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Por AFP — Washington, Estados Unidos

O secretário da OEA, Luis Almagro, adiantou nesta quarta-feira que vai apresentar acusações perante a Corte Penal Internacional, com sede em Haia, para que impute e emita uma ordem de prisão contra Nicolás Maduro pelo "banho de sangue" na Venezuela, onde pelo menos 11 civis morreram em protestos por sua reeleição.

"Maduro prometeu um banho de sangue (...) e está cumprindo. É o momento de apresentar acusações e uma ordem de captura por parte da Corte Penal Internacional contra os principais responsáveis, incluindo Maduro", escreveu o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos no X.

Também nas redes sociais, a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, convocou na quarta-feira os apoiadores a "mobilizar" após o presidente Nicolás Maduro prometer manter o poder após uma vitória eleitoral amplamente contestada.

"Agora cabe a todos nós afirmar a verdade que TODOS sabemos. Vamos nos mobilizar. VAMOS CONSEGUIR," ela escreveu no X. "É hora de confiar uns nos outros. De permanecer ATIVOS e FIRMES."

"Demorou para vencer; agora é hora de RECOLHER."

Maduro pede prisão para opositores

"Devem estar atrás das grades": o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quarta-feira prisão para a líder opositora María Corina Machado e seu candidato Edmundo González Urrutia, reconhecido pelos Estados Unidos como vencedor nas presidenciais de domingo, em meio a denúncias de fraude.

Machado, que afirma que González Urrutia venceu com ampla maioria, respondeu à advertência de Maduro com um chamado à mobilização.

"Oferecemos ao regime que aceitasse democraticamente sua derrota e avançasse em uma negociação para assegurar uma transição pacífica; no entanto, optaram pela rota da repressão, violência e mentira", escreveu Machado no X. "Agora nos corresponde a TODOS fazer valer a verdade que TODOS conhecemos. Vamos nos mobilizar. VAMOS CONSEGUIR", acrescentou sem dar detalhes.

Três dias após a eleição, Maduro prometeu apresentar todas as atas das votações questionadas, ao comparecer ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para pedir que se pronuncie sobre o assunto.

"Eu disse, como chefe político, filho do comandante (Hugo) Chávez, que o Grande Polo Patriótico e o Partido Socialista Unido da Venezuela estão prontos para apresentar 100% das atas", disse o governante a jornalistas na sede do TSJ.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o proclamou como presidente eleito para um terceiro mandato de seis anos com 51% dos votos contra González Urrutia, com 44%. A oposição afirma que possui cópia de mais de 80% das atas e que seu candidato concentrou 67% dos sufrágios.

"Está claro que Edmundo González Urrutia derrotou Nicolás Maduro por milhões de votos (...). O CNE de Maduro precisa de tempo para preparar resultados falsificados", disse o chefe da diplomacia dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Brian Nichols.

A autoridade eleitoral não publicou resultados em seu site, alegando que foi alvo de um "ataque massivo".

Pressão internacional

A pressão por uma recontagem dos votos aumenta.

"Nossa paciência, e a da comunidade internacional, está se esgotando à espera de que as autoridades eleitorais venezuelanas digam a verdade", havia dito o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, antes das declarações de Nichols.

"Então eu posso dizer 'perdi a paciência com vocês'", replicou Maduro.

O Centro Carter, convidado pelo CNE para observar os pleitos, afirmou que as presidenciais não se adequaram a "parâmetros e padrões internacionais" e "não podem ser consideradas democráticas".

Centenas de seguidores de Maduro se manifestaram nesta quarta-feira no centro de Caracas. "Tudo o que a oposição está dizendo é para desprestigiar. Eles estão com vandalismo, fazendo coisas ruins. Aceitem sua derrota", disse na marcha a ativista Yuli Jiménez, de 44 anos.

Desde que começaram os protestos por uma recontagem dos votos, Caracas se mantém semi-paralisada, com comércios fechados e pouco transporte público.

'Acordo de convivência'

O Conselho Permanente da OEA rejeitou uma resolução para exigir transparência sobre o processo eleitoral venezuelano, ao não alcançar a maioria requerida.

O Ministério das Relações Exteriores da vizinha Colômbia, país que se absteve na sessão da OEA, anunciou em um comunicado "contatos permanentes com os governos do Brasil e do México para criar as condições necessárias" em busca de "um acordo de convivência" na Venezuela.

O Brasil também preferiu abster-se e o México rejeitou participar.

O documento sublinha ainda que "têm sido mantidas conversas constantes" com o governo de Maduro e setores opositores.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, um dos aliados regionais de Maduro, pediu no X uma "apuração transparente" com "fiscalização de todas as forças políticas" e "fiscalização internacional".

"O presidente Petro é um homem honrado, sério, ouço muito, estou em diálogo com ele", respondeu Maduro.

Mais recente Próxima Eleição na Venezuela: Análise do New York Times de contagem parcial da oposição sugere derrota de Maduro para González

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