O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que seu contraparte francês, Emannuel Macron, e o líder da esquerda na França, Jean-Luc Mélenchon, entrem em um acordo para montar um governo que atenda às necessidades da população. Mélenchon é uma das principais figuras do bloco de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que se consolidou como o maior do Parlamento da França após os resultados do segundo turno das eleições legislativas no domingo.
O líder da esquerda na França se colocou à disposição para ser primeiro-ministro, mas é visto como uma personalidade muito radical por parte do centro. O NFP — formado pelo Partido de extrema-esquerda France Unbowed, o Partido Ecologistas, Partido Socialista e outras coligações --- contudo, não disse quem seria seu escolhido para primeiro-ministro.
Segundo os números do Ministério do Interior, a Nova Frente Popular deve terá 182 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto a aliança Juntos, de Emmanuel Macron, terá 168 cadeiras.
Lula celebrou a vitória do bloco de esquerda nas eleições parlamentares da França e afirmou que o resultado é uma demonstração da democracia, mas que Macron, Mélenchon e outros políticos terão de fechar acordos:
— Quando parecia que tudo estava confuso dando errado, o povo se manifesta e diz: nós queremos que os setores democraticos continuem governando (...) Agora, espero que meu amigo Macron, que meu amigo Mélenchon, que meu amigo François Hollande e tantos outros companheiros da França se coloquem de acordo para montar um governo que possa atender aos interesses para o povo francês.
A declaração de Lula foi feita em Assunção, no Paraguai, nesta segunda-feira, 8.
A extrema direita liderada pelo Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, ficou em terceiro lugar, atrás do bloco do presidente Emmanuel Macron. Os franceses votaram de maneira contundente: a participação foi de 67%, a mais alta registrada durante um segundo turno em mais de 40 anos.
Após os resultados, Mélenchon disse que Macron “tem o dever de chamar a Nova Frente Popular para governar, e que o presidente deve "ou sair [do cargo] ou indicar um primeiro-ministro" do bloco.