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GERADO EM: 29/08/2024 - 12:54

Houthis autorizam reboque de petroleiro em chamas no Mar Vermelho para evitar crise ambiental, mas negam trégua. Navio-tanque representa risco de grave derramamento. Ações podem impactar comércio global e ecossistema. Ameaças de ataques e tensões geopolíticas em foco.

Houthis autorizam reboque de petroleiro em chamas no Mar Vermelho para evitar crise ambiental, mas negam trégua. Navio-tanque representa risco de grave derramamento. Ações podem impactar comércio global e ecossistema. Ameaças de ataques e tensões geopolíticas em foco.

Os Houthis do Iêmen permitirão que o petroleiro de bandeira grega seriamente danificado no Mar Vermelho durante um ataque do grupo rebelde na semana passada seja finalmente rebocado, informou a missão do Irã nas Nações Unidas nesta quinta-feira. A embarcação está transportando 150 mil toneladas, ou um milhão de barris, de petróleo bruto e representa um sério risco ambiental em caso de derramamento, segundo as autoridades marítimas.

O navio-tanque Sounion foi atacado diversas vezes pelos houthis em águas internacionais entre o Iêmen e a Eritreia na quarta-feira da semana passada. A embarcação, de propriedade da Delta Tankers da Grécia, está em chamas desde 23 de agosto, e os houthis divulgaram um vídeo do suposto momento em que o incendiaram.

“Vários países entraram em contato para (...) solicitar uma trégua temporária para a entrada de rebocadores e navios de resgate na área do incidente”, disse a missão do Irã na ONU em Nova York, acrescentando que os houthis consentiram com a solicitação, levando em consideração "preocupações humanitárias e ambientais".

Os rebocadores Gladiator e Hercules, com bandeira do Togo, estão no Golfo de Áden de prontidão para realizar o salvamento do petroleiro grego, de acordo com o professor e historiador marítimo Sal Mercogliano, da Universidade Campbell, nos EUA, baseado em informações do rastreador Marine Traffic.

A força naval da União Europeia no Mar Vermelho (Aspides) relatou nesta quinta-feira que "vários incêndios foram detectados em vários locais no convés principal do navio", mas que "os ativos operacionais na área confirmaram que não há vazamento de óleo e que o navio ainda está ancorado e não à deriva".

Apesar disso, o petroleiro continua sendo um risco de navegação e uma "ameaça séria e iminente de poluição regional", algo que poderia levar a uma "crise ambiental catastrófica", uma vez que "o Mar Vermelho não é apenas uma das principais rotas marítimas para o transporte global, mas também um ecossistema marinho único, agora ameaçado por poluição potencial", acrescentou nas redes sociais.

Terceiro navio em um mês

De acordo com as estatísticas da Federação Internacional de Proprietários de Navios-Tanque (ITOPF), o Sounion corre o risco de derramar quatro vezes mais petróleo do que o Exxon Valdez, o acidente mais famoso da navegação de petroleiros, em 1989, podendo se tornar o quinto pior derramamento de petróleo de todos os tempos.

— O risco de um derramamento de óleo, que representa um perigo ambiental extremamente grave, continua alto e há uma preocupação generalizada com os danos que esse derramamento causaria na região — declarou Arsenio Dominguez, secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO), na quarta-feira.

O Sounion é o terceiro navio operado pela Delta Tankers a ser alvo dos houthis este mês. A empresa disse que está em curso para controlar o incêndio e esvaziar o petroleiro, mas que não pode revelar detalhes por motivos de segurança.

Os 25 tripulantes do petroleiro foram resgatados por um navio de guerra europeu na sexta-feira depois de tentarem, sem sucesso, apagar o fogo que começou no mesmo dia após uma pane geral, segundo as Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO).

Na terça-feira, dois rebocadores foram enviados à região para ajudar a salvar o Sounion, mas os houthis ameaçaram atacá-los, de acordo com o Pentágono.

Se houver um vazamento do navio, os Estados não terão direito a receber um pagamento dos Fundos Internacionais de Compensação por Poluição por Óleo, porque esses pagamentos são isentos quando há danos resultantes de atos de guerra, hostilidades, guerra civil ou insurreição.

Sem trégua

O porta-voz dos Houthi, Mohammed Abdulsalam, negou na quarta-feira que haveria uma trégua temporária, dizendo à Reuters que o grupo só concordou em permitir o reboque do petroleiro Sounion depois que várias partes internacionais entraram em contato com o grupo.

Os rebeldes houthis são apoiados pelo Irã e controlam as áreas mais populosas do Iêmen. Eles assumiram a autoria do ataque ao Sounion e afirmaram que faz parte de uma ação para interromper a navegação comercial, em apoio aos palestinos e em retaliação a Israel por bombardear a Faixa de Gaza.

Pesquisadores do Washington Institute, no entanto, argumentam que ataques a embarcações vêm acontecendo no Mar Vermelho desde 2019, o que aponta para “motivos adicionais, bem como para a crescente volatilidade em uma região que é crítica para o comércio global”, segundo Noam Raydan e Farzin Nadimi, que rastreiam incidentes de navegação na região.

Os ataques têm afetado diretamente o comércio marítimo, que foi em grande parte desviado para o Cabo da Boa Esperança, ao sul da Cidade do Cabo, uma antiga rota que aumentou o tempo de trânsito em cerca de duas semanas, atrasou as entregas e aumentou os custos de envio.

“Mais de 30 embarcações comerciais foram atacadas entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, incluindo navios porta-contêineres, graneleiros, petroleiros/petroleiros químicos e petroleiros de petróleo bruto que eram de propriedade, administrados e operados por várias empresas internacionais”, afirmam os especialistas. “Embarcações comerciais e militares dos EUA também foram destacadas, especialmente depois que Washington ordenou contra-ataques contra alvos houthis a partir de 12 de janeiro de 2024”.

(Com agências internacionais)

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