Em conversa por telefone nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por desistir da campanha à reeleição. Lula e Biden também falaram sobre o processo eleitoral na Venezuela e temas da relação bilateral.
De acordo com o governo do Brasil, Biden confirmou presença na reunião de cúpual do G20, o Rio, em novembro.
"O presidente brasileiro cumprimentou Biden pela ‘magnânima’ decisão quanto ao processo eleitoral americano e desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro", informou a Presidência do Brasil em nota.
Biden desistiu da corrida à Casa Branca e apoiou a sua vice, Kamala Harris, para a vaga.
Na conversa de 30 minutos, Lula reiterou ao presidente dos Estados Unidos a necessidade de a Venezuela divulgar as atas das eleições dos último domingo. Biden concordou com a importância de liberar as atas.
Conforme mostrou O GLOBO, o telefonema ocorreu após um pedido feito pelo presidente americano. Essas atas são os dados desagregados por mesa de votação. O Itamaraty considera que isso é um "passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito".
Lula disse, em entrevista nesta terça, que, para "resolver a briga", é preciso que as autoridades locais apresentem as atas de votação. O presidente afirmou, porém, estar convencido que o processo é "normal".
— É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar — disse o presidente.
Após as eleições presidenciais realizadas no último domingo, o presidente Nicolás Maduro foi anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela vencedor do pleito e apto a exercer seu terceiro mandato, no período de 2025 a 2030. Ele foi proclamado vitorioso, segundo o CNE, com 51,21% dos votos contra 44% de Edmundo González, o segundo colocado. O resultado foi questionado pela oposição, que cita fraude nas urnas.
O presidente brasileiro minimizou a crise no país vizinho e disse não ver "nada de grave" ou " de assustador" na situação.
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