O número de mortos por enchentes em Bangladesh nesta semana aumentou para oito, deixando mais de dois milhões de pessoas afetadas depois que fortes chuvas fizeram grandes rios transbordarem, confirmaram autoridades neste sábado. O país do sul da Ásia, com 170 milhões de habitantes, atravessado por centenas de rios, tem registrado inundações mais frequentes nas últimas décadas.
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As mudanças climáticas tornaram as chuvas mais irregulares e derreteram as geleiras rio acima nas montanhas do Himalaia. Dois adolescentes morreram quando um barco virou nas águas da enchente em Shahjadur, disse à AFP o chefe de polícia da cidade rural do norte, Sabuj Rana.
"Havia nove pessoas no pequeno barco. Sete nadaram para a segurança. Dois meninos não sabiam nadar. Eles se afogaram", disse ele.
![Inundações em Bangladesh deixam ao menos oito mortos e dois milhões de afetados — Foto: Mamun Hossain/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/bVo4puw1OiWE0sDbwDlV61JegiA=/0x0:1060x704/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/V/N/klMIhjSpKa4jrcuoefpQ/whatsapp-image-2024-07-06-at-17.53.45.jpeg)
Bishwadeb Roy, chefe de polícia em Kurigram, disse à AFP que outras três pessoas morreram em dois incidentes separados de eletrocussão depois que seus barcos ficaram presos em fios elétricos energizados pela água da enchente. Outros três morreram em incidentes relacionados a enchentes no país, disseram autoridades à AFP no início desta semana.
O governo disse que abriu centenas de abrigos para pessoas desabrigadas pelas águas e enviou alimentos e ajuda humanitária para distritos mais afetados na região norte do país.
"Mais de dois milhões de pessoas foram afetadas pelas enchentes. Dezessete dos 64 distritos do país foram afetados", disse Kamrul Hasan, secretário do ministério de gestão de desastres do país, à AFP.
Primeiros deslocados por mudanças climáticas deixam ilha no Panamá
![Primeiros deslocados por mudanças climáticas deixam ilha no Panamá — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/g6YTOSsIou7rqoDNZv_LTEkHisk=/0x0:4032x2268/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/R/7/mcRtzQTDKYg2qdMPfetg/107106498-topshot-aerial-view-of-nuevo-carti-neighbourhood-in-carti-port-guna-yala-comarca-on-the.jpg)
![Primeiros deslocados por mudanças climáticas deixam ilha no Panamá — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/PD3vJCEqT2c31ATmKDk9YuVV-IY=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/R/7/mcRtzQTDKYg2qdMPfetg/107106498-topshot-aerial-view-of-nuevo-carti-neighbourhood-in-carti-port-guna-yala-comarca-on-the.jpg)
Primeiros deslocados por mudanças climáticas deixam ilha no Panamá — Foto: Martin Bernetti/AFP
![O governo panamenho construiu o projeto Nuevo Cartí, na região indígena de Guna Yala, no Caribe, para realocar cerca de 1.200 habitantes de Cartí Sugdupu — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/T3Zt4V1lcN_bMwHYi0wa3BTzwOE=/0x0:5837x3762/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/a/l/O3OBuAQcCE1EoHt6grIQ/107104351-an-indigenous-guna-walks-carrying-some-belongings-on-arrival-at-her-new-home-in-nuevo-cart.jpg)
![O governo panamenho construiu o projeto Nuevo Cartí, na região indígena de Guna Yala, no Caribe, para realocar cerca de 1.200 habitantes de Cartí Sugdupu — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/FCWjnLNeGs5BGUCTdc2aO9QChNk=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/a/l/O3OBuAQcCE1EoHt6grIQ/107104351-an-indigenous-guna-walks-carrying-some-belongings-on-arrival-at-her-new-home-in-nuevo-cart.jpg)
O governo panamenho construiu o projeto Nuevo Cartí, na região indígena de Guna Yala, no Caribe, para realocar cerca de 1.200 habitantes de Cartí Sugdupu — Foto: Martin Bernetti/AFP
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![Os moradores se mudarão gradativamente a partir da próxima semana de sua ilha distante, a cerca de 15 minutos de barco — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/8fcWEAeLGc-eq6U2mLJfwc4jNhs=/0x0:5371x3627/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/S/LFsTEMS92oyQNwAwamUA/107105724-topshot-indigenous-gunas-walk-carrying-some-belongings-on-arrival-at-their-new-home-in-n.jpg)
![Os moradores se mudarão gradativamente a partir da próxima semana de sua ilha distante, a cerca de 15 minutos de barco — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/fJ-0fiwxPzd6K7J6trF2Ts1lz48=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/m/S/LFsTEMS92oyQNwAwamUA/107105724-topshot-indigenous-gunas-walk-carrying-some-belongings-on-arrival-at-their-new-home-in-n.jpg)
Os moradores se mudarão gradativamente a partir da próxima semana de sua ilha distante, a cerca de 15 minutos de barco — Foto: Martin Bernetti/AFP
![Eles são os primeiros deslocados pelas mudanças climáticas no Panamá — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/M3hQge161Jz-lxlcy4E8TEC4cYQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/p/5/iBDClYSqWNNSU1nKoA8w/107105726-topshot-indigenous-gunas-wait-outside-their-new-homes-in-nuevo-carti-guna-yala-comarca-o.jpg)
Eles são os primeiros deslocados pelas mudanças climáticas no Panamá — Foto: Martin Bernetti/AFP
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![Os indígenas vivem superlotados e sem serviços básicos em Cartí Sugdupu, uma ilha do tamanho de cinco campos de futebol — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/BhkuH8UXCdLCG3bTaKroLczkCLs=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/2/J/qiAUHySFmBxKgSAnOzWg/107105730-topshot-an-indigenous-guna-l-celebrates-while-receiving-the-key-to-her-new-home-in-nuevo.jpg)
Os indígenas vivem superlotados e sem serviços básicos em Cartí Sugdupu, uma ilha do tamanho de cinco campos de futebol — Foto: Martin Bernetti/AFP
![Arquipélago da região de Guna Yala tem várias casas com risco de inundação — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/gunNMFHbVQdbPfpIi6ta1_oWTJ0=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/H/e/rNAzukSnKelolIxKq9UA/107106550-topshot-an-elderly-indigenous-guna-sits-outside-her-new-home-in-nuevo-carti-guna-yala-co.jpg)
Arquipélago da região de Guna Yala tem várias casas com risco de inundação — Foto: Martin Bernetti/AFP
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![Nuevo Cartí foi construída com um investimento estatal de 12,2 milhões de dólares, em um terreno de 14 hectares pertencente à comunidade que se desloca — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/s38RBzhsG67Ofg9BvtM57uDU4J4=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/r/e/sb5cZOTYCNTFoz5bHdJA/107104365-aerial-view-of-nuevo-carti-neighbourhood-in-carti-port-guna-yala-comarca-on-the-caribbean.jpg)
Nuevo Cartí foi construída com um investimento estatal de 12,2 milhões de dólares, em um terreno de 14 hectares pertencente à comunidade que se desloca — Foto: Martin Bernetti/AFP
![Os habitantes de Cartí vivem da pesca, do turismo e da produção de mandioca e banana, que colhem na área continental — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/x0WIZ5hA7QH5mjiPfMjL4VgYOOU=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/s/T/pAVlIsQ92dcrHdxrNzBw/107104369-aerial-view-of-nuevo-carti-neighbourhood-in-carti-port-guna-yala-comarca-on-the-caribbean.jpg)
Os habitantes de Cartí vivem da pesca, do turismo e da produção de mandioca e banana, que colhem na área continental — Foto: Martin Bernetti/AFP
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![Laurentino Cortizo, presidente do país (à esquerda, de máscara), entregou chaves e participou de inaugurações — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/C_8uOF8Rc-Tj-RhBw2R2mM1UBYo=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/k/s/LBl5ttQyK0P8ARhNsblQ/107105888-panamas-president-laurentino-cortizo-2nd-l-stand-amid-indigenous-gunas-during-a-ceremony.jpg)
Laurentino Cortizo, presidente do país (à esquerda, de máscara), entregou chaves e participou de inaugurações — Foto: Martin Bernetti/AFP
![Apesar de pequenas, as casas dispõem de dois quartos, sala de estar, sala de jantar, cozinha, banheiro e lavandaria, bem como água e luz — Foto: Martin Bernetti/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/aiEdjCwgNCZSi-fgXhKPD11XxoQ=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/r/r/BcZe5ORvqUGrYmdsxfuw/107106236-indigenous-gunas-sit-outside-their-new-homes-in-nuevo-carti-guna-yala-comarca-on-the-carib.jpg)
Apesar de pequenas, as casas dispõem de dois quartos, sala de estar, sala de jantar, cozinha, banheiro e lavandaria, bem como água e luz — Foto: Martin Bernetti/AFP
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Hasan disse que a situação das enchentes pode piorar no norte nos próximos dias, com o Brahmaputra, um dos principais cursos de água de Bangladesh, fluindo acima dos níveis de perigo em algumas áreas. No distrito de Kurigram, o mais atingido, oito das nove cidades rurais foram afetadas pelas enchentes, disse à AFP o responsável local por desastres e assistência, Abdul Hye.
"Vivemos com enchentes aqui. Mas este ano a água estava muito alta. Em três dias, o Brahmaputra subiu de seis a oito pés [de 2 a 2,5 metros]", disse Abdul Gafur, um conselheiro local do distrito, à AFP. "A água da enchente inundou mais de 80% das casas na minha área. Estamos tentando entregar comida, especialmente arroz e óleo comestível. Mas há uma crise de água potável."
Bangladesh está no meio da monção anual de verão, que traz ao sul da Ásia de 70% a 80% de sua precipitação anual, além de mortes e destruição regulares devido a inundações e deslizamentos de terra. A precipitação é difícil de prever e varia consideravelmente, mas os cientistas dizem que as mudanças climáticas estão tornando as monções mais fortes e irregulares.
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