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Por O Globo com agências internacionais — Jerusalém e Amã

RESUMO

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GERADO EM: 08/09/2024 - 15:16

Motorista jordaniano ataca guardas israelenses: tensões na região aumentam

Um motorista jordaniano mata três guardas israelenses na fronteira Cisjordânia-Jordânia. O ataque ocorre em meio a tensões na região, com Israel e Hamas em conflito. A Jordânia investiga o incidente, enquanto a violência aumenta na Cisjordânia e Gaza, levando a protestos e pressões por um cessar-fogo. A situação se agrava com manifestações em Israel devido à descoberta de reféns mortos.

Um motorista de caminhão matou a tiros três guardas de segurança israelenses em uma passagem na fronteira entre a Cisjordânia e a Jordânia, neste domingo, antes de ser "eliminado", informaram os militares israelenses. De acordo com o Ministério do Interior de Amã, o atirador era jordaniano e foi identificado como Maher Diab Hussein al-Jazi. O raro ataque na passagem ocorreu em meio à escalada de violência na Cisjordânia, com incursões coordenadas do Exército israelense e ataques palestinos, e tendo como pano de fundo a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, que completará um ano em algumas semanas.

Os militares disseram em um comunicado que "um terrorista" chegou à Ponte Allenby, também conhecida como Ponte Rei Hussein, em um caminhão "vindo da Jordânia". A travessia, no Vale do Jordão, é a única porta de entrada internacional para os palestinos da Cisjordânia que não exige a entrada em Israel, que ocupa o território desde 1967. O motorista "saiu do caminhão e abriu fogo contra as forças de segurança israelenses que operavam na ponte". "Três civis israelenses foram declarados mortos como resultado" da agressão, disse o comunicado, esclarecendo à AFP que eles eram "guardas de segurança" e não do exército ou da polícia.

As vítimas foram identificadas como Yohanan Shchori, de 61 anos, pai de seis filhos, do assentamento de Ma'ale Efraim, na Cisjordânia; Yuri Birnbaum, de 65, do assentamento de Na'ama; e Adrian Marcelo Podzamczer, da cidade de Ariel, informou o jornal Times of Israel.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, denunciou o agressor como um "terrorista desprezível" inspirado por "uma ideologia assassina" que, segundo ele, era alimentada pelo Irã. O Hamas por sua vez elogiou o ataque, mas não reivindicou a responsabilidade por ele, acrescentando que a agressão "afirma a rejeição dos povos árabes à ocupação [israelense], seus crimes e suas ambições na Palestina e na Jordânia".

O Ministério do Interior da Jordânia disse que as autoridades estavam "investigando o incidente". O país, cuja população é composta em grande parte por pessoas de origem palestina, tem sido o local de grandes protestos contra a guerra em Gaza desde que começou, em outubro. Apesar disso, é um aliado próximo dos EUA e tem um tratado de paz com Israel (1994), o que o coloca em uma posição complicada enquanto navega pelas consequências da guerra.

A Jordânia chamou de volta seu embaixador em Israel em novembro e condenou repetidamente os ataques aéreos israelenses ao enclave palestino. O rei Abdullah II da Jordânia tem estado entre as principais figuras que pressionam por um cessar-fogo no enclave. Ao mesmo tempo, o reino do deserto mantém laços estreitos com autoridades israelenses em questões como segurança e economia. Em abril, a Jordânia ajudou a interceptar mísseis e drones iranianos durante ataques de retaliação entre Irã e Israel.

A travessia da Ponte Allenby foi cenário de violência anterior. Em 2014, soldados israelenses atiraram fatalmente em um juiz jordaniano de origem palestina na travessia, aumentando as tensões entre as nações vizinhas. No ano passado, um membro do Parlamento jordaniano foi acusado em um tribunal do país de tentar contrabandear armas através da fronteira para a Cisjordânia, de acordo com a Associated Press.

Violência aumenta na Cisjordânia

A violência na Cisjordânia aumentou junto com a guerra em Gaza, que começou depois do ataque terrorista do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, que deixou 1,2 mil pessoas mortas e sequestrou 251 pessoas, 97 dos quais ainda estão presos em Gaza, incluindo 33 que o Exército israelense diz estarem mortos. A ofensiva retaliatória de Israel em Gaza matou até agora pelo menos 40.972 pessoas, de acordo com o ministério da saúde do território administrado pelo Hamas. O escritório de direitos humanos da ONU afirma que a maioria dos mortos são mulheres e crianças.

Em 28 de agosto, os militares israelenses lançaram ataques simultâneos em várias cidades e campos de refugiados no norte da Cisjrodânia, matando 35 "combatentes" — o Hamas e a Jihad Islâmica reivindicaram pelo menos 14 das mortes. O Ministério da Saúde palestino, com sede em Ramallah, fala em 36 palestinos mortos.

Palestinos e ativistas internacionais levantam retratos da ativista turco-americana assassinada Aysenur Ezgi Eygi ao chegarem para sua despedida no necrotério do hospital Rafidia em Nablus, na Cisjordânia — Foto: JAAFAR ASHTIYEH/AFP
Palestinos e ativistas internacionais levantam retratos da ativista turco-americana assassinada Aysenur Ezgi Eygi ao chegarem para sua despedida no necrotério do hospital Rafidia em Nablus, na Cisjordânia — Foto: JAAFAR ASHTIYEH/AFP

Desde 7 de outubro, tropas israelenses ou colonos mataram pelo menos 662 palestinos na Cisjordânia, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. Do outro lado, pelo menos 23 israelenses, incluindo membros das forças de segurança, foram mortos em ataques palestinos durante o mesmo período, segundo autoridades israelenses.

Neste domingo, Israel bombardeou Gaza com ataques aéreos e bombardeios, já que as perspectivas de um cessar-fogo permaneciam escassas. A agência de Defesa Civil de Gaza disse que quase uma dúzia de pessoas foram mortas em ataques aéreos israelenses no domingo, incluindo cinco no campo de refugiados de Jabalia. Os militares israelenses alegaram, por sua vez, terem atingido cerca de "25 alvos do Hamas" em Gaza no último dia.

'Não há lugar seguro em Gaza'

Não houve trégua para os 2,3 milhões de palestinos que vivem em Gaza, quase todos os quais foram deslocados pelo menos uma vez.

— Mudar de uma área para outra é angustiante porque não há lugar seguro em Gaza — disse Raeed Hamad, 51 anos, um paciente com câncer da cidade de Khan Yunis, no sul do país. — Estamos sendo deslocados sob bombardeios pesados... Perdi peso e estou exausto.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, visitou o Corredor de Netzarim, na região central de Gaza, neste domingo, onde prometeu novamente eliminar o Hamas. Mas Gallant disse que os militares também estavam se concentrando na frente norte do território israelense, onde o movimento xiita libanês Hezbollah e as forças israelenses trocaram tiros no domingo.

— Enquanto vocês estão lutando aqui em Gaza, nós estamos nos preparando para qualquer coisa que possa acontecer no norte — disse Gallant aos soldados, de acordo com uma declaração problemática emitida por seu gabinete. — A mudança do centro de gravidade pode acontecer rapidamente e também pode envolver vocês em um curto período de tempo.

O Hamas está exigindo uma retirada israelense completa de Gaza como parte de um acordo de cessar-fogo, mas Israel insiste que as tropas devem permanecer ao longo da fronteira entre Gaza e Egito. Os Estados Unidos, o Catar e o Egito estão mediando os esforços para forjar um cessar-fogo.

Os manifestantes israelenses, em número de dezenas de milhares, aumentaram a pressão sobre o governo, exigindo um acordo que significaria deixar entrar os reféns. No final do sábado, protestos em massa foram novamente realizados em Tel Aviv e em algumas outras cidades. Os organizadores disseram que mais de 500 mil pessoas participaram. A raiva e a tristeza aumentaram em Israel depois que os militares recuperaram os corpos de seis reféns em um túnel de Gaza no mês passado.

— Devemos exigir que ninguém se esqueça dos reféns, ninguém os ignore, ninguém os deixe para morrer — disse Andrey Kozlov, um dos muitos reféns libertados durante a única trégua do conflito, realizada ao longo de uma semana em novembro. — O tempo deles está se esgotando. Estamos vendo e sentindo isso. Tragam-nos de volta para casa agora.

A pressão internacional para acabar com a guerra também se intensificou após o disparo fatal contra a ativista turco-americana Aysenur Ezgi Eygi, que se manifestava contra os assentamentos israelenses no território na Cisjordânia, na sexta-feira. Sua família, a Turquia e o escritório de direitos da ONU disseram que as forças israelenses a mataram. Os militares de Israel disseram que o incidente está sendo analisado. (Com AFP e NYT)

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