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Por AFP — Territórios Palestinos

O Parlamento de Israel votou nesta quinta-feira, dia 18, contra a criação de um Estado palestino, por considerá-lo "uma ameaça existencial", enquanto o Exército israelense continuava atacando a Faixa de Gaza, apesar dos múltiplos apelos internacionais por um cessar-fogo.

O pronunciamento é simbólico, mas gerou condenações internacionais e críticas por parte da Autoridade Palestina, antes da viagem do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a Washington, na próxima semana.

A Casa Branca informou que está prevista uma reunião com o presidente Joe Biden caso ele esteja recuperado da covid-19. O governo democrata adiantou, no entanto, que a criação de um Estado palestino "não é algo a que o presidente Biden vá renunciar", ressaltou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Netanyahu enfrenta há meses a pressão do seu principal aliado, os Estados Unidos, que, juntamente com Catar e Egito, mediam as negociações para obter uma trégua em Gaza e a libertação de reféns. Mas o premiê israelense insistiu nesta semana em que "é o momento de aumentar ainda mais a pressão" sobre o movimento islamista palestino Hamas.

Suas tropas intensificaram nos últimos dias os bombardeios sobre a Faixa de Gaza, que deixaram centenas de mortos na última semana, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

'Risco existencial'

A resolução aprovada durante a madrugada pelo Parlamento israelense (Knesset) afirma que a criação de um Estado palestino, em territórios ocupados por Israel, "perpetuaria o conflito" e "desestabilizaria a região".

"A Knesset de Israel se opõe firmemente à criação de um Estado palestino a oeste do rio Jordão", porque "representaria um risco existencial para o Estado de Israel e seus cidadãos".

O texto foi aprovado por 68 votos, em um Parlamento de 120 cadeiras, e afirma que "promover" um Estado palestino encorajaria "o Hamas e seus apoiadores", após o ataque do movimento islamista em 7 de outubro, quando comandos do Hamas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.

O Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza anunciou nesta quinta-feira que 38.848 pessoas morreram no território palestino desde o início da guerra.

A Autoridade Palestina, que exerce administração parcial na Cisjordânia ocupada, afirmou que "não haverá paz nem segurança para ninguém sem o estabelecimento de um Estado palestino", e acusou a coalizão de extrema direita que governa Israel de "mergulhar a região em um abismo".

A França expressou sua "consternação" pelo voto que afirmou "contradizer as resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU". Egito e Jordânia também condenaram a aprovação do texto.

'Ponto de ruptura'

A criação de um Estado palestino nos territórios ocupados por Israel após a Guerra dos Seis Dias em 1967 se manteve por décadas como um símbolo dos esforços diplomáticos da comunidade internacional para resolver o conflito.

Os Acordos de Oslo na década de 1990 permitiram a criação da Autoridade Palestina e seu objetivo era avançar uma negociação para a criação de um Estado palestino. O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se decepcionado com a resolução.

Todas as instalações de saúde no sul da Faixa de Gaza estão em um "ponto de ruptura" devido ao fluxo de vítimas dos bombardeios israelenses, declarou hoje o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

A guerra também destruiu grande parte das casas e infraestrutura do território, deixando quase toda a população sem comida ou água potável, e levou ao ressurgimento do vírus causador da poliomielite. Autoridades sanitárias da Faixa de Gaza e de Israel confirmaram a detecção do vírus em águas residuais.

O cheiro de esgoto toma conta da barraca de campanha em Deir el Balah onde vive a família de Umm Nahed Abu Shar, exposta a doenças constantes. "O calor, as doenças, os insetos, tudo isso nos faz mal", disse à AFP essa palestina, 45. "Não fazemos nada além de sofrer, isto não é vida."

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