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Por O Globo e agências internacionais — Moscou

RESUMO

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GERADO EM: 28/08/2024 - 13:26

Série cômica russa "Goodbye" critica política americana e destaca influência do Kremlin.

Durante a série cômica russa "Goodbye", Joe Biden perde o passaporte em Moscou, vive em prédios soviéticos e é ajudado por um patriota russo. A produção reflete a visão do Kremlin sobre Putin e critica a política americana. A TV russa intensifica contatos com estúdios locais para promover suas perspectivas políticas, visando influenciar a opinião pública. A série, prevista para 2025, destaca a competência do Serviço Secreto dos EUA e questiona a liderança de Biden.

O canal russo TNT anunciou na terça-feira uma nova série de comédia que terá como personagem principal o presidente americano, Joe Biden. A história, com fortes tons do humor russo e soviético, e que de certa forma ridiculariza Biden e as sanções aplicadas pelos EUA contra a Rússia, se insere em uma numerosa linha de produções culturais que refletem visões do Kremlin sob Vladimir Putin.

Em “Goodbye”("Adeus"), Joe Biden viaja incógnito à Rússia para tentar descobrir, por conta própria, por que as sanções não estão derrubando a economia local — após previsões sombrias no início da guerra, de tombos de até 10% do PIB, não concretizadas, hoje o Fundo Monetário Internacional prevê expansão de 3,2% em 2024. Em comunicado à imprensa, a TV, alinhada ao Kremlin, diz que o Biden da série quer “submergir em nossa [russa] realidade” e “entender a alma russa”.

Mas o líder americano não tem tempo para elaborar conclusões: ele perde o passaporte no primeiro dia de viagem, e ao invés de ser resgatado pelos agentes da Casa Branca, é esquecido na Rússia, forçado a lecionar inglês e a morar em um conjunto habitacional dos tempos soviéticos, enquanto junta dinheiro para voltar aos EUA.

No lugar do presidente, um aposentado russo, que guarda muitas semelhanças com o democrata, foi conduzido pelo Serviço Secreto a bordo do Força Aérea Um rumo a Washington. Para encontrar o caminho de casa, afirma o roteiro, Biden contará com a ajuda de um “verdadeiro patriota russo”.

— Posso garantir definitivamente que será uma história muito gentil, vital e engraçada — afirmou o ator que interpretará Biden na série, Dmitry Dyujev. O ator está na lista de sanções da Ucrânia e do Canadá.

O uso político do cinema e da TV não é algo novo na Rússia, tampouco monopólio de Moscou, mas após o início da guerra da Ucrânia o Kremlin tem intensificado seus contatos com estúdios locais, pressionando por produções que exprimam as visões de Putin.

Em março, a série “Leve-a Através da Maidan”, causou protestos por mostrar, segundo Kiev, uma versão pró-Moscou dos protestos na Praça da Independência da capital ucraniana de 2013 e 2014, não raro chamados por Putin de “golpe de Estado”. O movimento, que deixou dezenas de mortos, levou à queda do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich, que hoje está abrigado em solo russo.

Apesar dos protestos do governo da Ucrânia, a produção foi uma das mais assistidas na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e na região de Ivano-Frankivsk, no Oeste do país, apontaram dados da plataforma Google Trends.

Em “Goodbye”, que estreia no ano que vem, fica evidente a intenção de mostrar um Biden incapaz de continuar à frente da Casa Branca, algo também transmitido pela imprensa russa, e de apresentar o Serviço Secreto dos EUA como um órgão incompetente.

Segundo reportagem do portal russo Meduza (banido da Rússia), o Kremlin destinou um orçamento generoso para a elaboração de produções culturais que reflitam as visões do atual governo russo, de preferência de forma velada. Os contatos foram mais intensos nos meses que antecederam a eleição presidencial de março, vencida por Putin por quase 90% dos votos. E os produtores, em busca do orçamento praticamente sem fim de propaganda oficial, correm para se adaptar.

— Eles olham para quais projetos foram lançados e a que podem se agarrar para justificar suas despesas. É como, "Olhem, estamos fazendo um trabalho ideológico, trabalhando para o bem do país, gastando dinheiro com sabedoria” — disse ao Meduza uma fonte da indústria cinematográfica russa. — Eles estão tentando reforçar suas próprias atividades com esses suportes ideológicos.

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