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Por O Globo e agências internacionais — Caracas

RESUMO

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GERADO EM: 20/07/2024 - 12:54

Países latino-americanos pedem salvo-conduto para opositores na Venezuela

Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai solicitam salvos-condutos para opositores refugiados na embaixada argentina em Caracas, pedindo o fim da perseguição política na Venezuela. Opositores de Maduro asilados enfrentam ordens de prisão, enquanto temores sobre as eleições presidenciais aumentam, com Maduro ameaçando com "banho de sangue". Preocupação com a retórica de Maduro é expressa após tensão com a Argentina. Lula da Silva destaca postura de não intervenção do Brasil.

Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai exigiram na sexta-feira do governo da Venezuela o "fim do assédio e da perseguição e repressão" a opositores, além da emissão de salvos-condutos para seis que estão refugiados há mais de cem dias na Embaixada da Argentina em Caracas. Deles, cinco são membros da campanha opositora liderada por María Corina Machado, representada nas eleições pelo diploma Edmundo González após ter sua candidatura inabilitada pela Justiça.

"Exigimos o fim imediato do assédio e da perseguição e repressão contra ativistas políticos e sociais da oposição, bem como a libertação de todos os presos políticos", pediram os governos dessas cinco nações, em comunicado conjunto, acrescentando o pedido de "emissão de salvos-condutos" ao governo de Nicolás Maduro para os opositores asilados.

Partidários da sigla de María Corina, Vem Venezuela, cinco dos opositores refugiados eram o cérebro da campanha. São eles Magalli Meda, a chefe do bloco; Claudia Macero, jornalista responsável pela comunicação nacional; Pedro Urruchurtu, coordenador de relações internacionais; Omar González, chefe de campanha do estado de Anzoátegui; e Humberto Villalobos, responsável pela logística eleitoral. Todos têm contra si ordens de prisão por “ações violentas”, “terrorismo” e “desestabilização” do país.

Henri Alviarez, coordenador nacional da organização, e Dinora Hernández, secretária política nacional do partido, foram detidos na rua e agora estão presos. A investida fez com que eles pedissem asilo diplomático.

Temor com as eleições

Os cinco países signatários também expressaram preocupação com as eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela, quando o Maduro, que busca em terceiro mandato, enfrentará Edmundo González, que herdou o favoritismo de María Corina.

Na quinta-feira, o presidente venezuelano disse que, caso seja derrotado, haveria o risco de um "banho de sangue" e uma "guerra civil" no país. A declaração foi encarada pelo governo brasileira como apenas uma bravata perante as pesquisas de opinião, que mostram Maduro atrás de González.

— Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem — disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira.

Segundo interlocutores da área diplomática, o Brasil só vai atuar na questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, "dentro do espírito de Barbados", referindo-se a um acordo assinado entre oposição e governo venezuelano em outubro do ano passado no país caribenho. Mediado por Noruega com a ajuda de vários países, como Brasil, Colômbia e Estados Unidos, o pacto prevê eleições livres, justas, transparentes e aceitas pelos dois lados em disputa.

Tensão com a Argentina

O comunicado conjunto dos países latino-americanos foi divulgado um dia após Maduro ter chamado o presidente da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, de "maldito", acusando-o, também, de querer "sabotar" as eleições na Venezuela.

O governo argentino reagiu quase imediatamente:

— O que possa dizer Maduro, um ditador, um imbecil como Maduro, não deixam de ser palavras de um ditador. Preocupa-nos o povo venezuelano, que não haja democracia na Venezuela, em virtude do que possa ocorrer nas próximas eleições — disse o porta-voz de Milei, Manuel Adorni.

Na quarta-feira, María Corina denunciou a prisão do seu chefe de segurança, a menos de duas semanas das eleições. Segundo ela, a detenção foi uma estratégia para deixá-la desprotegida na reta final do pleito.

No domingo, a campanha opositora relatou a prisão de nove pessoas de quatro estados do país. Os episódios se somam aos agora mais de 50 presos políticos contabilizados por ONGs de direitos humanos venezuelanas. Além de políticos, ativistas e comerciantes que venderam produtos a equipe de Maria Corina durante comícios ao redor da Venezuela também integram a lista de detentos.

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