Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo e AFP — Lima

O Peru se tornou o primeiro país a reconhecer o diplomata Edmundo González Urrutia, candidato da oposição venezuelana, como presidente eleito do país no lugar do líder Nicolás Maduro, proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) num resultado contestado por parte da comunidade internacional. O anúncio foi feito nesta segunda-feira pelo chanceler peruano, Javier González-Olaechea, que no início do dia já havia informado que seu país iria reforçar os controles migratórios para evitar um novo êxodo de venezuelanos.

— Com toda a clareza, Edmundo González é o presidente eleito da Venezuela. Esta posição é partilhada por numerosos países, governos e organizações internacionais — disse o ministro.

Segundo o chanceler, o Ministério das Relações Exteriores do Peru teve acesso a dados oficiais dos boletins das urnas obtidos pela Plataforma Unitária, coalizão de González, que atestam a vitória do presidenciável “com mais de 30 pontos de diferença” sob Maduro. Na avaliação do ministro, as justificativas de vitória usadas pelo chavismo, que ainda não apresentou a totalidade das atas das seções eleitorais, são baseadas em “argumentos absolutamente falaciosos”.

Segundo González-Olaechea, as autoridades peruanas não descartam a possibilidade de considerar o regime de Maduro como um governo de facto a partir de janeiro de 2025, quando termina o seu segundo mandato.

— Até o final de seu mandato, ele é um presidente; no final de seu mandato, ele se tornaria um governo de facto — disse a autoridade.

Articulação com países latino-americanos

González-Olaechea reforçou que está trabalhando com países vizinhos em prol da defesa do voto do povo venezuelano.

— Vários países da região estão coordenando ações conjuntas para garantir que a vontade do povo venezuelano expressa ontem seja inquestionavelmente respeitada. Não há como voltar atrás, não importa quanto tempo leve — Nosso embaixador na Venezuela, que foi chamado para consultas, está deixando Caracas hoje.

O país está entre as sete nações latino-americanas que não reconheceram de imediato a vitória de Maduro e receberam ordens do regime venezuelano para que seu pessoal diplomático deixasse a Venezuela. Além do Peru, a tensão se estende a Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai. Após o resultado, o grupo de países, juntamente com o Equador e Paraguai, emitiram um comunicado conjunto afirmando ser “indispensável” que houvesse “garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressa pelo povo venezuelano nas urnas”.

Por outro lado, a Chancelaria peruana ordenou aos funcionários diplomáticos venezuelanos que abandonassem o país andino “no prazo de 72 horas”, tendo em conta “as decisões graves e arbitrárias tomadas hoje pelo regime venezuelano”.

Suspensão dos serviços consulares e reforço anti-imigração

Em comunicado, a Embaixada da Venezuela no Peru informou os seus cidadãos que os serviços consulares foram suspensos por tempo indeterminado. Em meio ao rompimento entre os países, o Ministério de Relações Exteriores do Peru disse estar conversando com outras Chancelarias para que um terceiro país assuma os procedimentos para atender os venezuelanos no estrangeiro.

Mais cedo, o chanceler peruano destacou que o país reforçou os seus controles migratórios para evitar a entrada de um novo êxodo de venezuelanos diante da onda de protestos anti-governo maciços que se espalham pelo país.

— Já tínhamos planejado e tomado medidas preventivas há 10 dias com as autoridades para reforçar os controles migratórios em terra, nos portos e aeroportos — disse González-Olaechea à estação de rádio RPP. — Não podemos considerar a magnitude do êxodo anterior.

De acordo com dados oficiais, mais de 1,5 milhão de venezuelanos migraram para o Peru nos últimos anos em meio à crise econômica, política e social que atingiu o país, sancionado pelos Estados Unidos.

Mais recente Próxima Repressão na Venezuela: Oposição denuncia prisão de dirigente do partido de María Corina Machado

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Gangue originária da Venezuela atua em diversos países da América do Sul e EUA e está ligada a extorsões, homicídios e tráfico de drogas

Texas declara grupo Trem de Aragua, da Venezuela, como ‘terrorista’ e assume discurso de Trump contra imigração

Trabalhador de 28 anos tentava salvar máquinas da empresa e foi cercado pelo fogo

Brasileiro morre carbonizado em incêndio florestal em Portugal

Marçal prestou depoimento nesta segunda-feira (16) sobre o episódio

Novo vídeo: ângulo aberto divulgado pela TV Cultura mostra que Datena tentou dar segunda cadeirada em Marçal

Polícia Civil deve cumprir mandados de prisão contra os suspeitos ainda esta semana

Incêndios florestais no RJ: 20 pessoas são suspeitas de provocar queimadas no estado

Além de estimativas frustradas, ministro diz que comunicação do BC americano levou analistas a vislumbrar possibilidade de subida na taxa básica americana

Haddad vê descompasso nas expectativas sobre decisões dos BCs globais em torno dos juros

Ministro diz que estes gastos fora do Orçamento não representariam violação às regras

Haddad: Crédito extraordinário para enfrentar eventos climáticos não enfraquece arcabouço fiscal

Presidente irá se reunir com chefes do STF e Congresso Nacional para tratar sobre incêndios

Lula prepara pacote de medidas para responder a queimadas

Birmingham e Wrexham estão empatados na liderança da competição

'Clássico de Hollywood': time de Tom Brady vence clube de Ryan Reynolds pela terceira divisão inglesa

Projeto mantém medida integralmente em 2024 e prevê reoneração a partir de 2025

Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra