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Por O Globo e agências internacionais

Depois de questionarem o anúncio de que Nicolás Maduro venceu a eleição presidencial de domingo na Venezuela, feito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), e de pedirem uma “revisão completa” dos resultados, governos de sete países da América Latina reagiram com surpresa e mais críticas à expulsão de seus diplomatas de Caracas — alguns tinham retirado seus funcionários no domingo, e outros não mantinham relações diplomáticas com o regime de Maduro mesmo antes da votação.

A decisão de expulsar os diplomatas foi anunciada na segunda-feira: em comunicado, o chanceler, Yvan Gil, chamou as críticas à votação de “ações e declarações intervencionistas de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os postulados ideológicos do fascismo internacional”.

Veja como reagiram os países à expulsão dos diplomatas de Caracas.

Em entrevista ao canal LN+, na segunda-feira, a chanceler, Diana Mondino, disse que seu governo “não cortou relações com a Venezuela”, e se Caracas o fez, “ainda não nos informaram”. Desde que assumiu o poder em dezembro do ano passado, o presidente, Javier Milei, adotou uma postura abertamente crítica a Maduro, e no domingo chegou a chamar o venezuelano de “ditador”.

No momento, a maior preocupação de Buenos Aires é com o risco de invasão da embaixada do país em Caracas, onde estão abrigados desde março seis opositores do regime. Em comunicado, a Chancelaria argentina acusou o governo venezuelano de cortar o fornecimento de luz para o local, e advertiu sobre “qualquer ação deliberada que coloque em perigo a segurança do pessoal diplomático da Argentina e dos cidadãos venezuelanos sob proteção”. Na segunda-feira, Mondino afirmou que, caso os diplomatas tenham que sair da embaixada, Caracas "tem a obrigação" de permitir que os opositores saiam com eles.

— Isso é realmente inédito — afirmou.

Apesar de integrar a lista de governos de esquerda na América Latina, o presidente chileno, Gabriel Boric, é crítico de longa data de Nicolás Maduro, e seu chanceler, Alberto Van Klaveren, disse “não se lembrar de uma medida desse tipo”, se referindo à expulsão dos diplomatas, e que ela “revela é o isolamento do governo venezuelano”.

— Isso é típico de regimes ditatoriais — disse o chanceler à CNN Chile.

A ministra do Interior, Carolina Tohá, afirmou no domingo que os esforços de Santiago estão concentrados em "garantir que as eleições realizadas na Venezuela tenham um resultado transparente e validado e que a vontade do povo venezuelano seja respeitada".

Sem relações diplomáticas com a Venezuela desde 2020, e sem funcionários na representação em Caracas — os serviços consulares eram oferecidos em outros países, como Panamá, Colômbia e República Dominicana —, o governo da Costa Rica disse que a decisão de Caracas não tem efeito prático. Segundo uma fonte diplomática costarriquenha, em declarações à AFP, há apenas dois venezuelanos trabalhando na embaixada do país em San José, e que devem retornar em breve.

Panamá

Antes da Venezuela oficializar a expulsão dos diplomatas, o Panamá havia anunciado a saída de seus funcionários do país ainda no domingo, colocando as relações com Caracas “em espera”, até que houvesse uma “revisão completa das atas e do sistema de computador da contagem de votos que nos permitirá conhecer a vontade genuína do povo".

Na segunda-feira, o presidente, Raul Mulino, havia pedido, ao lado de outros países, uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos.

No domingo, pouco depois dos anúncios dos primeiros resultados, Lima havia chamado seu embaixador em Caracas para consultas, e já determinou que os diplomatas venezuelanos no país deixem o Peru em até 72 horas, em resposta à expulsão de seu corpo diplomático da Venezuela.

República Dominicana

Ainda no domingo, o presidente, Luis Abinader, disse, em publicação no X, expressar a “profunda preocupação com o processo eleitoral na Venezuela, uma vez que a transparência deve ser a base da sua legitimidade”, e que “as regras eleitorais não podem ser aplicadas de forma discricionária”.

“A recontagem da ata com verificação internacional é fundamental para reconhecer o resultado”, disse o presidente, que ainda não fez comentários ou anunciou decisões sobre a expulsão de seus diplomatas da Venezuela.

Em comunicado, o presidente, Luis Lacalle Pou, chamou a decisão de expulsar os diplomatas de "injustificada e desproporcional", afirmando, em comunicado, que Caracas "responde de maneira inoportuna à preocupação legítima levantada por nosso país e pela comunidade internacional sobre as irregularidades e a falta de transparência observadas no processo eleitoral".

O líder uruguaio diz ainda que "a decisão também deixa milhares de venezuelanos que tiveram que deixar sua terra natal nos últimos anos e que encontraram no Uruguai seu local de residência permanente, desprotegidos e isolados de seu país".

(Com AFP)

Mais recente Próxima Repressão na Venezuela: Argentina repudia corte de luz de embaixada em Caracas onde estão abrigados seis opositores de Maduro

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