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Por O Globo com agências internacionais — Washington

RESUMO

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GERADO EM: 04/09/2024 - 16:35

EUA combatem influência russa nas eleições

Os EUA anunciam medidas contra influência russa nas eleições, incluindo sanções e acusações criminais. Destaque para a RT e seu envolvimento em propaganda e desinformação. Departamentos do Tesouro e de Justiça atuam em conjunto para combater interferências estrangeiras. Medidas visam conter ameaças de potências como Rússia, Irã e China.

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira um amplo esforço para coibir campanhas de influência russas nas eleições de 2024, uma tentativa de impedir o uso pelo Kremlin de mídia estatal e de sites de desinformação para influenciar os eleitores americanos. As ações incluem sanções contra indivíduos e entidades russas, e a apreensão de 32 domínios da internet que autoridades americanas dizem ser usados por Moscou para divulgar propaganda e informações falsas sobre a Ucrânia, invadida por forças russas há mais de dois anos.

As punições foram anunciadas poucas semanas após os serviços de segurança americanos acusarem o Irã de estar por trás da invasão dos sistemas da campanha do ex-presidente Donald Trump, candidato republicano e verem sinais de que Teerã tentou o mesmo contra Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata. As agências de espionagem americanas avaliam que o Kremlin favorece Trump contra Kamala na disputa de novembro, considerando-o mais cético em relação ao apoio americano à Ucrânia no conflito. O Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de US$ 10 milhões por informações relativas à interferência estrangeira na eleição americana.

— O povo americano tem o direito de saber quando um poder estrangeiro engaja em atividades políticas e busca influenciar o discurso público — disse o secretário de Justiça americano, Merrick B. Garland. — Seremos implacavelmente agressivos para combater e interromper tentativas da Rússia, Irã, bem como da China ou de qualquer outro ator maligno estrangeiro, de interferir nas eleições e minar nossa democracia.

Entre as medidas anunciadas por Garland estão sanções contra cinco empresas de mídia estatais russas, incluindo a Russia Today, Ruptly e Sputnik, e contra a ANO Dialog, uma organização sem fins lucrativos que ajuda a gerenciar uma rede de desinformação conhecida como Doppleganger. Relativos a essa rede, gerenciada pelo ex-primeiro-ministro Sergei Kiriyenko, atualmente primeiro-vice chefe de Gabinete do presidente Vladimir Putin, foram apreendidos 32 domínios de internet com sites imitando entidades noticiosas legítimas, como Fox News e The Washington Post. Segundo os EUA, Doppleganger também usou perfis falsos nas redes sociais, fingindo serem de americanos, para fazer os leitores acreditarem que levavam a meios de comunicação legítimos.

Bots e deep fake

Na plataforma online e de televisão Russia Today — usada, segundo os EUA, pelas agências de inteligência russas para veicular desinformação por bots e outros meios, incluindo "deep fakes" feitos por inteligência artificial —, foram sancionados a editora-chefe Margarita Simonyan e seus adjuntos. Já Konstantin Kalashnikov e Elena Afanasyeva, identificados, respectivamente, como "vice-chefe do Departamento de Projetos de Mídia Digital" e "produtora da RT", foram acusados de pagar US$ 10 milhões de forma secreta para uma companhia não identificada do Tennessee para veicular quase 2 mil vídeos em inglês no YouTube, TikTok, Instagram e X. Os vídeos, a maioria apoiando os objetivos do governo russo, atraíram 16 milhões de visualizações no YouTube, de acordo com o Departamento de Justiça.

"A RT usou uma empresa de fachada para disfarçar seu próprio envolvimento ou o envolvimento do governo russo em conteúdo destinado a influenciar o público dos EUA", afirmou comunicado do Departamento do Tesouro, citado pela rede americana NBC News.

Segundo Garland, os vídeos eram “frequentemente consistentes com o interesse da Rússia em amplificar as divisões domésticas dos EUA para enfraquecer a oposição americana em relações a interesses centrais russos, particularmente a guerra na Ucrânia". A companhia, afirmou, "nunca revelou aos influenciadores ou aos seus milhões de seguidores os laços com a RT e o governo russo", acrescentando que, "em vez disso, os réus e a empresa alegaram que a empresa era patrocinada por um investidor privado, mas que esse investidor privado era uma persona fictícia".

Em seu canal no Telegram, a RT desqualificou as acusações dos Estados Unidos como “clichês conhecidos": "Três coisas são inevitáveis ​​na vida: a morte, os impostos e a 'interferência do RT nas eleições americanas'", ironizou.

O Departamento de Justiça e o FBI (polícia federal americana) também têm investigado vários americanos acusados de espalhar narrativas falsas do Kremlin cientes de que o faziam. Mas as autoridades enfatizaram que não têm o objetivo de coibir a liberdade de expressão. Americanos que meramente repetem ou disseminam histórias que veem em mídias russas não estão sob investigação, disseram.

Resistência

Os Estados Unidos foram apanhados de surpresa em 2016, quando suas agências de espionagem tomaram conhecimento dos esforços russos para influenciar a votação em favor de Trump e demoraram a alertar o público. Em votações subsequentes, funcionários dos serviços secretos foram mais agressivos ao denunciar rapidamente os esforços russos, chineses e iranianos para influenciar as eleições americanas.

As autoridades dizem que combater a interferência eleitoral tem sido mais difícil este ano. Alguns americanos, especialmente os apoiadores de Trump, veem as acusações de que a Rússia espalha desinformação como esforços para minar seus pontos de vista e posições políticas.

Os Estados Unidos já tomaram medidas contra organizações russas por sua suposta tentativa de influenciar a política americana. Em março, o Departamento do Tesouro impôs sanções contra um grupo russo que assistiu esforços para criar sites de notícias falsas que espalham desinformação e, em julho, apreendeu dois domínios da internet que também relacionou à RT e ao Serviço de Segurança Federal, um sucessor da K.G.B. (Com AFP e New York Times)

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