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Por O Globo e agências internacionais — Far'a

RESUMO

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GERADO EM: 13/09/2024 - 16:46

Violência em Gaza: Funcionário da UNRWA morto e financiamento suspenso

Agência da ONU para refugiados palestinos perde funcionário em operação israelense na Cisjordânia, em meio a crescente violência na região. UNRWA destaca 220 trabalhadores mortos desde o início da guerra em Gaza. Israel destrói infraestrutura, causando corte de serviços essenciais. Financiamento para agência suspenso por acusações infundadas. ONU destaca importância vital da UNRWA para palestinos.

A UNRWA, a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, disse nesta sexta-feira que um de seus funcionários foi morto durante uma operação israelense na Cisjordânia ocupada nesta semana. Em comunicado, o órgão afirmou que o trabalhador foi baleado por um franco-atirador no telhado de sua casa, no campo de refugiados de Far’a. Esta é a primeira vez em 10 anos que um funcionário da agência foi morto na Cisjordânia, disse a organização. Identificado como Sufyan Jaber Abed Jawwad, ele atuava como “auxiliar de saneamento” no campo e deixa sua esposa e cinco filhos.

Ainda segundo o comunicado da agência da ONU, pelo menos 220 membros de sua equipe foram mortos desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro. Isso inclui seis funcionários que, de acordo com a organização, morreram num ataque na quarta-feira a uma escola que abrigava cerca de 12 mil palestinos no enclave — incidente que provocou o maior número de mortos entre trabalhadores da UNRWA numa única ofensiva, disse o órgão humanitário. Agentes internacionais, incluindo aliados de Israel, condenaram a ofensiva, embora autoridades do país tenham justificado a ação como legítima.

Mais cedo nesta sexta-feira, o Exército de Israel disse que tropas do Estado judeu haviam conduzido uma “operação antiterrorismo de 48 horas” nas áreas de Tubas, Tammun e Far’a. Ao todo, disse, “cinco terroristas armados” foram mortos num ataque aéreo, e um sexto “terrorista que lançou dispositivos explosivos” morreu após “trocas de tiros”. As forças israelenses ainda não se manifestaram sobre o comunicado da UNRWA, que também declarou que a operação no campo de Far’a ocorre “enquanto a Cisjordânia enfrenta níveis de violência sem precedentes” que “colocam as comunidades em risco”.

Na quarta-feira, o soldado israelense Geri Gideon Hanghal, de 24 anos, morreu após um motorista de caminhão palestino colidir com “forças que realizavam atividades operacionais” na Cisjordânia. O suposto agressor foi “neutralizado” pelas forças de Israel e por “um civil armado” no local do ataque, perto da cidade palestina de Ramallah, disse o Exército em nota. No domingo, um motorista de caminhão jordaniano matou a tiros três guardas israelenses em uma passagem de fronteira entre a Cisjordânia e a Jordânia antes de ser “eliminado”.

Violência na Cisjordânia

A Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel desde 1967, registra um aumento acentuado da violência desde o início da guerra Israel x Hamas na Faixa de Gaza, há quase um ano. Após o ataque sem precedentes do grupo terrorista no território israelense, em 7 de outubro, tropas ou colonos do Estado judeu já mataram pelo menos 662 palestinos na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde local. Pelo menos 23 israelenses, incluindo membros das forças de segurança, morreram em ataques perpetrados por palestinos no mesmo período.

Em 28 de agosto, o Exército israelense lançou ataques simultâneos em várias cidades e campos de refugiados no norte da Cisjordânia, matando 35 “combatentes” — o Hamas e a Jihad Islâmica reivindicaram pelo menos 14 das mortes, e o Ministério da Saúde palestino, com sede em Ramallah, falou em 36 mortos. Dias depois, em 4 de setembro, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que as forças israelenses usariam “força total” para atacar militantes palestinos na Cisjordânia”, e que havia ordenado ataques aéreos “sempre que necessário” para “evitar colocar os soldados do Estado judeu em risco”.

Como resultado, cerca de 70% das ruas e da infraestrutura subterrânea foram destruídas pelos militares só em Jenin, deixando milhares de pessoas sem água, esgoto, eletricidade e internet. Autoridades locais falam em um prejuízo multimilionário, enquanto Israel alega buscar artefatos explosivos nas estradas por onde seus soldados passam. O abastecimento de água foi suspenso em 80% da cidade e de toda a zona rural devido à destruição das redes de distribuição e à incapacidade das equipes técnicas de acessar a infraestrutura afetada para redirecioná-la para outros locais, publicou a agência de notícias palestina Wafa.

Descrita como “antiterrorista” por Israel, a operação em curso envolve centenas de soldados, veículos blindados e escavadeiras. É a maior ofensiva militar israelense dos últimos 22 anos na Cisjordânia, onde os grupos armados que lutam contra a ocupação são particularmente ativos.

Agência é 'indispensável'

A UNRWA, que coordena praticamente toda a ajuda humanitária em Gaza, está em crise desde que Israel acusou uma dúzia de seus 30 mil funcionários de estarem envolvidos nos ataques terroristas que deram início à guerra. A ONU demitiu imediatamente os funcionários implicados, e uma investigação encontrou algumas “questões relacionadas à neutralidade”, mas destacou que Israel não forneceu evidências para suas principais alegações. Apesar da falta de provas, ao menos oito países, incluindo os Estados Unidos, suspenderam o financiamento para a agência após as alegações do Estado judeu.

Posteriormente, alguns desses países retomaram as doações citando a catástrofe humanitária em Gaza e as medidas adotadas pela agência para melhorar a responsabilização. Os Estados Unidos, principal parceiro de Israel, porém, disseram que aguardariam os resultados da investigação da ONU antes de decidirem retomar o financiamento. Emitido em abril, o documento independente das Nações Unidas reconheceu os problemas de “neutralidade política” da agência, mas pontuou que a organização é “insubstituível e indispensável” para o desenvolvimento humano e econômico dos palestinos.

Antes da guerra, a UNRWA mantinha mais de 300 escolas, centros de saúde, armazéns, depósitos de combustível e outras instalações em Gaza. Ao contrário de outras agências da ONU, a equipe da organização para refugiados palestinos não é composta por trabalhadores humanitários internacionais, mas quase inteiramente pelos próprios palestinos locais. Em meio ao bombardeio contínuo de Israel, não havia outra organização tão profundamente integrada no território e com a infraestrutura necessária para distribuir alimentos, fornecer abrigo e atender às necessidades básicas de tantas pessoas deslocadas e traumatizadas.

A revisão da ONU apontou que a UNRWA há muito compartilha listas de seus funcionários com Israel, e que o governo israelense não levantou preocupações sobre os trabalhadores do órgão desde 2011. A avaliação ofereceu recomendações para proteger a neutralidade da agência, incluindo triagem e treinamento adicionais de membros da equipe e uma cooperação mais estreita com os países anfitriões e Israel. (Com AFP e New York Times).

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