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Por O Globo com agências internacionais — Haifa, Israel

RESUMO

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GERADO EM: 26/08/2024 - 12:28

Hezbollah recua em ataque a base do Mossad em Israel, elevando tensões na região.

Hezbollah desiste de atacar base do Mossad em Israel devido a temor de retaliação. Grupo planejava saturar Domo de Ferro para permitir ataques à base de Glilot, porém recua. Israel lança contra-ataques preventivos, negando que a base tenha sido atingida. Tensões internas no Hezbollah também influenciaram na decisão. Conflitos na fronteira geram mortes e deslocamentos, elevando a tensão na região. Medo e bravura marcam a população em Haifa diante da proximidade com o Líbano.

O Hezbollah cogitou atacar com mísseis guiados com precisão a base militar das Forças Armadas israelenses que abriga o quartel-general do serviço secreto externo israelense (Mossad) durante sua resposta ao assassinato de um de seus principais comandantes no mês passado, mas desistiu no último minuto por temer uma forte retaliação do Estado judeu, informou a Rádio do Exército nesta segunda-feira, citado pelo jornal Times of Israel. A base a que o relatório divulgado pela rádio faz referência é a de Glilot, principal base de inteligência militar israelense.

Além disso, a Rádio do Exército também informou que as tensões internas do grupo, entre o chefe militar das operações no sul do território e o chefe da inteligência, também foram fatores decisivos para a decisão de recuar, sem dar mais detalhes.

No domingo, horas após o Hezbollah ter anunciado seus ataques a Israel com centenas de foguetes e drones, o líder do grupo, Hassan Nasrallah, disse que o "alvo principal" era uma base de inteligência nos arredores de Tel Aviv, a mais de 100 quilômetros da fronteira libanesa. Nasrallah disse que o grupo lançou um ataque em larga escala contra Israel, tendo como alvo "quartéis e posições israelenses" e buscando "facilitar a passagem de drones de ataque em profundidade". Nesse caso, os ataques visavam saturar o Domo de Ferro (sistema de defesa aérea israelense) para possibilitar a passagem à Glilot, que abriga também várias unidades inteligência das forças armadas, incluindo a Unidade 8200.

Israel, que por sua vez afirmou ter lançado uma onda de ataques preventivos contra o Líbano que "frustrou o plano" do grupo, negou que a base tenha sido atingida. As Forças Armadas israelenses lançaram ataques aéreos contra o Líbano, dizendo que destruíram "milhares de foguetes direcionados ao norte de Israel em 40 zonas de tiro no sul do Líbano" e frustraram um grande ataque. Pelo menos três pessoas foram mortas na ação, além de um soldado da Marinha israelense. Israel anunciou que o Hezbollah disparou cerca de 210 foguetes e 20 drones em direção ao norte de seu território, mas não informou se alguma posição militar foi atingida.

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"O regime sionista pode esconder, distorcer ou censurar alguns fatos sobre as operações do Hezbollah libanês, mas sabe muito bem que os fatos existentes não mudarão", postou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanani, no X. O Hezbollah, assim como o Hamas, integra o Eixo da Resistência, através do qual Teerã financia e arma milícias ao redor do Oriente Médio em sua guerra por procuração. Ainda segundo Kanani, Israel "perdeu seu poder ofensivo e dissuasor efetivo e agora deve se defender contra ataques estratégicos."

Assim como o movimento xiita libanês, o Irã prometeu "vingança" ao Estado judeu pelo assassinato do líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, em território iraniano no mês passado. Nesta segunda-feira, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, afirmou que a resposta da nação persa será "definitiva e calculada" — Teerã já chegou a afirmar que a resposta poderia demorar e que talvez não repetisse as operações anteriores —, mas que "não buscará aumentar as tensões".

Em discurso televisionado, Nasrallah afirmou que as declarações de Israel sobre ter realizado "ações preventivas" são "vazias" e disse que o Hezbollah realizou um ataque em duas fases, primeiro lançando "340 foguetes Katyusha" contra 11 posições militares no norte de Israel e nas Colinas de Golã anexadas. O grupo disse que seu ataque foi uma "resposta inicial" ao assassinato de Fuad Shukr, comandante que orquestrou um ataque às Colinas do Golã que matou 12 pessoas em julho. Nasrallah porém pareceu sugerir em seu discurso que a retaliação do grupo havia terminado, dizendo que "se o resultado for satisfatório", então sua resposta "foi cumprida".

Israel não disse que estava por trás do assassinato de Haniyeh, mas confirmou que executou o ataque em Shukr.

Combatentes do Hezbollah trocam tiros quase diariamente na fronteira com Israel desde que o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil pessoas mortais e fez 251 reféns, desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. A violência transfronteiriça deixou centenas de mortos, principalmente no Líbano, e forçou o deslocamento de milhares de pessoas em ambos os países.

No Líbano, 605 pessoas morreram, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 131 civis, segundo um balanço da AFP. Em Israel e nas Colinas de Golã anexadas, as autoridades afirmam que 23 soldados e 26 civis morreram.

'Não podemos viver com medo'

Uma fita vermelha e branca impede o acesso à praia de Bat Galim, na cidade israelense de Haifa, quando as temperaturas na cidade ultrapassam os 30ºC. Nestes meses de verão, as praias costumam ficar lotadas.

Mas, frente à chuva de drones e foguetes lançados do outro lado da fronteira, a apenas 30 quilômetros de distância, o Ministério da Defesa ordenou fechar as praias entre Haifa e Nahariya, a cidade mais a norte da costa. Hedva, uma estudante de 32 anos que não informou o sobrenome, não entende a medida.

— Há abrigos em todos os prédios próximos à praia — diz.

O Exército considera que esses abrigos são insuficientes e que, devido a proximidade de Haifa com o Líbano, os habitantes devem ter acesso aos abrigos anti-foguetes em menos de um minuto após ouvirem as sirenes.

Haifa abriga uma refinaria e uma grande zona industrial, fazendo com que os moradores temam um desastre químico no caso de um ataque. No verão de 2006, durante a guerra entre Israel e o Hezbollah, o movimento xiita libanês disparou foguetes contra a cidade e, 15 anos antes, o Iraque lançou mísseis contra a região durante a Guerra do Golfo.

Apesar disso, Jane Paz, 62 anos, diz que "não tem um pingo de medo".

— Se tiver que cair um míssil, cairá. Nós, judeus, não estamos seguros em lugar nenhum, não podemos viver com medo constante — diz a mulher.

Sentada na areia de uma praia, Olga Log, de origem russa, compartilha dessa opinião.

— Venho para o mar todos os dias. Israel é uma grande nação. Não devemos ter medo de mísseis — afirmou, acrescentando que "por volta das quatro da manhã ouvi um barulho", referindo-se aos aviões e drones israelenses.

Log descobriu que as praias estavam fechadas depois de verificar um site de notícias, mas decidiu sair mesmo assim.

— Não me importo — disse à AFP, ao lado de um grupo de pessoas que desafiam a proibição do banho. (Com AFP)

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