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Por O Globo e agências internacionais — Tel Aviv

RESUMO

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GERADO EM: 04/09/2024 - 10:00

Netanyahu frustra EUA em impasse com Gaza

Netanyahu descarta acordo de reféns em Gaza, gerando frustração nos EUA. Pressões políticas e impasse nas negociações destacam-se. Biden expressa insatisfação e promete proposta. Indiciados membros do Hamas por atentados, enquanto tensões persistem.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu “há algumas semanas” que não deseja alcançar um acordo de reféns e cessar-fogo na Faixa de Gaza, disse uma fonte da coalizão do governo ao jornal israelense Haaretz. Ao usar o argumento de que é necessário manter a presença militar do Estado judeu no chamado Corredor da Filadélfia, área ao longo da fronteira de Gaza com o Egito apontada como caminho para que o grupo terrorista Hamas se rearme após a guerra ou reconstrua túneis, o premier “percebeu que também poderia atrair a direita moderada”, continuou.

— Ao usar o Corredor da Filadélfia, Netanyahu se deu conta de que também poderia ganhar alguns pontos com esse grupo mais moderado — disse a fonte, que, segundo o Haaretz, não faz parte da oposição e é “intimamente envolvida” com o governo. — A mídia caiu nessa e tem passado o dia todo preocupada com a questão de ‘sim’ ou ‘não’ para a [presença militar de Israel] na Filadélfia, mas a verdadeira questão é realmente o destino dos reféns versus o destino da coalizão.

Ministros e membros da Knesset, o Parlamento israelense, estariam cientes das motivações políticas que guiam o premier. Embora alguns ministros se manifestem a favor de um acordo, eles acreditam que nenhuma ação é exigida deles até que Netanyahu traga uma decisão para votação na mesa do Gabinete, publicou o Haaretz. Judeus ultraortodoxos também aprovam a ideia do acordo e ocasionalmente se manifestam a favor, mas estão principalmente centrados em assuntos que mais importam para eles, como a lei do recrutamento (em junho, a Justiça de Israel decidiu que as Forças Armadas devem recrutar ultraortodoxos).

— Nenhum ministro, incluindo aqueles que sabem que Netanyahu está sabotando um acordo, fará qualquer coisa. Eles estão vinculados uns aos outros. Sua sobrevivência política depende da sobrevivência do governo e, portanto, essa situação continuará. Netanyahu buscará uma guerra sem fim porque isso é bom para ele — disse a fonte, indicando que a narrativa da direita israelense hoje é a de que os protestos contra o premier, incluindo a greve geral após as mortes dos seis reféns, são “puramente políticos”. — Os protestos apenas fortalecem o governo.

A administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, permanece afirmando publicamente que está comprometida com as negociações sobre um acordo na Faixa de Gaza, mas altos funcionários do governo também começaram a expressar frustração com a falta de avanços em particular, especialmente após o Gabinete de segurança de Israel ter aprovado uma resolução na semana passada se opondo à retirada de suas tropas do Corredor da Filadélfia, publicou o Haaretz nesta quarta-feira. Também ao jornal israelense, um funcionário do governo americano disse que o objetivo das mensagens públicas era permitir que o diálogo continuasse, na esperança de um progresso.

— Não tem nenhuma conexão real com a realidade — disse.

A perspectiva é a mesma para a maior parte dos israelenses, de acordo com uma pesquisa do Instituto de Democracia de Israel (IDI). O Índice de Voz Israelense, realizado pela organização mensalmente, descobriu que 73% dos entrevistados disseram estar pessimistas em relação às chances de um acordo de cessar-fogo, enquanto apenas 21% disseram estar otimistas. Os israelenses judeus estão mais descrentes do que seus compatriotas árabes: 78% demonstraram pessimismo, e 49% dos árabes afirmaram sentir o mesmo. Metade dos israelenses (51%) disse acreditar que a insistência de Netanyahu em manter o Corredor da Filadélfia é legítima. Outros 39% atribuíram isso à política.

Negociações enfrentam impasse

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, e o próprio Biden repetem a cada poucos dias que houve progresso nas negociações e que será possível firmar um acordo “se ambas as partes concordarem em fazer concessões”. Os funcionários reproduzem mensagens semelhantes para jornalistas e familiares de reféns nos EUA. Nos bastidores, porém, a administração está ciente de que as negociações chegaram a um impasse devido à insistência de Netanyahu em manter o Corredor da Filadélfia sob controle israelense. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, também teria se recusado a dar os passos necessários para alcançar o acordo.

— Queremos esse acordo mais do que eles — declarou o funcionário americano. — Estamos pressionando e tentando de todas as formas possíveis. Se desistirmos e cedermos, ninguém mais lidará com essa questão. Não temos escolha — continuou, afirmando que Washington opta por não entrar em confronto público com Netanyahu em relação ao Corredor da Filadélfia e enfatizando que Israel já havia concordado em retirar sua presença militar de todas as áreas do enclave palestino em troca de um acordo para a libertação dos reféns.

Nesta segunda-feira, Biden disse que Netanyahu não fazia o suficiente para garantir um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns israelenses. Em conversa com repórteres americanos, o líder democrata também afirmou que a Casa Branca está perto de apresentar uma proposta final sobre o assunto para o conflito em Gaza, que já se aproxima de seu 11º mês. Quando questionado sobre a possibilidade de o tratado ser aceito por ambas as partes, Biden respondeu que “a esperança é a última que morre”. As declarações foram feitas dias após as forças israelenses recuperarem os corpos de seis reféns do Hamas, incluindo o americano-israelense Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos.

Autoridades do Estado judeu afirmaram que os reféns foram mortos pelo grupo terrorista pouco antes das forças de Israel chegarem ao túnel onde eles eram mantidos. Três deles seriam libertados na primeira fase de uma proposta de cessar-fogo discutida em julho. Autópsias determinaram que as vítimas foram baleadas à queima-roupa e morreram na manhã da última quinta ou na sexta-feira, disse o Ministério da Saúde israelense. Netanyahu culpou o Hamas, que, por sua vez, acusou Israel e os EUA de prolongar as negociações ao emitir novas exigências.

Os Estados Unidos disseram que há uma “nova urgência” em alcançar o acordo de cessar-fogo em troca dos reféns, publicou a CNN. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou, ao se reunir com as famílias dos americanos mantidos como reféns, que “os próximos dias [de negociações] serão críticos”. Dos mais de 250 reféns que foram levados para o enclave em 7 de outubro, mais de 100 foram libertados durante um cessar-fogo em novembro. Oito foram resgatados por Israel, e tropas israelenses mataram acidentalmente três sequestrados que escaparam do cativeiro em dezembro.

O governo dos EUA anunciou nesta terça-feira que indiciou seis membros do Hamas com sete acusações, incluindo o assassinato de dezenas de cidadãos americanos, conspiração para financiar o terrorismo e uso de armas de destruição em massa. A queixa abrange décadas de ataques do grupo terrorista, inclusive a ofensiva sem precedentes no território judeu em 7 de outubro, quando 1,2 mil pessoas foram mortas. Este é o primeiro passo da aplicação da lei dos Estados Unidos para responsabilizar os líderes do ataque, embora a medida seja vista como parcialmente simbólica, já que alguns dos indiciados já estão mortos.

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