Vírus que causa poliomelite é detectado em águas residuais de Gaza
Após nove meses de conflito, estações de bombeamento de águas residuais em Deir al-Balah, centro do território, deixaram de funcionar nesta semana por falta de combustível
O vírus da poliomielite é encontrado em águas residuais de Gaza, gerando alerta de "catástrofe sanitária". Após nove meses de conflito, estações de bombeamento de esgoto pararam por falta de combustível. O Ministério da Saúde do Hamas pede fim da agressão israelense devido ao risco de epidemias. Israel também detectou o vírus, alertando para a cepa erradicada em 1999. O Unicef coordena testes para prevenir doenças.
O vírus causador da poliomielite foi detectado em amostras de águas residuais na Faixa de Gaza, anunciou nesta quinta-feira o Ministério da Saúde do governo do Hamas, denunciando o que chamou de "catástrofe sanitária". A pasta afirmou que "os resultados dos testes, realizados em amostras de águas residuais em coordenação com o Unicef, mostram a presença do poliovírus".
A poliomielite é endêmica atualmente apenas no Paquistão e Afeganistão. A detecção do seu vírus causador "nas águas residuais que correm por entre as tendas" de pessoas deslocadas "pressagia um verdadeiro desastre sanitário e expõe milhares de habitantes ao risco" dessa doença, advertiu o ministério.
Após nove meses de conflito na Faixa de Gaza, as estações de bombeamento das águas residuais em Deir al-Balah, centro do território, deixaram de funcionar nesta semana por falta de combustível, informou o município.
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O esgoto estancado, somado ao acúmulo de lixo e escombros, forma "um ambiente propício para a propagação de diversas epidemias", denunciou o ministério, que pediu "o fim imediato da agressão israelense".
O Ministério da Saúde de Israel, por sua vez, informou que a presença do poliovírus "do tipo 2 foi registrada em amostras de águas residuais da região de Gaza". Segundo o site da Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se de uma cepa considerada erradicada em 1999.
As amostras foram "testadas em um laboratório israelense autorizado pela OMS", o que "causa preocupação sobre a presença do vírus na região", acrescentou o ministério, ressaltando que monitora a situação para "prevenir o risco de doenças em Israel".
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