Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo e agências internacionais — Washington

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 31/07/2024 - 21:32

Acordo judicial evita pena de morte para acusado dos ataques de 11 de Setembro, impulsionando debates e promessas de fechar prisão de Guantánamo.

EUA fecham acordo judicial com acusado dos ataques de 11 de Setembro, evitando pena de morte. Khalid Sheikh Muhammad, suposto autor intelectual, assumirá culpa, juntamente com outros dois homens. Famílias terão oportunidade de questionar acusados. Caso arrastado por anos devido a torturas e alegações. Presidentes, incluindo Joe Biden, prometeram fechar prisão de Guantánamo. Bin Laden viraliza no TikTok. Réus enfrentam julgamentos à parte. Tragédia de 2001 ainda afeta milhares nos EUA.

As autoridades americanas anunciaram um acordo com o homem acusado de ser o autor intelectual dos ataques de 11 de Setembro de 2001 em Washington e Nova York, Khalid Sheikh Muhammad, além de dois outros homens, que evitou uma condenação à pena de morte.

Preso em 2003 no Paquistão, Sheikh Muhammad passou por diversas instalações secretas da CIA, a principal agência de inteligência americana, até ser levado para a prisão militar da base de Guantánamo, em Cuba, onde passou anos sem acesso a advogados e foi submetido a quase 200 sessões de tortura. A promotoria pediu a pena de morte em 2008, mas o caso se arrastou por mais de uma década diante de alegações de que os interrogatórios envolvendo atos de violência teriam “contaminado” o processo.

Em uma tentativa de colocar um ponto final ao caso, promotores vinham negociando, ao longo de mais de dois anos, um acordo para que Sheikh Muhammad, Walid bin Attash e Mustafa al-Hawsawi se declarassem culpados por todas as acusações, incluindo pelo assassinato das 2.976 pessoas que morreram nos ataques. Em troca, seriam condenados à prisão perpétua, evitando uma possível pena de morte e um julgamento ainda mais longo.

O atentado de 11 de Setembro, em 2001 — Foto: SETH MCALLISTER / AFP / STR
O atentado de 11 de Setembro, em 2001 — Foto: SETH MCALLISTER / AFP / STR

As declarações de culpa devem ser apresentadas diante de um tribunal militar já na semana que vem. Ao longo das negociações, parte das famílias das pessoas que morreram nos ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York, ao Pentágono, em Washington, e na queda do Voo United 93, se opuseram a um acordo, e defendiam que os três fossem julgados e condenados à morte. O acordo prevê que as famílias possam enviar questões aos acusados até meados de setembro, e recebam respostas até o fim do ano.

— As muitas pessoas cujas vidas foram tocadas por estes eventos terão algo que esperaram por muito tempo — afirmou ao New York Times o advogado de Khalid Sheikh Muhammad, Gary Sowards, garantindo que seu cliente responderá a “todas as questões sobre como e por que o 11 de Setembro aconteceu”. — O governo também concordou com nosso compromisso para permitir que as vítimas e sobreviventes possam contar as histórias de como o 11 de Setembro afetou suas vidas.

Dois dos réus iniciais no caso não integram o acordo: Ramzi bin al-Shibh, acusado de organizar uma célula terrorista em Hamburgo, foi declarado incapaz pela Justiça. Ammar al-Baluchi, que prestou apoio na organização das viagens e gastos dos sequestradores, deve enfrentar um julgamento à parte.

Khalid Sheikh Muhammad é apontado como o principal organizador dos ataques, e tinha a confiança do líder da rede al-Qaeda, Osama bin Laden, morto no Paquistão em 2011. Além de planejar os atentados, ele também confessou ter matado e decapítado o jornalista americano Daniel Pearl, em 2002, e de ter colaborado com um atentado anterior ao World Trade Center, em 1993, que matou seis pessoas.

Integrante de equipe de resgate observa os escombros das Torres Gêmeas, em Nova York, depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001 — Foto: Doug Kanter / AFP
Integrante de equipe de resgate observa os escombros das Torres Gêmeas, em Nova York, depois dos ataques de 11 de Setembro de 2001 — Foto: Doug Kanter / AFP

Walid bin Attash é acusado de ter treinado dois dos homens que sequestraram as aeronaves usadas nos ataques, e ele confessou nos interrogatórios em Guantánamo que comprou explosivos carregados pelos sequestradores, e que participou de um ataque da al-Qaeda contra o navio americano USS Cole, em 2000, que matou 17 marinheiros. Ele foi capturado com Sheikh Muhammad, no Paquistão, em 2003.

Já Mustafa al-Hawsawi é acusado de cuidar do financiamento dos ataques, e foi preso no Paquistão em março de 2003, e enviado para Guantánamo em 2006, local que abrigou até 800 pessoas no auge da chamada Guerra ao Terror, e que foi acusado de ser uma espécie de “buraco negro legal” por organizações de defesa dos direitos humanos.

Desde então, vários presidentes, inclusive o atual, Joe Biden, prometeram fechar a prisão, que segue em funcionamento.

(Com AFP e The New York Times)

Mais recente Próxima Com abstenção de Brasil e Colômbia e ausência do México, OEA não aprova resolução que pedia transparência na eleição da Venezuela por um voto

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Suspeito do crime, Tiago Ribeiro do Espírito Santo foi preso momentos depois e autuado por feminicídio

Garota de programa é morta estrangulada em hotel no Centro do Rio

Fazendeiro receberá compensação anual de R$ 54 mil, pois a aeronave impede o plantio de grãos no terreno

Empresa aérea começa a desmontar avião preso em campo de trigo na Sibéria um ano após pouso de emergência

Gorki Starlin Oliveira conta como uma estratégia de aquisições garantiu a sobrevivência de sua empresa em meio ao colapso das grandes redes de livrarias do Brasil

‘Compramos editoras para brigar por prateleira’, diz CEO da Alta Books

Homem foi descredenciado sob a alegação de que tinha anotações criminais em seu nome

Uber é condenado a pagar R$ 40 mil a motorista de aplicativo por danos morais

Texto ainda depende de aval do presidente para ser enviado ao Congresso; proposta também prevê reduzir negativas a pedidos via LAI

Governo discute projeto para acabar com sigilo de 100 anos após críticas a Lula por veto a informações

Apresentadora fala sobre saída do ‘Saia justa’, estreia de ‘Admiráveis conselheiras’ e etarismo no terceiro episódio do podcast da Revista ELA

ELAPod: Astrid Fontenelle desabafa sobre o etarismo, manda a real sobre a maternidade e opina sobre aborto

A três meses do verão, consumidores já têm dificuldade em encontrar alguns modelos nas lojas. Escoamento dos aparelhos na Zona Franca de Manaus preocupa devido à seca

Produção de ar-condicionado bate recorde e salta 83% no ano, com ondas de calor em pleno inverno

Vítima optou por não realizar o julgamento a portas fechadas porque 'a vergonha deve mudar de lado'

Acusados por estupros de mulher dopada pelo marido denunciam ameaças na França

Só este ano, alta foi de 17%. Seca no Brasil e chuvas intensas no Vietnã, os dois maiores produtores globais, prejudicam colheita há vários anos

Clima adverso afeta plantações de café e preço dobra desde 2020, chegando a R$ 50 por quilo