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Por AFP — Kiev

RESUMO

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GERADO EM: 23/08/2024 - 09:48

Modi busca paz entre Ucrânia e Rússia

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, visita a Ucrânia para mediar a paz com a Rússia após encontro com Putin. Modi busca equilibrar relações com Moscou e o Ocidente, enquanto Zelensky espera avanços. A Índia tenta atuar como pacificadora em meio à guerra, mas desafios persistem devido às exigências conflitantes entre as partes envolvidas. A guerra na Ucrânia continua intensa, com a Rússia avançando em territórios. A visita de Modi é vista como um esforço diplomático em um cenário de incertezas e tensões crescentes.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se encontrou com o líder ucraniano, Volodymyr Zelenksy, nesta sexta-feira em uma visita histórica, na qual pretende estimular os esforços diplomáticos para "restabelecer" a paz com a Rússia. Esta é a primeira vez que um mandatário indiano viaja para a Ucrânia, e ocorre quase dois meses após o encontro de Modi em Moscou com o presidente Vladimir Putin, cujos países mantêm excelentes relações.

Sentado ao lado de Zelensky durante a reunião, Modi afirmou que seu país "defende firmemente a paz" entre as partes do conflito e prometeu que a Índia fornecerá apoio humanitário a Kiev. A ONU verificou mais de 10 mil mortes de civis na Ucrânia desde que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022, mas disse que o número real é provavelmente muito maior.

— Ficamos fora da guerra com grande convicção. Isso não significa que ficamos indiferentes. Não fomos neutros desde o primeiro dia, tomamos partido e apoiamos firmemente a paz. — afirmou o premier, acrescentando sobre a ajuda humanitária à Ucrânia: — Qualquer que seja a ajuda que você precisar do ponto de vista humanitário, a Índia estará sempre com você e fará todo o possível para apoiá-lo.

O premier de 73 anos chegou à capital ucraniana durante a manhã em um trem procedente da Polônia, itinerário habitualmente utilizado pelas delegações oficiais, pois o espaço aéreo ucraniano está fechado desde o início da guerra. Ele abraçou Zelensky — que parecia visivelmente emocionado — no palácio Mariinsky em Kiev, antes de uma reunião a portas fechadas.

O líder indiano está se apresentando como um possível pacificador entre Moscou e Kiev. Ainda na Polônia, Modi disse que "nenhum problema pode ser resolvido em um campo de batalha."

— Apoiamos o diálogo e a diplomacia para restabelecer a paz e a estabilidade o mais rápido possível. E para isso, a Índia está disposta a fazer todas as contribuições possíveis com os países amigo — disse, durante um entrevista coletiva ao lado do homólogo polonês, Donald Tusk.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cumprimenta o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em sua chegada à entrada do Palácio Mariinskyi para seu encontro, em 23 de agosto de 2024 — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cumprimenta o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em sua chegada à entrada do Palácio Mariinskyi para seu encontro, em 23 de agosto de 2024 — Foto: ROMAN PILIPEY/AFP

Mais cedo, um comunicado do Gabinete do premier disse que Modi pretende falar com Zelensky sobre as "perspectivas de uma solução pacífica do conflito na Ucrânia" e o "aprofundamento da amizade Índia-Ucrânia". Zelensky, por sua vez, disse também esperar "que vários documentos sejam assinados" durante a reunião.

Apesar da aposta na diplomacia para o restabelecimento da paz, a visita de Modi acontece em um momento dramático na guerra que já dura dois anos e meio, com um acordo diplomático parecendo mais distante do que nunca. Desde o dia 6 de agosto, as forças ucranianas operam uma grande incursão na região russa de Kursk, enquanto o Exército de Moscou avança no leste da Ucrânia, alegando ter tomado uma faixa de cidades e vilas nas últimas semanas.

Putin afirma que um cessar-fogo e negociações serão possíveis apenas se Kiev abandonar territórios em quatro de suas regiões que Moscou alega ter anexado — uma demanda linha-dura que atraiu desprezo em Kiev e no Ocidente — e abandonar o seu desejo de aderir à Otan. A Ucrânia, por sua vez, descartou que a invasão a Kursk tem como objetivo anexar os assentamentos conquistados, apostando, ao contrário, em usá-lo para possíveis negociações. Moscou já afirmou que "não falará" com Kiev devido à incursão à região.

Índia busca equilíbrio

Além disso, não está claro se Modi poderia ser um negociador eficaz. O premier tenta manter um equilíbrio delicado com a Rússia, com quem tem boas relações, e as nações ocidentais, com as quais pretende intensificar os laços para contra-atacar a China, sua rival regional. Nos últimos anos, essas potências pressionaram Nova Délhi a se distanciar da Rússia.

As relações entre Rússia e Índia datam ainda da Guerra Fria. O líder indiano foi criticado por abraçar o presidente russo durante a sua visita a Moscou, que aconteceu horas após bombardeios da Rússia contra várias cidades da Ucrânia. Os ataques deixaram dezenas de mortos e provocaram danos em um hospital pediátrico em Kiev.

Na época, Zelensky chamou a visita de Modi de um "golpe devastador" para os esforços de paz. Nesta sexta-feira, o líder ucraniano disse que ele e Modi juntos "honraram a memória de crianças cujas vidas foram tiradas pela agressão russa":

"As crianças de todos os países merecem estar seguras. Devemos tornar isso possível", disse Zelensky em um post no Telegram.

Durante sua visita a Moscou no mês passado, Modi disse a Putin que "a guerra não pode resolver problemas" e que ver "crianças inocentes assassinadas... é uma dor insuportável". Nova Délhi evitou a condenação explícita da invasão russa em 2022 e se absteve em resoluções da ONU que criticam o Kremlin, optando por instar ambos os lados a resolver suas diferenças por meio do diálogo direto. Moscou também continua sendo um fornecedor-chave de petróleo e armas para a Índia. O ministro das Relações Exteriores indiano, Subrahmanyam Jaishankar, justificou esses laços energéticos, lembrando que Nova Délhi "geralmente não impõe sanções a nenhum país".

Mas a invasão da Ucrânia pela Rússia também teve um custo humano para a Índia, com vários relatos de cidadãos indianos sendo mortos lutando pela Rússia. Em fevereiro, Nova Délhi disse que estava pressionando o Kremlin a enviar de volta alguns de seus cidadãos — pelo menos cinco morreram na guerra, informou o The Guardian. No primeiro ano da invasão em 2022, Putin reconheceu publicamente que Modi tinha "preocupações" sobre as ações de Moscou na Ucrânia.

Desde o início da guerra, outras potências, como a China, tentaram assumir o papel de mediação para acabar com o conflito, mas sem sucesso devido às exigências aparentemente irreconciliáveis de cada lado. Nesta sexta-feira, a Casa Branca disse que, se a viagem de Modi à Ucrânia pode trabalhar para "nos levar a um fim ao conflito que se adequa à visão do presidente Zelensky para uma paz justa, bem, então achamos que isso seria útil". A declaração foi feita através do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.

Rússia observa mais cidades ucranianas

Mesmo enquanto Moscou luta para combater o ataque ucraniano em sua região de Kursk, suas forças ainda estão avançando na região oriental de Donetsk, capturando várias cidades e vilas nos últimos dias. Kiev ordenou alguns deslocamentos de Pokrovsk — um importante centro estratégico e logístico na região — em meio a temores de que ele possa ser capturado pela Rússia.

Quando Modi chegou a Kiev, a Ucrânia disse que um ataque russo matou duas pessoas na região nordeste de Sumy e que outras duas pessoas foram retiradas dos escombros causados ​​por outro ataque na região de Kharkiv, mais ao sul, um dia antes.

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