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Por O Globo com agências internacionais — Caracas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, apresentou nesta quarta-feira um recurso ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) do país, controlado pelo chavismo, pedindo que se esclareça “tudo o que for necessário” sobre as eleições presidenciais realizadas no domingo – cujo resultado oficial ratificou sua vitória, apesar das denúncias de fraude por parte da oposição e da ampla condenação internacional.

— [Que o tribunal] se encarregue de dirimir este ataque contra o processo eleitoral, esta tentativa de golpe de Estado, e esclareça tudo o que for necessário sobre esses ataques e esse processo — disse Maduro, que busca reafirmar os resultados da votação de domingo fornecidos sem detalhamento pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O líder chavista fez a solicitação ao tribunal após dois dias de protestos em várias regiões do país contra a sua reeleição – já que a oposição tem assegurado que seu candidato, o diplomata Edmundo González Urrutia, venceu o pleito por ampla margem (67%, contra 30% de Maduro). Nesta terça-feira, a oposição divulgou uma página na internet em que é possível consultar as supostas atas de cada mesa de votação.

Um dia depois, o presidente venezuelano disse que o partido governista também está pronto para apresentar “100% das atas”. Na madrugada de segunda-feira, o CNE anunciou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato. Sem apresentar as atas, o órgão afirmou que, com 80% das urnas apuradas, o atual mandatário recebeu cerca de 5,1 milhões de votos (51,2%) contra 4,4 milhões (44,2%) obtidos pelo opositor.

— Digo, como líder político, filho do comandante [Hugo] Chávez (ex-presidente da Venezuela), que o Grande Polo Patriótico e o Partido Socialista Unido da Venezuela estão prontos para apresentar 100% das atas. Muito em breve elas serão conhecidas, porque Deus está conosco e as provas já apareceram — afirmou Maduro a jornalistas na sede do TSJ.

Maduro já afirmou que a reivindicação da oposição é “a tentativa de tomada de poder mais criminosa” que já foi vista “até hoje”, e que faz parte de um “complô global contra a Venezuela”. Segundo a agência EFE, o presidente espera que o TSJ convoque representantes das instituições, assim como os 10 candidatos (oito dos quais pediram por mais transparência no processo eleitoral), e “certifique, fazendo uma perícia de altíssimo nível técnico, os resultados eleitorais”.

— Estou disposto a ser convocado, interrogado e investigado pela Sala Eleitoral (controlada por chavistas) como candidato presidencial vencedor das eleições de domingo e como chefe de Estado — declarou.

Pressão internacional

O Centro Carter, que participou como observador internacional no pleito venezuelano, declarou na noite de terça-feira que a eleição presidencial não atendeu aos padrões de imparcialidade democrática. O anúncio da organização colocou ainda mais pressão sobre o líder chavista, já que desde domingo diversos órgãos internacionais e representações diplomáticas também cobraram uma auditoria do resultado e a divulgação dos dados totais das urnas.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, um aliado próximo, juntou-se a outros líderes estrangeiros nesta quarta-feira para instá-lo a divulgar a contagem detalhada dos votos. A União Europeia, a Espanha também juntaram suas vozes aos crescentes pedidos de transparência. Nesta terça, a Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou que as eleições sofreram “a mais flagrante manipulação”.

No comunicado da OEA é ressaltado que o fato de a oposição ter apresentado a ata – e o governo de Maduro não – seria “risível e patético se não fosse trágico”. O órgão pontua que “nesse contexto, é imperativo saber sobre a aceitação por parte de Maduro das atas mantidas pela oposição e, consequentemente, aceitar sua derrota eleitoral e abrir o caminho para o retorno à democracia na Venezuela”.

“Caso contrário, seria necessária a realização de novas eleições, mas neste caso com a presença das missões de observação eleitoral da União Europeia e da OEA, [além de] uma nova CNE para que seja reduzida a margem de irregularidade institucional que assolou este processo”, diz a nota, que também afirma que a população venezuelana é “vítima mais uma vez da repressão (...), fruto de uma gestão ineficiente que semeou as mais graves crises humanitária e migratória que a região conheceu”.

Nesta segunda-feira, o governo venezuelano anunciou a retirada do pessoal diplomático da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai do país, bem como a saída dos seus respectivos representantes nestas nações. A decisão foi tomada após os países citados exigirem transparência no pleito da Venezuela. (Com AFP)

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