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Por O Globo e agências internacionais — Londres

Como prometido durante a campanha, o novo primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, anunciou neste sábado sua intenção de abandonar de vez o plano do governo anterior, conservador, de enviar migrantes que chegam ao país em situação irregular para Ruanda. Durante uma entrevista coletiva realizada após sua primeira reunião de Gabinete com seus novos ministros, Starmer afirmou que o projeto “já estava morto e enterrado antes mesmo de começar”, e ressaltou que não está disposto a “continuar com medidas enganosas”.

Starmer já havia anunciado sua intenção de abandonar o projeto de fretar aviões para Ruanda com migrantes em situação irregular, aprovado em abril deste ano, depois de dois anos de debates, decisões judiciais contrárias e uma série de polêmicas.

O plano inicial foi apresentado pelo ex-premier Boris Johnson, em 2022, e previa que imigrantes que chegassem ao Reino Unido em barcos improvisados na perigosa travessia do Canal da Mancha receberiam uma “passagem só de ida” para Ruanda, com quem Londres assinou um acordo inicial de cooperação de 120 milhões de libras (R$ 765,96 milhões). O valor aumentou ao longo dos últimos dois anos, e em janeiro, foi revelado que Londres havia pago ao governo ruandês mais de US$ 300 milhões (R$ 1,55 bilhão), mesmo sem enviar um imigrante sequer.

Em seu lugar, o líder trabalhista agora propõe combater as máfias que sustentam as chegadas. Na sexta-feira, a nova ministra do Interior Yvette Cooper disse que um dos primeiros deveres do governo seria “manter nossas fronteiras seguras” e afirmou que iria priorizar a criação de um novo comando de segurança de fronteira de elite, composto por especialistas em imigração, com o apoio do serviço de inteligência nacional MI5. Com o dinheiro economizado com o cancelamento da política anterior, o novo governo pretende “perseguir, interceptar e prender os responsáveis por este comércio nefasto”.

A imigração tornou-se uma questão política importante no Reino Unido desde que o país deixou a União Europeia (UE) em 2020. Para Starmer, um elemento-chave na política para deter a chegada de pessoas através do Canal da Mancha seria a criação de um novo comando de segurança de fronteira de elite, composto por especialistas em imigração, com o apoio do serviço de inteligência nacional MI5.

Mais de 13 mil pessoas chegaram ao Reino Unido este ano cruzando o Canal da Mancha em pequenas embarcações, um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2023, informou o Ministério do Interior britânico no mês passado. Em 2023, foram registradas 29,4 mil chegadas por essa via, representando uma queda de 36% em relação ao recorde de 45,7 mil pessoas em 2022.

Promessa de mudança

Em seus primeiros comentários como primeiro-ministro na sexta-feira, após a cerimônia com o Rei Charles III no Palácio de Buckingham, Starmer disse que começaria a trabalhar imediatamente, embora tenha alertado que levará algum tempo para mostrar resultados. Na ocasião, ele disse que "mudar o país não é como acender um interruptor", mas garantiu que o trabalho para a mudança "começa imediatamente".

— Boa tarde. Eu acabo de chegar do Palácio de Buckingham, onde eu aceitei o convite de sua majestade, o rei, para formar o próximo governo desta grande nação — afirmou Starmer, em seu primeiro discurso como premier, a apoiadores reunidos em frente a Downing Street.

De acordo com um comunicado emitido pelo Palácio de Buckingham, Charles III e Starmer tiveram uma audiência na qual o rei solicitou que o trabalhista "formasse uma nova administração". Ainda de acordo com o comunicado, Starmer "aceitou a oferta de sua majestade e beijou as mãos ao ser nomeado primeiro-ministro e primeiro-lorde do Tesouro".

Starmer foi apontado como o grande responsável pela vitória do Partido Trabalhista nas eleições. Responsável por uma repaginação da legenda após a derrota em 2019, aproximando-se do centro e abandonado posturas mais ideológicas de seu antecessor, Jeremy Corbyn, Starmer viu os trabalhistas conquistarem maioria, com 411 cadeiras no Parlamento — mais de 200 a mais em comparação a legislatura anterior.

O primeiro-ministro eleito afirmou que o resultado da votação demonstra que o país "votou decididamente por uma mudança" e por um apelo ao "serviço público". Ele disse carregar a responsabilidade da confiança dos eleitores que votaram nele, mas também prometeu governar para os que votaram contra, dizendo que "ninguém seria ignorado" e que "a política pode ser uma força para o bem".

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