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Por AFP — Paris

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GERADO EM: 02/09/2024 - 17:16

Resgate de reféns em Gaza gera tensão

Israel resgata corpos de seis reféns em Gaza, mobilizando protestos. 64 dos 251 sequestrados pelo Hamas no ano passado permanecem vivos. Netanyahu pede desculpas e promete ação contra o Hamas. Reféns são usados em trocas. Embaraços e incertezas marcam o resgate.

O Exército israelense anunciou no domingo que recuperou os corpos de outros seis reféns em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza. Carmel Gat, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi, Ori Danino e Hersh Goldberg-Polin, este último sendo um cidadão americano-israelense, foram sequestrados durante o ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro, e "brutalmente assassinados" pelos combatentes no enclave palestino, segundo autoridades israelenses.

Os seis reféns tinham idades entre 23 e 40 anos. Cinco deles estavam no festival de música eletrônica Supernova no sul de Israel quando foram sequestrados, e um sexto refém foi levado do kibutz de Be'eri.

A recuperação dos corpos — quase duas semanas após os corpos de outros seis reféns terem sido capturados — levou dezenas de milhares de israelenses às ruas e uma greve geral foi organizada pela principal central sindical do Estado judeu, a Histadrut, para pressionar o governo por um acordo de cessar-fogo que permita a libertação dos cativos que ainda permanecem em Gaza.

Estimativas apontam que, dos 251 sequestrados durante o ataque terrorista do Hamas há quase 11 meses, 64 ainda permanecem em cativeiro e supostamente vivos, segundo uma base de dados compilada pela AFP. Os manifestantes e grevistas exigem que esses reféns possam retornar para suas famílias da mesma forma que foram sequestrados: vivos.

Israel afirma ter recuperado corpos de seis reféns na Faixa de Gaza — Foto: AFP
Israel afirma ter recuperado corpos de seis reféns na Faixa de Gaza — Foto: AFP

Pressionado, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu convocou uma entrevista coletiva e pediu perdão em público pela primeira vez às famílias dos seis reféns "por não termos conseguido trazê-los de volta vivos".

— Estivemos muito perto, mas não conseguimos — declarou, prometendo também uma "forte reação" contra o Hamas: — Repito esta noite, Israel não vai ignorar esse massacre. O Hamas pagará um preço alto por isso, um preço muito alto.

Os reféns são usados como moeda de troca pelo Hamas para obter um cessar-fogo na guerra e a libertação de prisioneiros. E, à medida que a guerra avança, seu destino fica cada vez mais incerto e cada vez mais obscuro frente aos anúncios de mortes confirmadas e corpos recuperados. Nesta segunda, Abu Obeide, porta-voz das Brigadas al-Qassam, o braço armado do Hamas, afirmou que os cativos mantidos em Gaza voltarão "em caixões" se Israel mantiver sua pressão militar.

52 homens, 10 mulheres e 2 crianças

Até esta segunda-feira, 2 de setembro, dos 251 reféns e corpos levados a Gaza no dia 7 de outubro de 2023, 117 foram libertados — principalmente mulheres, crianças e trabalhadores estrangeiros —, 64 seguem em cativeiro e supostamente vivos, e 70 morreram; os corpos de 37 deles foram repatriados e 33 permanecem em Gaza.

A maioria das libertações ocorreu durante uma trégua de uma semana no fim de novembro, possível graças a um acordo entre Israel e Hamas, mediado pelos EUA, Egito e Catar. Na ocasião, as libertações ficaram restritas às mulheres e menores de idade.

Dos 64 reféns que se acredita que estejam vivos, 57 são israelenses — entre eles, três beduínos — ou com dupla cidadania israelense, e sete são estrangeiros (seis tailandeses e um nepalês). Entre eles, 52 reféns são homens, dez são mulheres e também há duas crianças. Onze são soldados, incluindo cinco mulheres. Não é certo que os 64 reféns considerados vivos realmente estejam com vida.

Anúncios de mortos

Desde o fim da única trégua da guerra, em 1º de dezembro de 2023, apenas sete reféns foram libertados em operações do Exército israelense. O mais recente cativo a ser resgatado foi o árabe-israelense Kaid Farhan Elkadi, de 52 anos, enquanto soldados israelenses e forças especiais vistoriava uma rede de túneis de combatentes durante uma "operação complexa" em Rafah.

Pessoas em luto assistem enquanto Rimon, viúva de Yagev Buchshtav, um dos reféns sequestrados pelo Hamas em outubro, estende a mão para tocar o topo de seu caixão — Foto: GIL COHEN-MAGEN/AFP
Pessoas em luto assistem enquanto Rimon, viúva de Yagev Buchshtav, um dos reféns sequestrados pelo Hamas em outubro, estende a mão para tocar o topo de seu caixão — Foto: GIL COHEN-MAGEN/AFP

O Hamas anunciou em 12 de agosto que seus combatentes haviam "matado um refém" em um "incidente". Anteriormente, o grupo anunciou vários falecimentos de reféns não confirmados por Israel, especialmente a do mais jovem mantido em cativeiro, o bebê Kfir, sequestrado com oito meses e meio, de sua mãe Shiri Bibas, de 32 anos, e de seu irmão mais velho, Ariel, de quatro anos.

Cadáveres levados para Gaza

Metade dos reféns mortos — 35 dos 70 — já estavam mortos quando foram levados a Gaza em 7 de outubro de 2023. Eles morreram durante o ataque terrorista do Hamas que desencadeou a guerra. Este é o caso principalmente dos corpos de dez soldados. A prática foi observada em conflitos anteriores na região, como na Segunda Guerra do Líbano (2006), quando grupos rivais sequestraram corpos de israelenses para envolvê-los em trocas por prisioneiros vivo.

Os outros 35 faleceram em Gaza. Em 1º de setembro, os corpos de seis reféns foram encontrados em um túnel neste território palestino, com marcas de disparos "à queima-roupa" alguns dias antes, segundo os israelenses, enquanto o premier fala em um "tiro na nuca". No dia 15 de dezembro de 2023, o Exército de Israel matou três reféns — Yotam Haim (28 anos), Samer al-Talalqa (25 anos) e Alon Lulu Shamriz (26 anos) — "por engano".

Nir Oz e festival de música

A maioria dos reféns que se supõe que ainda estejam em Gaza foi sequestrada no festival de música eletrônica Nova ou no kibutz de Nir Oz.

A festa rave, que contava com a participação de mais de três mil pessoas, acontecia perto do kibutz Reim, próximo da fronteira com a Faixa de Gaza. Ao todo, 370 pessoas foram assassinadas naquele local pelos combatentes e pelo menos 44 foram sequestradas. Apenas 17 seguem supostamente vivas no território palestino. Nove foram libertadas com vida.

Pessoas visitam memorial às vítimas do ataque do Hamas contra a festa de música eletrônica Supernova, no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Menahem Kahana / AFP
Pessoas visitam memorial às vítimas do ataque do Hamas contra a festa de música eletrônica Supernova, no dia 7 de outubro de 2023 — Foto: Menahem Kahana / AFP

Nir Oz era o kibutz ao qual pertencia a maioria dos sequestrados em 7 de outubro. Foi o único onde houve mais reféns (pelo menos 74) do que mortos (cerca de 30). Mais da metade dos reféns de Nir Oz foram libertados com vida (38), mas 20 reféns que ainda estariam vivos continuam em Gaza. Os 16 restantes morreram.

Famílias separadas

Em 7 de outubro, famílias inteiras foram transferidas para Gaza. Para essas famílias, a trégua de novembro de 2023 representou uma mistura de alívio pelos reféns libertados e sofrimento por deixar alguns membros para trás. Esse é especialmente o caso dos adolescentes franco-israelenses Eitan, Erez e Sahar, cujos pais, Ohad Yahalomi e Ofer Kalderon, continuam em cativeiro.

No total, 15 dos reféns que ainda estão em Gaza são parentes dos que foram libertados.

Mais recente Próxima Netanyahu pede perdão pela primeira vez em público às famílias de reféns e promete 'forte reação' contra o Hamas

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