Os houthis, que desde 2015 controlam parte do Iêmen, ameaçaram neste sábado retaliar Israel depois de o Estado judeu atacar instalações de armazenamento de petróleo no porto de Hodeida, deixando ao menos três mortos e 80 feridos, “a maioria deles com queimaduras graves”, segundo o Ministério da Saúde controlado pelos rebeldes.
“A entidade sionista pagará por atacar instalações civis e responderemos à escalada com escalada”, disse Mohamed al-Bukhaiti, membro do Comitê Político Houthi, em uma postagem na mídia social.
- Entenda: Quem são os houthis, milícia que está atacando navios no Mar Vermelho com apoio militar do Irã
- Mísseis, 'navios espiões' e drones: Conheça o arsenal militar dos houthis, classificado pelos EUA como 'grupo terrorista'
O bombardeio aconteceu um dia após um drone do grupo, que tem o apoio do Irã, contornar o eficaz sistema de defesa israelense e deixar um civil morto e dois feridos em Tel Aviv. Segundo o Exército israelense, um drone capaz de “percorrer grandes distâncias” foi utilizado na ação. Apesar de detectado, afirmou um porta-voz militar, “um erro humano” impediu a ativação dos sistemas de interceptação e defesa:
— De acordo com os primeiros elementos da investigação e conclusões preliminares, trata-se de um drone de fabricação iraniana [que] acreditamos ter sido lançado do Iêmen — afirmou o contra-almirante israelense Daniel Hagari.
Cidade no Iêmen sofre ataque um dia após drone houthi ter atingido Israel
Na ocasião, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, prometeu retaliar "de forma decisiva e surpreendente" os responsáveis pelo ato.
Os houthis afirmam que lançaram o ataque em solidariedade ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza, onde o Israel trava uma guerra desde o ataque do grupo terrorista ao sul do país, em 7 de outubro.
Também aliado do Irã e do Hamas, o movimento xiita libanês libanês Hezbollah afirmou que os ataques de Israel anunciam uma guinada perigosa após mais de nove meses de guerra em Gaza.
"O passo insensato dado pelo inimigo sionista anuncia uma nova e perigosa fase de um enfrentamento muito importante em toda a região", disse o grupo também apoiado pelo Irã em comunicado.
De acordo com as Forças Armadas israelenses, o ataque foi realizado “em resposta a centenas de ataques contra Israel nos últimos meses”. Eles alegam que os houthis usam o porto de Hodeida para receber entregas de armas do Irã, e que o ataque à infraestrutura elétrica prejudicará financeiramente os rebeldes.
Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY