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Por O Globo, com agências internacionais — Gaza

RESUMO

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GERADO EM: 15/08/2024 - 09:17

Negociações de cessar-fogo em Gaza: tensão e pressões.

Israel e mediadores negociam cessar-fogo em Gaza, enquanto Hamas relata 40 mil mortos. Pressões de EUA, Egito e Catar para acordo esbarram na recusa do Hamas em participar. Cenário tenso com temores de ampliação do conflito. Números contestados por Israel. Hamas vê negociações como estratégia de Israel para prolongar guerra. Netanyahu pressionado por extremistas. Palestinos descrevem aumento de combates em Gaza.

Representantes de Israel e de mediadores internacionais abriram uma nova rodada de negociações sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza nesta quinta-feira, mesmo dia em que o Ministério da Saúde do enclave palestino, administrado pelo Hamas, comunicou que o número de mortos no território ultrapassou os 40 mil — provocando reação do Exército israelense, que disse ter eliminado por volta de 17 mil homens do Hamas e de outros grupos palestinos. Embora o novo encontro seja resultado de pressões de EUA, Catar e Egito pela assinatura de um acordo nas últimas semanas, a expectativa de um consenso em Doha são baixas, uma vez que o Hamas se negou a participar das novas conversas.

O cenário para a reunião é adverso. A comunidade internacional ainda guarda temores sobre uma possível ampliação do conflito em Gaza, diante de possíveis retaliações do Irã e do movimento libanês Hezbollah, pelas mortes de, Ismail Haniyeh, chefe político do Hamas, em Teerã, e Fuad Shukr, líder do Hezbollah, em Beirute. Em paralelo, dentro de Gaza, autoridades descrevem um recrudescimento dos combates, com novas operações e ordens de deslocamento afetando a população civil.

Pouco antes do início das conversas em Doha, o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que o número de mortos no enclave palestino desde o começo da guerra havia chegado a 40.005, após o registro de 40 mortes nas últimas 24 horas. De acordo com o jornal israelense Haaretz, o número divulgado pela autoridade de saúde inclui informações repassadas por famílias de vítimas do conflito, e pode aumentar, considerando que também há registros de desaparecidos. Ainda segundo dados do Hamas, repercutidos pela publicação israelense, cerca de 70% das vítimas seriam mulheres e menores de idade.

O Exército de Israel questiona, de forma recorrente, os dados apresentados pelo Ministério da Saúde de Gaza. Em uma declaração pública, o principal porta-voz do Exército, Daniel Hagari, afirmou que uma grande parte dos mortos no território palestino seria de integrantes de grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica.

— As nossas forças continuam lutando em Gaza (...). Eliminamos mais de 17 mil terroristas até agora — disse o porta-voz.

Em resposta a questionamentos do Haaretz, as Forças Armadas afirmaram que o número final apresentado pelo Hamas não era confiável, que os dados não fariam distinção "entre terroristas e civis" e nem detalha quantas pessoas morreram por ataques lançados por grupos palestinos, que falharam e detonaram antes de atingir o território israelense.

Palestinos vasculham escombros de casa no campo de refugiados de Nuseirat — Foto: Eyad Baba/AFP
Palestinos vasculham escombros de casa no campo de refugiados de Nuseirat — Foto: Eyad Baba/AFP

Rodada de negociações

Diante do cenário de incerteza, os negociadores de EUA, Catar, Egito e Israel se reúnem em Doha para discutir um possível plano de desescalada. O primeiro-ministro catari, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, estará na mesa de negociação, que deve ter também o chefe da CIA, William J. Burns, e os chefes dos serviços de inteligência israelense, David Barnea, e egípcio, Abbas Kamel.

A principal ausência será a de representantes do Hamas. O grupo anunciou, no início da semana, que não participaria das negociações, embora tenha comunicado aos mediadores que estava aberto a consultas posteriores caso Israel apresentasse uma resposta séria à sua última oferta do início de julho, de acordo com dois funcionários familiarizados com as negociações. A avaliação palestina é de que Israel não tem interesse em alcançar um acordo, e que usa as negociações para continuar a guerra.

— O Hamas acredita que a ocupação israelense está tentando ganhar tempo com mais negociações — disse Ibrahim al-Madhoun, um analista sediado em Istambul próximo ao Hamas, ouvido pelo New York Times.

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, endureceu a posição de seu país em vários pontos, enquanto aliados da coalizão de extrema direita continuam a insistir que Israel reocupe Gaza indefinidamente. Durante a semana, o ministro da Segurança Interna, Itamar Ben-Gvir, ao adentrar irregularmente a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, gravou um vídeo defendendo a derrota total do Hamas. Um acordo que resulte em uma saída para o Hamas pode fragmentar a coalizão de governo de Netanyahu, tirando-o do poder. (Com NYT e AFP)

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