Mundo
PUBLICIDADE

Por O GLOBO — Paris

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 01/07/2024 - 16:32

Candidatos desistem do 2º turno para combater extrema direita

Mais de 160 candidatos na França desistem do 2º turno para combater a extrema direita, seguindo estratégia de 'cordão sanitário' para concentrar votos e evitar vitória radical. Macron e partidos de esquerda lideram movimento, buscando impedir avanço do Reagrupamento Nacional.

Obedecendo a instruções partidárias para diminuir as chances de vitória de candidatos de extrema direita no 2º turno das eleições legislativas francesas, candidatos da coalizão Renascimento, do presidente Emmanuel Macron, e da Nova Frente Popular, de esquerda, começaram a anunciar suas desistências de disputas envolvendo três ou mais candidatos. De acordo com uma atualização do jornal Le Monde, na tarde desta segunda-feira, 167 candidatos já haviam retirado suas pretensões de concorrer, em uma estratégia para concentrar os votos na opção mais viável contra a extrema direita.

O sistema político francês divide o país em 577 círculos eleitorais, cada um deles representado por apenas um deputado. Para ser eleito, o deputado precisa conquistar maioria simples (50% + 1 voto) no 1º turno ou ser o mais votado (proporcionalmente) em um 2º turno disputado não apenas por dois, mas pelo número de postulantes que alcançar um mínimo de 12,5% dos votos. Essa peculiaridade da política francesa cria a possibilidade das chamadas disputas triangulares — quando há três candidatos no 2º turno.

Ainda de acordo com o Le Monde, a votação em 1º turno criou 306 disputas triangulares. Entretanto, o número na prática será menor, considerando a desistência dos candidatos governistas e de esquerda, que seguiram às recomendações de seus partidos.

Na noite de ontem, tanto líderes da Nova Frente Popular, como Jean-Luc Mélenchon, do França Insubmissa, e Raphaël Glucksmann, do Partido Socialista, quanto o premier Gabriel Attal, protegido de Macron, anunciaram que seus correligionários que se qualificaram para o 2º turno como terceiros mais votados em seus círculos eleitorais deveriam retirar suas candidaturas, para facilitar o enfrentamento contra candidatos do Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella.

Líder do partido de esquerda La France Insoumise (LFI), parte da coalizão de esquerda Nouveau Front Populaire (NFP), Jean-Luc Mélenchon faz um discurso após o anúncio dos resultados do primeiro turno das eleições em Paris, em 30 de junho de 2024. — Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP
Líder do partido de esquerda La France Insoumise (LFI), parte da coalizão de esquerda Nouveau Front Populaire (NFP), Jean-Luc Mélenchon faz um discurso após o anúncio dos resultados do primeiro turno das eleições em Paris, em 30 de junho de 2024. — Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP

A estratégia de isolar a extrema direita é conhecida na França como "cordão sanitário". Ela já foi usada em outros pleitos em que a extrema direita chegou ao 2º turno com chances de vitória, como em 2002, quando o candidato de direita Jacques Chirac, dos Republicanos, recebeu apoio de partidos de centro e esquerda para derrotar Jean-Marie Le Pen, da então Frente Nacional.

Mesmo se funcionar, o cordão sanitário só deve ser capaz de reduzir danos, uma vez que as pesquisas apontam que o RN deve acabar como o partido com mais cadeiras ao fim das eleições. Impedir que a legenda chegue ao governo pela primeira vez, no entanto, parece ser um objetivo unificados.

A coalizão de esquerda havia anunciado antecipadamente que retiraria as candidaturas em círculos eleitorais que seus representantes estivessem em condição menos favorável para derrotar a extrema direita. A dúvida permanecia sobre os partidos da coalizão de Macron, que fez uma campanha aberta contra os extremos da política francesa, equiparando o Reagrupamento Nacional à França Insubmissa, que integra a Nova Frente Popular.

Embora os candidatos tenham começado a se retirar, as mensagens na noite de domingo não foram totalmente esclarecedoras. Attal fez um pronunciamento, no qual defendeu que "nenhum voto" deveria ser dado ao RN, instando a retirada das candidaturas. Édouard Philippe, ex-premier e líder do Horizon, que compõe a coalizão, disse que os candidatos pelo partido só deveriam se retirar da disputa se o 2º turno não se tornasse uma disputa entre o França Insubmissa e o Reagrupamento Nacional.

A quantidade final de candidatos envolvidos nas disputas de 2º turno será conhecida na noite de terça-feira, prazo final para que os partidos e candidatos confirmem quem continua e quem abandona a disputa.

Mais recente Próxima Eleição na França impõe derrota a Macron e força ao máximo 'cordão sanitário' contra extrema direita
Mais do Globo

Agressão aconteceu durante partida entre Portugal e Eslovênia; Uefa condenou violência

Polícia alemã investiga vídeo em que torcedor é agredido por segurança da Eurocopa; veja

A Lua nesta quinta-feira (4) está em sua fase minguante; veja calendário das fases lunar para o mês de junho

Lua hoje: veja a fase lunar desta quinta-feira (4)

Procedimentos on-line automáticos e ineficácia de filtros levam a disparada na concessão de BPC e auxílio-doença

Revisão em benefícios da Previdência é essencial para controle de gastos

Centroavante atuou por 27 minutos na segunda etapa e deu ótima assistência para Bruno Henrique

Tite explica Pedro no banco de reservas na vitória do Flamengo contra o Atlético-MG: 'Não sou maluco, ele ia estourar'

Transparência e clareza ajudaram a dissipar dúvidas, facilitando a aceitação das mudanças propostas pelo Plano Real

Comunicação é estratégica na economia contemporânea

Esperamos que a regulamentação da reforma tributária siga princípios de desburocratização, simplificação e paridade

É importante reconhecer a importância da solidez fiscal

Influenciadora brigou com o pai que não aceitava bem o seu relacionamento com o antigo marido, com quem teve um filho, e se envolveu conflitos familiares por política

Filha de Leonardo, Jéssica Beatriz Costa já teve desentendimentos com o pai e João Guilherme; entenda

Demora na definição do vice da chapa republicana está ligada à possível substituição do democrata na disputa pela Casa Branca; favorita entre os nomes cogitados, a vice Kamala Harris pode atrair os 'eleitores nem-nem'

Análise: Silêncio de Donald Trump revela tanto quanto a arrastada cerimônia de adeus de Joe Biden

Sob liderança de Keir Starmer, sigla de esquerda aproximou-se do centro e chega à disputa com eleitorado consolidado; Sunak tenta manter ânimo governista, apesar de avanço da extrema direita

Reino Unido vai às urnas com Partido Conservador em crise e trabalhista favorito pela primeira vez em 14 anos

A abstinência sexual deles durou dias, meses ou até mesmo anos

Folgosi, Bieber e Baby: os famosos que afirmam já ter ficado sem sexo