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Por O Globo com agências internacionais — Tel Aviv

RESUMO

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GERADO EM: 08/07/2024 - 16:00

Protocolo Hannibal: Consequências Trágicas em Israel

Israel usou o Protocolo Hannibal para evitar sequestros de soldados pelo Hamas, colocando em risco civis durante ataque. Investigação revela uso generalizado da controversa política militar. Consequências trágicas levantam preocupações sobre a conduta das Forças Armadas de Israel.

As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla original) acionaram o Protocolo Hannibal durante o ataque terrorista do grupo armado palestino Hamas em 7 de outubro do ano passado, revelou uma investigação do jornal israelense Haaretz. A controversa política militar do Estado judeu estipula o uso da força máxima a fim de evitar o sequestro de seus soldados, mesmo à custa da vida de civis. Ainda segundo a publicação, a decisão foi tomada com base em informações limitadas e não verificadas durante as primeiras horas da ofensiva.

O protocolo foi usado em três instalações militares atacadas pelo Hamas, potencialmente colocando em risco também os civis, afirmou a reportagem do Haaretz. Ainda segundo o jornal, durante o ataque, as redes de comunicação israelenses não conseguiam acompanhar o fluxo de informações alimentado por soldados que enviavam relatórios. No entanto, a mensagem transmitida às 11h22 pela Divisão de Gaza foi compreendida por todos. "Nenhum veículo pode retornar a Gaza", era a ordem.

"Nesse momento, o [Exército israelense] não tinha conhecimento da extensão dos sequestros ao longo da fronteira de Gaza, mas sabia que muitas pessoas estavam envolvidas. Portanto, estava totalmente claro o significado daquela mensagem e qual seria o destino de algumas das pessoas sequestradas", disse a reportagem.

De acordo com o Haaretz, ainda não estava claro se, ou quantos, civis e militares foram feridos como resultado das ordens, mas documentos e testemunhos de soldados, bem como de oficiais de nível médio e sênior das Forças Armadas de Israel, sugeriram que a prática foi usada de forma "generalizada" em 7 de outubro, em meio à falta de informações claras, já que as Forças Armadas tiveram dificuldade para responder ao ataque do Hamas.

Segundo as autoridades israelenses, 1.139 pessoas foram mortas e outras 250 foram capturadas e levadas para a Faixa de Gaza em 7 de outubro. Já a contraofensiva de Israel deixou mais de 38 mil mortos nos últimos nove meses, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Quase toda a população do enclave, de 2,3 milhões de pessoas, foi deslocada de suas casas em uma crise humanitária catastrófica.

“Os dados cumulativos indicam que muitas das pessoas sequestradas estavam em risco, expostas a tiros israelenses, mesmo que não fossem o alvo", disse o Haaretz.

Ainda segundo o jornal, o protocolo Hannibal "foi empregado em três instalações do Exército infiltradas pelo Hamas", mas isso "não impediu o sequestro de sete [soldados] ou a morte de 15 outros observadores, bem como de 38 outros soldados".

Um porta-voz não identificado das Forças Armadas disse ao Haaretz que o Exército "começou a conduzir investigações internas sobre o que aconteceu em 7 de outubro e no período anterior".

— O objetivo dessas investigações é aprender e tirar lições que possam ser usadas para continuar a batalha. Quando essas investigações forem concluídas, os resultados serão apresentados ao público com transparência" — afirmou.

Fogo amigo

Em janeiro, surgiram as primeiras alegações de que as Forças Armadas poderiam ter usado o protocolo Hannibal para impedir que os combatentes do Hamas retornassem a Gaza com reféns. Embora a diretriz se aplique apenas a militares, muitos dos capturados eram civis. Segundo uma investigação da ONU realizada no mês passado, os militares israelenses provavelmente mataram mais de uma dúzia de seus próprios cidadãos durante o ataque de 7 de outubro.

A última vez que Israel invocou o Protocolo Hannibal foi em 2014, durante outra guerra em Gaza, de acordo com gravações de áudio militares vazadas, embora o Exército israelense negue que tenha usado a doutrina. Dezenas de palestinos foram mortos no bombardeio israelense que se seguiu, provocando acusações de crimes de guerra contra as Forças Armadas do país.

Acredita-se que a diretriz tenha sido revogada em 2016, embora não esteja claro o que levou à sua anulação. Um relatório do controlador do Estado de Israel também recomendou que as Forças Armadas abolissem a diretriz por causa das críticas que recebeu, bem como por causa de suas várias interpretações pelos militares, disse o Haaretz.

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