Ataque a tiros em escola dos EUA deixa quatro mortos e nove feridos; atirador é preso

O suspeito já havia sido interrogado por autoridades no ano passado em razão de uma série de postagens anônimas em que ameaçava "cometer um ataque a tiros contra uma escola em local e horário não identificados”, informou uma declaração conjunta do FBI de Atlanta e do Gabinete do Xerife do Condado de Jackson. As publicações incluíam fotografias de armas, segundo a nota. O pai do adolescente, que tinha armas de caça em casa, também foi ouvido pelas autoridades, mas alegou que o jovem "não tinha acesso a elas sem supervisão".

“Naquele momento, não havia causa provável para prisão ou para tomar qualquer medida adicional de aplicação da lei em nível local, estadual ou federal”, justificou o comunicado sobre as suspeitas anteriores.

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Imagens transmitidas pela emissora local WSB-TV mostraram dezenas de veículos das forças de segurança e de emergência cercando a Apalachee High School, a 80 km de Atlanta. Um hospital da região está recebendo pacientes com ferimentos de arma de fogo, informou uma fonte do centro médico à CNN. Alguns dos feridos graves foram removidos de helicóptero, e há aeronaves adicionais de prontidão.

A Apalachee High School faz parte do Sistema Escolar do Condado de Barrow, que liberou os alunos da região e notificou os pais para buscá-los. O distrito disse ter fornecido transporte para os estudantes que precisavam voltar para casa. Os colégios do condado estão com as aulas suspensas até o final da semana, anunciaram autoridades.

De acordo com a polícia da Geórgia, a Apalachee High School recebeu um telefonema na parte da manhã avisando que haveria atentados em cinco escolas da região, a começar por ela. Os agentes ainda investigam a origem da ligação.

“Direcionei todos os recursos estaduais disponíveis para responder ao incidente na Apalachee High School e peço a todos que se unam à minha família em orações pela segurança daqueles em nossas salas de aula”, disse o governador da Geórgia, Brian Kemp, em comunicado. “Continuaremos a trabalhar com parceiros locais, estaduais e federais enquanto reunimos informações e respondemos a essa situação”.

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À agência Associated Press, Erin Clark, de 42 anos, disse que saiu “correndo” de seu trabalho após ter recebido uma mensagem de texto de seu filho avisando que havia um atirador na escola. Os dois disseram "eu te amo" pelo celular, e ela contou ter feito orações pela vida do jovem enquanto dirigia até o local do ataque.

Com a estrada principal bloqueada, Clark estacionou e correu até a escola ao lado de outros pais, que foram direcionados para um campo de futebol onde os alunos estavam. Em meio ao caos, disse, ela encontrou seu filho sentado nas arquibancadas. Segundo ela, o jovem escrevia uma redação na aula quando ouviu os tiros pela primeira vez. Ele ajudou outros alunos a bloquearem a porta da sala antes de se esconder.

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A Casa Branca comunicou que está coordenando ações com autoridades federais, estaduais e locais. Em comunicado, o presidente Joe Biden prestou solidariedade à comunidade escolar.

“O que deveria ter sido uma alegre temporada de volta às aulas em Winder, Geórgia, agora se transformou em outro lembrete horrível de como a violência armada continua a destruir nossas comunidades. Estudantes de todo o país estão aprendendo a se abaixar e se proteger em vez de ler e escrever. Não podemos continuar a aceitar isso como normal”, disse Biden.

Em um comício em New Hampshire, a vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, também comentou o caso, destacando que estudantes não deveriam ter de gastar energia “preocupados com a possibilidade de um atirador entrar pela porta da sala de aula”.

— É simplesmente revoltante que todos os dias em nosso país, nos Estados Unidos da América, os pais tenham que mandar seus filhos para a escola preocupados se eles voltarão para casa vivos ou não — disse Harris. — Devemos pôr fim de uma vez por todas a esta epidemia de violência armada no nosso país. Não tem por que ser assim.

O ex-presidente e candidato republicano à Presidência, Donald Trump, também se manifestou sobre a tragédia nesta quarta-feira, acusando o atirador de ser "monstro doente e perturbado".

"Nossos corações estão com as vítimas e entes queridos daqueles afetados pelo trágico evento em Winder, Geórgia", postou em sua plataforma Truth Social. "Essas crianças queridas foram tiradas de nós cedo demais por um monstro doente e perturbado".

O FBI está no local atuando em conjunto com o Departamento de Investigação da Geórgia, que apura o caso. O xerife do Condado de Barrow, Jud Smith, pontuou que as respostas sobre o ataque podem demorar alguns dias.

— Pedimos sua paciência. Por favor, deixe-nos obter os fatos que precisamos para garantir que faremos isso direito — disse Smith em uma coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira. — Vai levar vários dias para obtermos respostas sobre o que aconteceu e por que isso aconteceu.

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A Apalachee High School tem cerca de 1.900 alunos, de acordo com registros dos oficiais de educação da Geórgia. Ela se tornou a segunda maior escola pública do Condado de Barrow quando foi inaugurada em 2000, segundo o Sistema Escolar do Condado de Barrow. A escola é nomeada em homenagem ao Rio Apalachee, localizado na extremidade sul do Condado de Barrow.