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Por O Globo e agências internacionais — Buenos Aires

RESUMO

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GERADO EM: 02/07/2024 - 14:08

Milei critica fraude na Bolívia e chama Lula de corrupto, gerando tensão diplomática

Milei critica suposta fraude na Bolívia e chama Lula de corrupto, gerando tensão diplomática. Presidente argentino não participará de cúpula do Mercosul e planeja encontro com Bolsonaro.

O presidente argentino, Javier Milei, insistiu que a tentativa fracassada de golpe de Estado na Bolívia foi uma “fraude montada” nesta terça-feira, um dia depois de o Ministério das Relações Exteriores boliviano ter chamado o embaixador argentino em La Paz para repudiar as declarações “inamistosas, temerárias, desinformadas e tendenciosas” do mandatário. Na mesma publicação, Milei também voltou a chamar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “comunista e corrupto”.

“O perfeito dinossauro idiota: ele erra no caso da Bolívia e me critica por não declarar de imediato. A fraude montada na Bolívia é conhecida, e o perfeito idiota, em vez de admitir seu erro, me critica por deixar sua estupidez à vista”, escreveu Milei no X (antigo Twitter), sem mencionar exatamente quem seria o “perfeito idiota”. A publicação reforçou a ideia do comunicado emitido pela Casa Rosada que elevou os atritos diplomáticos entre Buenos Aires e La Paz.

Nesta segunda-feira, a Bolívia convocou seu embaixador em Buenos Aires para consultas. A administração boliviana demonstrou irritação com a declaração da Argentina sobre o golpe fracassado contra o presidente Luis Arce na semana passada. O Ministério das Relações Exteriores boliviano também convocou o embaixador argentino em La Paz para reforçar sua insatisfação com o comunicado argentino.

A Chancelaria boliviana disse que “as afirmações desinformadas e tendenciosas” sobre a “inexistência de um golpe de Estado” fracassado representam “um negacionismo inaceitável”, e convidou a Presidência argentina a “informar-se e agir no âmbito dos princípios de respeito à soberania e não intervenção nos assuntos internos de outros Estados”.

O governo ultraliberal de Milei, que mantém relações muito tensas com vizinhos de esquerda, citou “relatórios de inteligência” para apoiar as declarações do ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019), ex-aliado e atual desafeto de Arce, que chamou a insurgência dos militares na última semana de uma tentativa de “autogolpe”. Segundo Morales, o objetivo do ocorrido era aumentar a popularidade do presidente.

'Comunista e corrupto'

Em meio à crescente tensão entre os presidentes da Argentina e do Brasil e um dia após Milei anunciar que não participará da próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no dia 8 de julho, o argentino também afirmou que “depois das agressões de Lula (especialmente sua forte interferência na campanha eleitoral e apoio solidário à campanha mais suja da história), ele se queixa porque respondo com a verdade (ele esteve preso por corrupção e é comunista)”.

O presidente argentino argumentou problemas de agenda para desistir de sua participação na cúpula do Mercosul, da qual a Argentina faz parte com Brasil, Paraguai e Uruguai, e que será realizada em Assunção. Ele será representado pela ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino.

As diferenças entre o mandatário argentino e o brasileiro se exacerbaram quando Lula declarou, em entrevista ao UOL na semana passada, que Milei “falou muita bobagem” no ano passado, enquanto ainda disputava as eleições presidenciais, e que deve um pedido de desculpas a ele e ao Brasil. Longe de diminuir o tom, o ultraliberal disse que não tem por que pedir perdão e chamou Lula de “esquerdista com o ego inflado”.

— Qual é o problema? Que eu disse que ele era corrupto? Ele não foi preso por corrupção? E o que eu disse, comunista? Ele não é comunista? Desde quando você tem de se desculpar por dizer a verdade? — ironizou Milei. — Ou estamos tão infectados pelo politicamente correto que nada pode ser dito sobre a esquerda, mesmo que seja verdade?

O porta-voz do mandatário argentino, Manuel Adorni, anunciou nesta segunda-feira que Milei viajará para o Brasil no fim de semana para participar de um evento no qual “não está descartado” um encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Milei fará uma palestra na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) em Camboriú, Santa Catarina, onde Bolsonaro também será um dos palestrantes. (Com AFP e La Nacion)

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