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Por O Globo e agências internacionais — Beirute e Jerusalém

O Exército israelense realizou um ataque nesta terça-feira em Beirute, capital libanesa, que teve como alvo Fuad Shukr, comandante do Hezbollah tido como responsável pela morte de 12 crianças no bombardeio no último sábado na cidade drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã. O bombardeio, que deixou três mortos e 74 feridos, segundo o Ministério da Saúde libanês, ocorre um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmar que a resposta ao ataque atribuído ao grupo seria "dura". Apesar de Israel afirmar que o ataque foi bem-sucedido e que Shukr foi morto, o movimento xiita libanês — que também nega a autoria do bombardeio — alega que o comandante sobreviveu.

"Os caças da Força Aérea israelense eliminaram o comandante militar de mais alto escalão da organização terrorista Hezbollah e chefe de sua unidade estratégica, Fuad Shukr, na área de Beirute", anunciaram os militares israelenses em um comunicado. Mais cedo, afirmaram que realizaram um "ataque direcionado" na capital libanesa "contra o comandante responsável pelo assassinato das crianças em Majdal Shams e pelo assassinato de vários outros civis israelenses". Segundo a agência de notícias estatal libanesa NNA, o bombardeio foi conduzido por um drone que disparou três mísseis.

Pouco depois do ataque, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou uma "flagrante agressão" e um "ato criminoso", e pediu que a comunidade internacional faça "pressão para obrigar Israel a deter sua agressão e suas ameaças e a aplicar as resoluções internacionais".

O Irã, que apoia o Hezbollah, também se manifestou, criticando o que classificou de "ação implacável e criminosa da gangue criminosa sionista". A Rússia, por sua vez, considerou que essa operação constitui "uma grave violação do direito internacional".

Horas após o ataque, o Exército israelense disse que quer evitar qualquer guerra maior com o Hezbollah, mas que suas forças estão prontas para "qualquer cenário". "A agressão contínua e os ataques brutais do Hezbollah estão arrastando o povo do Líbano e de todo o Oriente Médio para uma escalada mais ampla", disse o porta-voz militar Daniel Hagari em uma declaração. "Embora prefiramos resolver as hostilidades sem uma guerra mais ampla, a IDF está totalmente preparada para qualquer cenário", disse ele, referindo-se às Forças de Defesa de Israel.

Também conhecido como Hajj Mohsin, Shukr é o segundo homem no comando do movimento e responsável pelas atividades militares da organização. Segundo o jornal israelense Haaretz, Shukr faz parte da ala militar do Hezbollah desde sua fundação, servindo como conselheiro militar sênior do secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah. Ainda de acordo com a publicação, o Departamento de Estado americano ofereceu anteriormente uma recompensa de US$ 5 milhões por informações sobre seu paradeiro.

Receio de escalada

Pouco depois das Forças Armadas israelenses terem anunciado o ataque, o Gabinete de Netanyahu divulgou uma foto do premier ao telefone no quartel-general militar de Kirya, em Tel Aviv. O primeiro-ministro, que na segunda-feira visitou o local do bombardeio, prometeu uma resposta "dura" contra o Hezbollah após o ataque de sábado nas Colinas do Golã, território sírio anexado por Israel durante a guerra árabe-israelense de 1967.

— Estas crianças são nossos filhos [...] O Estado de Israel não vai e não pode deixar que isso aconteça. Nossa resposta virá e será dura — advertiu Netanyahu na ocasião.

A resposta, aprovada pelo Gabinete de Segurança no domingo, segundo o site israelense Ynet, era acompanhada com expectativa pela comunidade internacional, que, temendo uma escalada para uma guerra ampla na região, empenhou esforços para acalmar os ânimos e chegar a uma resposta diplomática.

Nesta terça-feira, o Departamento do Estado americano, por meio do seu porta-voz adjunto, Vedant Patel, afirmou que continuará "trabalhando em direção a uma resolução diplomática que permita que civis israelenses e libaneses retornem para suas casas e vivam em paz e segurança."

O porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, Stéphane Dujarric, por sua vez, informou que os chefes das forças de paz da ONU no Líbano e a coordenadora especial da ONU, Jeanine Hannis-Plasschaert, estão conversando com os dois países, visando evitar uma escalada e o início de uma guerra entre Tel Aviv e o Hezbollah. Já o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) expressou nesta terça-feira "preocupação com a crescente ameaça de conflito generalizado em toda a região" e "pediu veementemente a todas as partes e à comunidade internacional que trabalhem urgentemente para reduzir as tensões".

Desde que a guerra começou em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os enfrentamentos entre o Exército israelense e o Hezbollah, apoiado e financiado pelo Irã, na fronteira entre Israel e Líbano são quase diários. Os atritos têm como alvo principalmente locais militares, com o ataque de sábado sendo de longe o mais mortal contra civis ao sul da fronteira.

Até sábado, cerca de 20 pessoas em Israel foram mortas por ataques do Hezbollah desde outubro, a maioria delas soldados. Mais de 300 pessoas morreram devido a ataques israelenses no Líbano, a maioria sendo membros do Hezbollah. Cerca de 80 mil pessoas no norte israelense e quase o mesmo número no sul do Líbano tiveram que deixar suas casas.

A guerra em Gaza começou quando o Hamas matou 1.197 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses. O Exército israelense estima que 111 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, incluindo 39 que estariam mortas. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou pelo menos 39.400 pessoas em Gaza, também civis na maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007. (Com AFP.)

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