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Por O Globo

Ismail Haniyeh, um dos líderes mais importantes do Hamas, foi assassinado no Irã nesta quarta-feira, segundo informações do Corpo da Guarda Revolucionária do país e do próprio grupo terrorista, que acusaram Israel de ser o responsável pelo ataque. Haniyeh, que liderava as operações políticas do Hamas a partir do exílio no Catar, estava em Teerã para a posse do novo presidente eleito do Irã.

As circunstâncias do assassinato não foram esclarecidas e Israel ainda não se manifestou sobre a morte do líder, mas o ataque israelense, que se soma a outros recentes a alvos militares, incluindo o Hezbollah, pode aumentar as tensões na região e levar a uma temida escalada regional.

Veja alguns dos alvos atingidos, do mais recente para o mais antigo:

Ataque em Beirute

No dia anterior à morte de Haniyeh, Israel teve como alvo Fuad Shukr, segundo homem no comando do Hezbollah, milícia xiita libanesa também apoiada por Teerã, tido como responsável pela morte de 12 crianças no bombardeio no último sábado na cidade drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã. Apesar de inicialmente ter negado a morte do líder, o Hezbollah confirmou na quarta-feira que ele realmente foi morto no bombardeio em Beirute, capital do Líbano. Segundo o Ministério da Saúde libanês, o ataque matou três civis, dois deles crianças, e deixou 74 feridos.

Desde que a guerra começou em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, os enfrentamentos entre o Exército israelense e o Hezbollah na fronteira entre Israel e Líbano são quase diários.

Ataque ao campo de refugiados de al-Mawasi

Ainda em julho, um ataque israelense contra o campo de refugiados al-Mawasi, em Khan Younis, no sul de Gaza, tinha como alvo o líder da ala militar do Hamas, Mohammad Deif, e Rafa Salameh, "mentores do massacre de 7 de outubro". Deif, segundo o Hamas, sobreviveu. Salameh, por outro lado, teria sido morto, segundo Israel. O ataque deixou pelo menos 90 mortos e mais de 300 feridos, informou o Ministério da Saúde de Gaza.

Deif, um dos comandantes do Hamas mais procurados por Israel há vários anos, foi o homem que anunciou em uma mensagem de áudio divulgada pelo grupo o início do ataque na manhã de 7 de outubro. Deif conseguiu escapar de pelo menos seis tentativas de eliminação, mas já teve parentes mortos pelo Exército israelense.

Ataque no Mar Vermelho

Há cerca de duas semanas, Israel bombardeou tanto a região da Faixa de Gaza, como o Líbano e o Iêmen. No caso do Iêmen, os rebeldes houthi, que controlam parcialmente o país e também são apoiados pelo Irã, têm lançado ataques contra navios ligados a Israel no Mar Vermelho há meses, em solidariedade aos palestinos que vivem em Gaza.

Na ocasião do ataque de 21 de julho, o Exército israelense bombardeou um porto comandado pelo grupo rebelde. Segundo fontes da área da saúde, o bombardeio, um dia após um atentado com um drone do grupo em Tel Aviv, deixou ao menos seis mortos no Iêmen.

Ataques no Sul do Líbano

No início do mês de julho, os israelenses anunciaram a morte de Muhammad Neamah Naser, também conhecido como "Hajj Abu Naameh", que seria o "o comandante da Unidade Aziz da organização terrorista Hezbollah, responsável por disparar contra o território israelense a partir do sudoeste do Líbano". O ataque em Hauch, no leste da cidade de Tiro, levou a uma resposta do grupo, que disparou 100 foguetes contra Israel poucos dias depois.

Naser, segundo as forças israelenses, era o equivalente a Taleb Abdallah, um dos principais comandantes do grupo, morto por Israel em 12 de junho. Na ocasião, os militares israelenses disseram que atacaram um centro de comando e controle do Hezbollah, matando Abdallah e três outros integrantes do movimento. Também classificou Abdallah como um dos principais comandantes do Hezbollah naquela região.

Ataque ao campo de refugiados al-Shati

Poucos dias depois, autoridades palestinas informaram a morte de dez familiares de Haniyeh, entre eles Zahr, sua irmã. O bombardeio de 25 de junho atingiu o campo de refugiados de al-Shati, no norte do enclave, matando pelo menos 13 pessoas, segundo o jornal Haaretz. Os militares israelenses afirmaram ter atacado combatentes do Hamas que estavam "dentro de complexos escolares" em al-Shati e em outra região do norte de Gaza durante a noite, e disseram sem provas, que os combatentes estiveram envolvidos no ataque terrorista de 7 de outubro.

Ataque na região de Aleppo, na Síria

No início de junho, um general da Guarda Revolucionária do Irã foi morto após ataques aéreos israelenses próximos a Aleppo, na Síria. O homem, identificado como general Saeed Abyar, era membro da Força Quds, braço da Guarda Revolucionária do Irã para ações no exterior. Ele estava na Síria desde 2012 após ser destacado para ajudar o governo de Damasco a travar uma guerra civil contra as forças de oposição e os terroristas do Estado Islâmico (EI).

Ataque ao campo de refugiados al-Shati

No dia 10 de abril, a família de Haniyeh foi alvo de um ataque que matou três de seus filhos e quatro netos. Na época, foi revelado que um drone atingiu o carro da família no mesmo campo de refugiados de al-Shati. Segundo um comunicado do Exército de Israel, "os três agentes" visados no ataque aéreo eram Amir, Mohammed e Hazem Haniyeh, acrescentando que os homens eram membros da ala militar do Hamas e estavam "prestes a realizar um ato terrorista".

Em novembro, um mês após o início do conflito, Haniyeh já havia perdido uma de suas netas durante um bombardeio israelense a uma escola na Cidade de Gaza. Roa Hammam Haniyeh era estudante da Faculdade de Medicina da Universidade Islâmica de Gaza e foi uma das 50 vítimas do ataque à escola al-Buraq.

Ataque ao Consulado do Irã em Damasco

Em 1° de abril, o general Mohammad Reza Zahedi, comandante das Forças Quds na Síria e no Líbano morreu em um ataque aéreo também atribuído a Israel. O bombardeio atingiu o Consulado do Irã na capital síria, Damasco, segundo veículos de imprensa locais e grupos de direitos humanos. Ao todo, oito pessoas morreram, incluindo sete membros do exército ideológico da república islâmica, e 12 ficaram feridas.

Veterano da guerra contra o Iraque, Zahedi liderou, por alguns meses em 2004, a Força Aérea da Guarda Revolucionária, e era um dos principais oficiais da instituição.

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