que as palavras do porta-voz foram “claras e explícitas”, de modo que “qualquer outra afirmação seria tirar as coisas do contexto”.

Palestino ferido é transportado amarrado a veículo ​​israelense na Cisjordânia

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A tensão política interna, contudo, tem girado em torno da proposição sobre o fim do Hamas, a criação de uma alternativa em Gaza e um acordo para encerrar as hostilidades. Quando Eisenkot e Benny Gantz, líder da oposição de centro-direita a Netanyahu, deixaram o Gabinete de Guerra, provocando a dissolução da instituição, Gantz justificou dizendo que o premier não atendeu ao ultimato sobre a apresentação de um plano para o 'dia seguinte' no enclave.

Na entrevista de domingo, perguntado sobre o pós-guerra em Gaza, Netanyahu afirmou que está "claro" que Israel vai manter "o controle militar em um futuro próximo".

— Também queremos criar um governo civil, se possível com palestinos locais [e um apoio regional] para administrar o fornecimento [de material] humanitário e, mais adiante, as questões civis na Faixa — acrescentou o premier.

Operação em Rafah perto do fim

Na entrevista de domingo, o premier israelense também afirmou que "a fase intensa dos combates contra o Hamas está prestes a terminar em Rafah".

— Está prestes a terminar. Isto não significa que a guerra esteja a ponto de terminar, mas a fase intensa da guerra está prestes a terminar em Rafah — afirmou em entrevista ao Channel 4. — Após o final da fase intensa, poderemos deslocar algumas forças para o norte, e vamos fazê-lo.

O norte é a fronteira com o Líbano, onde Israel mede forças com o movimento xiita libanês Hezbollah, aliado do Hamas e do Eixo da Resistência, liderado pelo Irã. (Com AFP)

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