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Por O Globo e agências internacionais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse à imprensa internacional nesta segunda-feira que, além dos dois observadores que a Justiça eleitoral brasileira enviará à Venezuela para as eleições de domingo, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, também viajará ao país para acompanhar o pleito. Lula tem defendido o respeito pelo que foi acordado nos Acordos de Barbados, documento assinado no país que garante a plena participação da oposição e resultados reconhecidos por todos.

O petista também disse ter ficado assustado com as advertências do líder chavista Nicolás Maduro sobre um possível “banho de sangue” na Venezuela em caso de derrota nas eleições marcadas para o próximo domingo. A fala do venezuelano, feita na última quinta-feira, ocorreu num momento em que crescem as afirmações da oposição de que há uma repressão cada vez maior por parte do governo. No mesmo dia, a líder oposicionista María Corina Machado, que foi impedida de concorrer, denunciou ter sido alvo de um plano de atentado — e afirmou que, horas antes, seu funcionário de segurança havia sido “sequestrado”.

— Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que se perder as eleições haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de votos, não de sangue — disse o presidente brasileiro em entrevista coletiva em Brasília. — Maduro precisa aprender que quando se ganha, se fica; e quando se perde, se vai e se prepara para outras eleições.

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Embora Lula tenha defendido a presença de observadores internacionais durante o pleito venezuelano —e já tenha expressado “preocupação” com o veto à opositora María Corina —, o silêncio do governo brasileiro sobre as declarações de Maduro causou incômodo na região. Enquanto Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Uruguai exigiram conjuntamente o “fim do assédio, perseguição e repressão” a opositores, a administração brasileira minimizou o ocorrido no país vizinho ao afirmar que a fala poderia ser “apenas retórica” de Maduro.

Segundo interlocutores da área diplomática ouvidos pelo GLOBO, o Brasil só vai atuar na questão se for chamado por representantes de Maduro e da oposição, “dentro do espírito de Barbados”. Mediado pela Noruega e com ajuda de vários países (como Brasil, Colômbia e Estados Unidos), o pacto assinado em outubro passado prevê eleições livres, justas, transparentes e aceitas pelos dois lados em disputa. Um diplomata afirmou que a eleição venezuelana é um assunto local, e que, para evitar a interpretação de interferência do governo brasileiro em assuntos internos, o Brasil precisa ser chamado para poder se manifestar.

Celso Amorim conversou na última quarta-feira com o conselheiro de Segurança dos EUA, Jake Sullivan, sobre a situação na Venezuela. A expectativa é a de que os americanos endureçam as sanções em vigor contra o governo de Maduro caso o venezuelano não aceite uma eventual derrota. Um dia depois, Amorim disse que a fala do presidente da Venezuela “não é desejável”. Ele pontuou que tem mantido contato com os dois lados e que acredita que a eleição ocorrerá sem problemas.

Relação com os EUA

O presidente também se manifestou sobre os últimos acontecimentos políticos nos EUA, minimizando a saída do presidente Joe Biden da corrida pela Casa Branca. Nas últimas semanas, o petista defendeu o voto no democrata como forma de barrar a volta de Donald Trump ao cargo. Após Biden anunciar que desistiu de tentar a reeleição, Lula disse que a relação do Brasil será com “quem for eleito” e defendeu que o governo brasileiro quer manter uma “parceria estratégica” com os americanos.

— Eles vão escolher uma candidata ou um candidato, e que o melhor vença a eleição. A relação do Brasil será com quem for eleito. Temos uma parceria estratégica com os Estados Unidos e queremos mantê-la — disse Lula, acrescentando que somente o próprio Biden poderia decidir se ele tinha condições ou não de disputar o pleito. — Eu fiquei muito feliz quando o presidente Biden foi eleito e mais ainda pelos posicionamentos dele em defesa dos trabalhadores. Estabelecemos juntos uma parceria estratégica em defesa do trabalho decente no mundo.

(Com AFP)

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