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Por O Globo e agências internacionais — Doha

O líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, morto em Teerã, no Irã, nesta quarta-feira, já havia relatado que sua família estava sob a mira de Israel. Em em abril deste ano, Haniyeh afirmou que três de seus filhos e quatro netos foram mortos em um ataque israelense em Gaza, onde os países estão em guerra.

Na época, foi revelado que um drone atingiu o carro da família no campo de refugiados de al-Shati, no norte do enclave. Em abril, Haniyeh havia dito que ao atacar parentes de líderes do Hamas, "a ocupação [israelense] acredita que quebrará a determinação do nosso povo". Mas, de acordo com ele, tais ações não conseguiriam forçar o Hamas a negociar uma trégua e a libertação dos reféns.

— Todo o nosso povo e todas as famílias de Gaza pagaram um alto preço em sangue, e eu sou um deles — acrescentou Haniyeh, dizendo que o sangue dos filhos não é "mais precioso" do que o sangue de outros mortos no enclave. — [Quase] 60 membros da minha família foram mortos [desde o início do conflito], incluindo meus netos, os filhos do meu irmão, os filhos da minha irmã e meus primos.

À época, Haniyeh recebeu um telefonema do primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani, no qual ele "apresentou condolências pelo martírio de vários de seus filhos e netos num traiçoeiro bombardeamento sionista". O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, também ofereceu suas condolências ao líder do grupo.

Em novembro, um mês após o início do conflito, Haniyeh já havia perdido uma de suas netas durante um bombardeio israelense a uma escola na Cidade de Gaza. Roa Hammam Haniyeh era estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Islâmica de Gaza e foi uma das 50 vítimas do ataque à escola al-Buraq.

O assassinato de um líderes mais seniores do Hamas, na capital do Irã ameaça aumentar as tensões no Oriente Médio e pode colocar em risco qualquer perspectiva de avanço nas negociações já estagnadas para parar a guerra em Gaza. Haniyeh era considerado essencial para as negociações e a diplomacia de alto risco do grupo.

Ele foi morto enquanto estava em Teerã com outros membros do chamado “Eixo de Resistência” do Irã — que inclui o Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano e os houthis no Iêmen — para participar da inauguração do novo presidente eleito do Irã. O Hamas e a mídia estatal iraniana atribuíram a morte de Haniyeh a Israel. O Exército israelense não comentou sobre o assassinato.

Haniyeh foi morto menos de um dia após Israel realizar um ataque separado contra um comandante do Hezbollah em um subúrbio de Beirute, em retaliação a um ataque no fim de semana em uma cidade sob controle israelense que matou 12 crianças e adolescentes. O assassinato em Teerã deixa Israel enfrentando possíveis respostas tanto do Hamas quanto do Hezbollah pelos ataques aos seus líderes, e do Irã pelo assassinato em seu território.

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